Fortaleza, Ceará.
Ligação em curso.
Estevão: Paulo, está no papo. Ele tá sozinho aqui na beira mar.
Paulo: não. Não faça nada. Estevão tudo que acontecer com eles será ligado a mim. Esse infeliz está me investigando.
Estevão: um bom motivo para matá-lo.
Paulo: não. Deixe-o. Não posso me prejudicar ainda mais por eles. Um dia, no futuro cuidarei bem dele. Agora arrume tudo e deixa essa gente de lado.
Estevão: você é um frouxo. Puta que pariu. Como assim? Esse trabalho todo para nada?
Paulo: Rodolffo investigou algo do meu passado e se eu não parar contra ele, será ele que virá pra cima de mim. É tempo de recuar. Se não tudo ficará pior.
Estevão: estou saindo daqui e aviso logo, se quiser matá-lo, não conte comigo.
Ligação encerrada.
...
Do outro lado da praia, Rodolffo se encontrava no seu carro.
É hora de voltar pra casa. Preciso conversar com a Ju e explicar o porquê da minha indignação quando ela defende o bandido do Paulo. Chega de poupá-la.
Acelerei e em dez minutos estava chegando na nossa casa.
Todos os ambientes estavam ocupados e tinha gente em tudo que é canto mais não vi a Juliette em nenhum lugar.
Vi dona Fátima junto a minha mãe e perguntei da Juliette.
Rodolffo: a Ju está no quarto?
Vera: ela nem desceu para almoçar. Está tudo bem Rodolffo, você também não ficou para o almoço.
Fátima: acho que Ju está triste. Suba lá meu filho.
Rodolffo: tem alguma coisa que eu possa levar pra gente comer lá em cima?
Vera: sim... Venha comigo filho.
Fui com minha mãe até a cozinha e ela organizou umas coisas para que eu levasse para a Juliette. Logo subi para o quarto e a encontrei dormindo.
Cheguei em silêncio mas mesmo assim ela acordou.
Juliette: você voltou... - ela me disse calmamente.
Rodolffo: Ju... Me perdoa.
Juliette: tá tudo bem...
Rodolffo: não tá tudo bem. Eu briguei com você por causa daquele cretino. E eu duvidei do seu caráter, isso não é certo mas a raiva falou mais alto. - falei sentado na cama. - eu não duvido de nada que você falou pra mim. Eu confio em você mas você precisa saber quem você defende.
Juliette: eu sei que estou errada. Eu não consigo ver as pessoas direito. E sei que Paulo não merece defesa. Me perdoa.
Rodolffo: não há o quê perdoar. Mas eu preciso que cê seja ciente de quem é o Paulo.
Juliette: então me diga. - ela disse se ajeitando na cama.
Rodolffo: qual a naturalidade do Paulo Ju?
Juliette: sempre me falou que era natural de Ituano, São Paulo.
Rodolffo: e qual o Estado civil dele?
Juliette: solteiro.
Rodolffo: Paulo não é natural de São Paulo e sim do estado do Amazonas, numa cidade ribeirinha dali, aonde se tem casas por cima do rio e seu estado não é solteiro e sim viúvo.
Juliette: meu Deus. - falou levando as mãos na boca.
Rodolffo: Paulo se casou com 20 anos de idade por que segundo os populares mexeu com uma moça do lugar e a engravidou. Casou por obrigação e não parecia tratar bem a moça que era bem sofredora. Ela gerou seu bebê e o teve em casa mesmo, mas Paulo não demonstrou alegria nenhuma com o nascimento. Ele foi taxado de pessoa apática com tudo. Seu casamento terminou de maneira trágica. Certo dia quando ele navegava pelo rio com sua esposa e seu filho a embarcação virou e apenas o Paulo sobreviveu. Dizem que a pobre mulher tentou salvar sua criança mas Paulo o abandonou e sozinha ela não conseguiria.
Juliette: meu Deus, ele matou a própria família?
Rodolffo: suspeita-se mas ninguém pode provar nada contra ele. Um único pescador que viu a cena de longe simplesmente desapareceu nas águas do mesmo rio.
Juliette: Rodolffo... Paulo é um monstro.
Rodolffo: ele não sentiu tristeza com a morte da sua família e sua mãe, considerada como mulher terrível, ficou dando risadas. Depois de um tempo Paulo foi embora dali mas quando voltou para buscar sua mãe cuspiu na cara do seu ex sogro, o humilhou muito e levou de brinde um tiro na perna que comprometeu seu joelho direito.
Juliette: ele me disse que foi jogando futebol. Mentiroso. Ordinário. Bandido. Que raiva daquele imundo.
Rodolfo: Paulo está sendo investigado pela OAB, seu registro de advogado é falso mas uma falsificação muito bem feita.
Juliette: sério Rodolffo... Ele é todo uma farsa. Que cara mais desgraçado.
Rodolffo: ele ainda é envolvido com milicianos e traficantes. Paulo é um bandido de alto grau de periculosidade e por isso eu venho tentado combatê-lo por que acredito que ele está nos perseguindo. Eu tenho provas do quê tô falando e posso te mostrar tudo.
Juliette: eu confio em você. Confio na sua palavra e de verdade eu corri um risco tremendo de vida. Obrigada por me salvar.
Ela me abraçou e eu a apertei.
Juliette: eu não quero mais brigar contigo. Eu fico tão triste quando a gente briga.
Rodolffo: eu também fico mal quando a gente arenga. Eu te amo pequena.
Juliette: eu te amo muito.
Demos um beijo e logo após Juliette tirou uma caixinha branca de dentro do criado mudo.
Juliette: isso aqui é pra tu. Ainda não é natal mas eu não quero mais aguardar por isso. É o seu presente meu amor, no caso o nosso.
Rodolffo: já gostei.
Abri a caixinha empolgado e dentro tinha um conjuntinho de bebê na cor azul. Olhei pra Juliette e ela já estava chorando.
Rodolffo: é lindo amor mas a gente nem sabe o quê é ainda. - disse confuso.
Juliette: abra o envelope. - ela me falou.
Abri um envelope e lá tinha um exame. Era a sexagem fetal e lá dizia que é um menino.
Rodolffo: Ju, um menino... Nosso menino amor. - a abracei.
Juliette: nosso menininho. - ela me disse emocionada.
Rodolffo: meu Deus. Eu tô muito feliz. Eu nem acredito num trem desses. Juliette, você e o nosso menino são os melhores presentes de Deus na minha vida. Eu amo ocês demais.
...
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Opostos que se atraem
FanfictionOpostos não deveriam se atrair, mas se atraem. Quando isso acontece um turbilhão de emoções surgem e também muitos conflitos internos e externos. É possível vencer tantas diferenças e ter uma relação plena e feliz? Essa é uma história para viajar n...