Capítulo 39: Um lugar especial

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No dia seguinte, acordei juntinha do meu noivo. É tão bom sentir a tranquilidade da nossa relação atualmente. Estamos mais unidos, mais maduros e conseguimos conversar sobre tantas coisas e não arengar tanto.

Agora estou criando coragem para levantar dessa cama e me arrumar pra ir no sítio com ele. Revisitar aquele chalé é tudo que eu quero.

Rodolffo: dorminhoca... Temos que levantar.

Juliette: piruca eu tô com desejo.

Rodolffo: uai – ele riu de mim. – desejo de quê?

Juliette: eu desejo ser feliz com você por toda vida.

Rodolffo: hum... Cê tá inspirada. Eu quero te fazer feliz Juli, eu vou me esforçar bastante para isso.

Juliette: eu queria tanto apagar o nosso passado.

Rodolffo: nós não precisamos apagar o passado. Deixa só ele lá, no canto dele. Vamos viver o novo e o agora.

Juliette: tu é tão compreensivo. Eu não sei como mereço o teu amor... – falei triste.

Rodolffo: ei, eu sempre gostei de você e nesse tempo inteiro longe, nunca te esqueci. Então claro que cê merece o meu amor. Vamos levantar... O sítio nos espera.

Juliette: só um beijo antes pufavô...

Rodolffo: êh muié manhosa... Nunca vi um trem desses.

Juliette: deixe de arengar... Seu chatinho. Só um...

Eu ganhei meu beijo e levantei. Tomei um banho rápido e vesti uma roupa leve. Eu estava animada, desci para o térreo e Rodolffo deveria estar lá na área da garagem.

Me desloquei até lá e vejo meu lindo noivo sem camisa colocando os músculos para funcionar.

Juliette: fiu fiu... Acho que vi um gatinho.

Rodolffo: eu prefiro cachorro uai...

Juliette: tu quer que eu te chame de cachorro? Ah vá te lascar Rodolffo.
Ele gargalhou alto.

Rodolffo: eu sou cachorro mas cê é minha cachorra trem.

Juliette: é o quê? Homi pelas caridade. É assim que tu vai me chamar a vida inteira? Prefiro o chupa péda mesmo.

Rodolffo: tá bom chupa péda. Vamos? Tá tudo pronto.

Juliette: vamos piruca de nós todos.

Entramos no carro e partimos rumo a estrada.  Rodolffo começou a ficar com um semblante preocupado. E eu via ele tentar freiar e aparentemente não conseguia.

Juliette: tá tudo bem Rodolffo?

Rodolffo: Ju... O carro tá sem freio. – ele falou sério.

Juliette: é o quê? – falei assustada.

Rodolffo: o nosso carro está sem freio totalmente. Calma. Vou tentar reduzir aqui pela marcha.

Rodolffo estava calmo mas eu não. Se ele não conseguisse fazer algo para parar o carro estamos bem encrencados, já que estamos numa BR.

Rodolffo: liga para o Mudelo Ju. Preciso falar com ele.

Disquei o número e coloquei no viva-voz, enquanto isso eu ia vendo o marcador de velocidade e estávamos a mais de 100 km/ h e íamos entrar em um trecho super movimentado agora.

Mudelo dava inúmeras instruções e o carro não reagia. Eu estava com medo e Rodolffo fazendo inúmeras ultrapassagem perigosas.

Rodolffo: nada funciona cara e agora?

Mudelo: o jeito vai ser bater o carro.

Rodolffo: cara esse carro tava ótimo. Eu mesmo levei na assistência, e não tô entendendo em como ele está assim. Estamos a mais de 100, se eu bater, cê acha que a gente pode capotar?

Mudelo: escolha algo para ir reduzindo o impacto. Não vai ter outro jeito Rodolffo.

Rodolffo: meu Deus. A Juliette tá preocupada mas vou tentar dá um jeito aqui.

A ligação foi encerrada e eu estava bem aflita mesmo.

Juliette: Rodolffo, não tem outro jeito?

Rodolffo: estou tentando voltar Ju... Quero fazer essa técnica perto de casa. Mas não sei se consigo. Confia em mim? Eu preciso que cê fique calma, tudo bem?

Juliette: meu Deus Rodolffo.  Como vou ficar calma?

Rodolffo: confia em mim Ju, por favor.

Ele era habilidoso e num determinado ponto conseguiu fazer um retorno e quando estava próximo do lugar que ele teria que literalmente bater o carro, ele pediu para eu apertar o cinto.

Rodolffo: eu já fiz isso num jipe do meu pai mas nunca numa picape dessas, mas vai dá certo. Aperta bem o cinto e eu vou bater ali perto daquelas variadas árvores, isso vai evitar um capotamento.

Juliette: ai Deus. – falei levando as mãos a cabeça.

Ele foi com o carro e eu fechei os olhos. Só escutei o estrondo, seguida da quebra do vidro do para brisas. O airbag foi acionado, livrando  Rodolffo e eu do pior.

Rodolffo desceu primeiro e me ajudou a sair... Pegamos os nossos objetos pessoais e ficamos aguardando o Mudelo que vinha com outro carro, enquanto um guincho foi acionado. Tudo poderia ter terminado pior mas graças a Deus e a Rodolffo conseguimos sair ilesos dessa.

Rodolffo: cê tá bem Ju?

Juliette: sim, estou bem.

Rodolffo: cê ainda quer ir ao sítio? Se quiser vamos no outro carro.

Juliette: não, quero ir pra casa. Eu tô com medo.

Rodolffo: tá bom querida. Vamos pra casa agora mesmo.

Retornamos a casa e eu estava com uma sensação tão estranha. Um mal pressentimento, resolvemos não sair de casa mais naquele dia e ficamos nos curtindo e tentando recuperar do susto.

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