Capítulo 25: O coração sente

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Na manhã de quarta-feira.

Cabine de Juliette.

Me levanto e vou no banheiro, confesso que estou com fome. Vou até o telefone da cabine e peço um pouco de comida.

Que saudade eu tô de ter alguém do lado para conversar um pouco. É tão ruim essa solidão. Como será que tá a Manu e a Vivi?

Cada uma levou um boy pra cabine ontem e eu nadinha. É isso mesmo Juliette, tu tem pouca sorte nos relacionamentos. Não se pode ter tudo, isso é um fato. Nem pra arrumar um ficante tu presta mais.

Deu uns 15 minutos e meu café da manhã chegou na minha porta e meu vizinho pelo jeito continua dormindo. Não tem um barulho sequer vindo de lá.

Comi minha comida e deixei a bandeja como indicado do lado de fora para ser recolhida.

Voltei pra cama e liguei a TV num filminho. Eu não vou sair daqui nem tão cedo. Preciso me recuperar porque ontem eu fiquei acabada.

...

Já após as 13 horas, cabine de Rodolffo.

Acordei agora e minha cabeça tá doendo pra caramba. Que ressaca féladaputa. Pra quê eu fui beber tanto, nossa sinhôra.

Preciso comer alguma coisa.

Ligo para o serviço de quarto e peço uma porção de feijoada, arroz, farofa, carne grelhada e salada. Se eu quero aguentar o rojão desse navio, preciso me alimentar bem.

O serviço de quarto é bem rápido e logo a comida chega. Depois que me alimento, resolvo dormir de novo. Tá rolando festa diurna mais eu não aguento ir não. Tenho que melhorar primeiro.

O cair da noite no navio.

Cabine de Juliette.

Eu vou vestir um conjuntinho leve hoje e uma rasteira. É apenas isso que vestirei. Vou tentar não beber nada nessa noite porque eu passei o dia bem zonza, tenho que perceber que a bebida não tem me feito bem.

Hoje é a noite da balada e deve ser bem divertido. Tomara que quando eu comece a me movimentar eu melhore de um jeito que dei no pé ontem, até manca eu tô. Ôh meu Deus, que derrota.

Vamos lá Juliette, bote um cropped e reage.

Sai da cabine e fui rumo ao espaço da festa e mais uma noite de lotação garantida. Eu ando por vários lugares e não encontro as meninas mas acabo vendo o Matheuzinho no meio do caminho.

Matheuzinho: Juliette... Eu não acredito que cê tá aqui. – ele falou vindo me abraçar.

Juliette: poxa eu também não te vi ontem.

Matheuzinho: você tá em qual cabine?

Juliette: na 2411, num corredor estreito.

Matheuzinho: não acredito. Meu Deus... Ju sabe quem é seu vizinho? O...

Viviane: ei sumida...  Estávamos te procurando... – ela falou nos interrompendo e me puxando para o meio do povo.

Juliette: Matheus, depois a gente fala. Tchau... – falei sendo arrastada pela Viviane e ele ficou lá com uma cara de assombrado.

...

Cabine de Rodolffo.

Eu ia saindo da minha cabine para ir a área da festa quando lá vem Matheuzinho correndo em minha direção.

Ele chega um pouco ofegante e eu sem saber o porquê.

Rodolffo: uai bastião. O quê foi cara? Parece que viu fantasma.

Matheuzinho: me escuta... Cê já sabe quem é a sua vizinha? – ele falou com os olhos esbugalhados.

Rodolffo: sei nada. Hoje eu passei o dia dormindo. Eu tô só vivo. Bebi além da conta.

Opostos que se atraem Onde histórias criam vida. Descubra agora