Capítulo 72: Um carinho de amor

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Alguns dias depois...

Hoje tem 45 dias que nosso Gabriel nasceu e nesses últimos dias a rotina com ele tá mais pesada. Não sei se por ele estar mais ativo ou se por nós estarmos mais preocupados.

Juliette dormiu muito pouco a noite e está bem cansada. Depois que ela deu de mamar a ele, eu fiquei com ele no colo, a verdade é que ele ama um colo e mesmo a minha mãe e a minha sogra dizendo pra Ju não dá colo o tempo todo, ela insiste e ele tá manhoso. Resumindo ele não quer desgrudar de nós, e tem certa resistência com a babá. Ele é esperto, nos reconhece rápido e até com a minha mãe ele tem chorado, infelizmente isso tem afetado a Ju e eu tento sempre dá esse apoio a ela.

Estou aqui com o Gabriel, passeando no jardim, dando um banho de sol nele. Me sento com meu filho no balancinho e ele olha tudo de olho arregalado.

Rodolffo: filho, hoje cê promete deixar sua mamãe descansar um pouquinho mais? Gabriel sua mãe tá muito cansada.

Gabriel olhou pra mim com um jeitinho engraçado que só ele tem e deu um gritinho.

Rodolffo: cê gosta da sua mamãe né? Eu também a amo demais. Ela é tudo pra mim Gabriel, você e ela são o meu mundo. Você é nosso anjinho caído do céu.

Gabriel já ria e instintivamente se pôs a mostrar aquele sorriso banguela pra mim.

Rodolffo: vamos tomar um banho bebê? Papai te dá um banho bem gostoso. - falei lhe dando vários beijos.

Levei ele que estava sapequinha hoje para dentro de casa e lhe dei um banho, em seguida fiz uma massagem que o deixou bem tranquilo e relaxado. Não demorou muito e ele dormiu. Ele dorme bonito igual a Ju, e seu rostinho cada dia se parece mais com ela. Com extremo cuidado o coloquei no berço, liguei a babá eletrônica e fechei a porta.

Voltei para o meu quarto por que agora eu quem precisava de um banho. Olhei pra cama em busca da Juliette e ela não estava. Ouvi o barulho do chuveiro ligado e eu sabia que ela estava no banheiro.

Não resisti em ter aquele momento com ela, me despi e fui tomar banho com a minha esposa. Eu sabia que não tínhamos muito tempo e conversamos sobre isso ontem.

Entrei no box e ela lavava seu cabelo e eu a ajudei na tarefa. Era algo que eu gostava de fazer, me dava prazer cuidar da minha mulher. Juliette sorria para mim e eu depositei um beijo em sua bochecha. Tomamos nosso banho juntos sem segundas intenções, apesar que eu a queria demais mas nesse momento eu não queria que ela se sentisse pressionada a nada e eu notei que ela estava um pouco travada.

Juliette: cadê o Gabriel?

Rodolffo: tá dormindo. Ele hoje estava relutante mas fiz ele ficar calmo com a massagem.

Juliette: Rodolffo eu tô me sentindo uma péssima mãe. - ela falou enquanto levava as mãos ao rosto.

Não fazia ideia que ela se sentia assim.

Rodolffo: Ju, cê é uma mãe maravilhosa.

Juliette: eu não sou... Eu amo o Gabriel mas ando tão cansada nesses últimos dias, nesse salto de desenvolvimento dele, que não sei se vou aguentar.

Rodolffo: claro que cê vai aguentar amor. Vai sim e eu estou aqui com você, nunca estará sozinha. Eu não vou soltar sua mão.

Ela me abraçou e encostou sua cabeça no meu peito. Ficamos ali por minutos, em completo silêncio só ouvindo um a respiração do outro.

Juliette: Rodolffo...

Rodolffo: oi...

Juliette: tu sabe...

Rodolffo: eu sei. - eu virei meu rosto de frente ao seu. - mas eu não quero que você se preocupe com isso, temos todo o tempo do mundo.

Juliette: eu te quero. - ela falou me olhando nos olhos e com uma mão depositada no meu rosto. - eu preciso do teu amor.

Nos beijamos e eu sentia muita saudade daquele beijo e de senti-la tão pertinho assim de mim, mas eu vi em seus olhos duas coisas distintas e que me bloquearam naquele momento: havia desejo mas também havia medo, e confesso que eu também tinha, lemos sobre isso recentemente e vi que ela teme a possível dor sentida no pós parto e tudo que não quero hoje é que ela sofra.

Terminei por abraçá-la e trazê-la para junto a mim.

Juliette: por que não? - ela me perguntou.

Rodolffo: por que te amo.

Ela não me perguntou ou me disse mais nada, assim como Gabriel ela dormiu serenamente nos meus braços e eu também adormeci. Dormimos tanto que só acordamos na hora do almoço.

*********

Em algum lugar de Brasília.

Um aparelho de som toca.

"Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável, é dor incrível
Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável, é dor incrível
É como mergulhar no rio e não se molhar
É como não morrer de frio no gelo polar
É ter o estômago vazio e não almoçar
É ver o céu se abrir no estio e não se animar
Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável, é dor incrível
É como esperar o prato e não salivar
Sentir apertar o sapato e não descalçar
É ver alguém feliz de fato sem alguém pra amar
É como procurar no mato estrela-do-mar
Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável, é dor incrível
É como não sentir calor em Cuiabá
Ou como no Arpoador não ver o mar
É como não morrer de raiva com a política
Ignorar que a tarde vai vadia e mítica
É como ver televisão e não dormir
Ver um bichano pelo chão e não sorrir
E como não provar o néctar de um lindo amor
Depois que o coração detecta a mais fina flor".

Várias fotos de Juliette compõe a empoeirada escrivaninha, são vários momentos registrados, incluindo até fotos que ela nem sabe da existência que revelam detalhes íntimos do seu corpo.

Paulo: gostosa. - fala admirando uma foto que ele tirou de Juliette tomando banho. - Eu ainda terei seu corpo junto ao meu de novo, no nosso encaixe perfeito. Eu sou fascinado por você meu amor e por tudo que vivemos juntos. Está muito perto minha rainha, nossa hora vai chegar e iremos fugir juntos Juliette para longe, muito longe daqui.

...

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