Capítulo 61: Um medo despertado

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Estávamos bem, até essa maldita cobra aparecer. Claramente Juliette não ficou bem. Está em cima da cama ali encolhida.

Resolvi juntar meu corpo ao dela e a abracei me deitando ao seu lado.

Rodolffo: amor ... Cê tá bem mesmo?

Juliette: eu tô bem amor. Mas fico pensando que aquela cobra poderia ter me picado. Rodolffo eu tô com medo, muito medo.

Rodolffo: tá tudo bem Ju. A cobra foi tirada daqui.

Juliette: Rodolffo eu não quero perder nem você e nem o nosso bebê.

Rodolffo: cê tá sentindo alguma dor Ju? Algum desconforto na barriga? Eu te levo daqui agora. - falei aflito.

Juliette: não tô sentindo nada graças a Deus mas eu tenho medo que algo ruim separe a gente.

Rodolffo: não pensa nisso não Ju, por favor. Não vai acontecer nada de ruim com ninguém. Eu tô contigo para o quê der e vinher.

Juliette acabou caindo num pranto de choro inconsolável.

Rodolffo: Juli... Amor... Tenha calma.

Juliette: me abraça... - ela disse com a voz trêmula.

A abracei e tentei lhe passar calma. Ela acabou adormecendo e eu fui comer alguma coisa. Depois resolvi sair um pouco do chalé. Não me distanciei muito por que Juliette tinha ficado sozinha. Mas vi um sujeito suspeito rondando o meu chalé. Eu fui até lá saber o quê buscava ali. Peguei o atrevido olhando a Ju dormir pela janela.

Rodolffo: o quê cê tá fazendo aqui? - falei firme.

Estevão: nossa... Você me assustou. - ele disse de olhos arregalados.

Rodolffo: o quê fazia olhando minha mulher pela janela? Perdeu a noção do perigo? - disse num tom alto.

Estevão: desculpa. Eu só sou fã da Juliette. Queria ver ela e pedir um autógrafo.

Rodolffo: ela não vai dá autógrafo algum procê. Ela tá dormindo.

Estevão: ela tá grávida? Dormindo uma hora dessas.

Rodolffo: ela está cansada. É só isso. Agora por favor saia daqui. Se não vou ter que comunicar sua visita indesejada aqui.

Estevão: desculpa. Estou indo.

O cara saiu e aquele semblante dele me chamou muito atenção. Um cara jovem, porém com uma alma sombria. Usando tudo preto e com um sorriso debochado no rosto. Esse cara não é fã da Juliette e eu senti. Muito pelo contrário, pode ser qualquer coisa, menos fã.

Não temo pela minha vida, acho que nunca tive esse medo mas em se tratando da Ju, eu tenho medo. Se eu pudesse eu colocaria ela dentro de uma bolha protetiva. Sem dores, doenças ou decepções. Não suporto vê-la sofrer e ainda tem o nosso bebê com ela agora.

Nunca me falaram que a paternidade dava medo. Eu tenho muito medo de perder o meu bebê, tenho medo que ele não se desenvolva bem e tenho medo dele vir antes da hora... Nossa! São tantos medos.

Um tempo atrás, Israel me falou que quando somos pais nunca mais dormimos como antes e já vem acontecendo comigo. Eu pensei que fosse só a emoção do momento, mas eu noto que estou muito preocupado com tudo. Até a para tocar a Ju, eu tô agindo diferente. Não consigo controlar, não somos só nós dois mais  É mágico e estranho na mesma medida.  Não dá pra esquecer do meu pequeno mas a Ju as vezes não lembra tanto dele, ela quer por que quer que seja do mesmo jeito que antes e não tô conseguindo ser assim.

Certifico que o sujeito não está mais nas redondezas e entro no chalé para ficar com a minha esposa, que dorme serenamente.

Será mais uma noite que talvez eu não consiga dormir principalmente de preocupação por ter visto esse cara nos cercando. Fecho todas as persianas e coloco a tranca extra nas portas. Deixo só um abajur ligado e deito ao lado dos amores da minha vida.

Juliette: boa noite amor. - ela diz com a voz baixa e sonolenta.

Rodolffo: boa noite minhas vidas.

Encaixo meu corpo junto ao dela e repouso minha mão sobre sua barriga. Deixo meu corpo relaxar junto ao dela.
...

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