Capítulo 68: A ansiedade - 2

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Terminamos de tirar as fotos e ficamos conversando sobre as coisas do dia a dia até que sinto um líquido escorrer por entre minhas pernas.

Rodolffo: uai Juli... Isso tudo é xixi? - ele disse assustado.

Juliette: não. - eu disse um pouco chocada.

Rodolffo: Juliette e é o quê isso?

Juliette: minha bolsa estourou... O Gabriel vai nascer Rodolffo.

Rodolffo: hoje? Agora? - ele disse se aproximando de mim.

Juliette: provavelmente hoje mas não agora.

Rodolffo: meu Deus Ju... Vamos pro hospital. Temos que correr pra lá agora.

Ele ficou andando de um lado para o outro e eu fiquei ali sem muita reação. Eu também estava ansiosa.

Rodolffo: Juliette, cê tá sentindo dor? - ele disse tocando o meu rosto.

Juliette: eu tô bem Rodolffo, calma. Não vamos entrar em pânico. Antes de qualquer coisa eu preciso tomar outro banho, me trocar e ligar pra minha doula.

Rodolffo: eu vou ligar pra minha mãe pra que ela venha ficar com dona Fátima aqui. Vou ligar pro meu velho também. Meu Deus Juliette, cê tem ideia que hoje vamos conhecer o Gabriel. Eu nem sei o quê fazer nesse momento direito.

Juliette: faça as ligações e eu vou me ajeitar, depois tu vem se arrumar. Ainda não estou com contrações, então está tranquilo.

Fui para o banheiro, Rodolffo chamou mainha que veio até o quarto já chorando e eu estava me fazendo de forte, não estava querendo chorar por que uma lágrima minha levaria meu marido ao desespero, pois depois da descoberta do Gabriel, o modo Buda do Rodolffo foi desativado. Tem momentos que ele é tão preocupado e ansioso que nem sei de onde ele tira as coisas.

Não deu muito tempo e minha sogra já chegou lá em casa.

Vera: minha querida como você se sente?

Juliette: estou com contrações Vera mas ainda não tantas. Não quero assustar o Rodolffo mas eu sei que vai piorar.

Vera: sim vai Juliette, eu não vou te iludir mas quando você tiver seu bebê nos braços tudo valerá a pena. Deus está contigo e com ele.

Juliette: obrigada Vera. - disse já emocionada.

Vera: cê tem certeza que quer levar o Rodolffo? - ela me falou sorrindo.

Juliette: ele quer estar presente. Acho que fez até promessa para ver o filho nascer.

Vera: tudo bem mas acho que ele vai ficar agitado.

Juliette: ele sabe o quê tem que fazer... Ele fez o curso comigo então muitas coisas ele já sabe.

Vera: assim espero. Mas não sei se aprendeu muito hein? Confundiu a bolsa estourando com xixi.

Rimos juntas e eu terminei dizendo um "ai".

Juliette: agora tá doendo um pouco mais.

Vera: vai dá tudo certo minha querida.

Olhei para a porta e lá estava Rodolffo.

Rodolffo: estou pronto para ir Juli. - ele falou com um olhar preocupado.

Juliette: eu também estou pronta. E a minha doula?

Rodolffo: Não sei o quê a gente vai fazer mas ela não poderá vir Juliette.

Juliette: como não? Ela disse que estava tudo preparado.

Rodolffo: infelizmente o filho dela está doente e hospitalizado. Não tem  como ela vir. Mas eu estarei com você. Eu vou te ajudar no quê for preciso e no que eu souber, prometo.

Ele me disse aquelas palavras com aquele olhar sereno que só ele tem quando está emocionado.

Juliette: tudo bem amor. Estaremos juntos, eu confio em você.

Ele recolheu as malas e as bolsas e seguimos rumo a saída da casa. Mainha chorava de um lado, dona Vera do outro, e eu mais que as duas juntas, Rodolffo estava visivelmente emocionado mas ele era mais duro para demonstrar as coisas e chorar era raro nessa personalidade forte.

Entrei no carro com sua ajuda e o motorista nos levaria até o hospital em Goiânia.

Rodolffo: já tá doendo muito?

Juliette: sim... Estou sentindo mais dores agora.

Rodolffo: Ju, eu não quero outro filho, por mim o Gabriel será filho único. Aguento isso não, é muito sofrimento.

Juliette: pois eu digo a você que não quero meu filho solitário e sem irmãos, pode preparar seu coração visse que ano que vem tem mais.

Rodolffo: tem nada... Nem pensar. Dá certo não.

Juliette: tu sabe que eu quis o Gabriel, e se eu quiser outros 2 ou 3 filhos tu vai me dá, isso não tem discussão Rodolffo, e eu tô parindo, pare de muido homi.

Rodolffo: tá bom Juliette. Deixa essa discussão pra depois.

Juliette: não tem depois, ela tá encerrada aqui. Aiiiiiiii.

Rodolffo: acelera aí, se não a muié vai parir aqui. - ele disse em voz alta.

Opostos que se atraem Onde histórias criam vida. Descubra agora