Capítulo 77: Imprevistos - 2

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*Contém Violência - contra indicado aos sensíveis.

Paulo entrou dentro do camarim e eu mentalizei que alguém iria nos tirar daquele apuro. Rodolffo permanecia me protegendo mas totalmente exposto ao que esse monstro pretende fazer com ele.

Paulo: meu caro Rodolffo, sempre quis esse encontro épico contigo.

Rodolffo: seu ridículo. Cê não cansa de infernizar a nossa vida não. Vai fazer o quê com essa arma? Me matar? Tá esperando o quê pra fazer?

Paulo: cale a boca, o único ridículo aqui é você. Você é um imbecil.

Rodolffo: mas a Ju ama o imbecil aqui e a ocê não.

Rodolffo enfrentava Paulo em alto tom e cada vez mais eu temia o pior.

Paulo: eu não conquistei a Juliette por sua causa seu caipira dos infernos mas por um dia ela foi minha. Como você lida com isso? - ele disse caçoando, que homem baixo.

Rodolffo: eu não lembro da sua existência, é assim que eu lido com isso, seu idiota.

Paulo: sabe Rodolffo, eu não terei piedade em estourar seus miolos. Inclusive farei com muito gosto.

Rodolffo: assassino! Você matou sua mulher e seu filho.

Paulo gargalhou alto.

Paulo: a conta que ninguém sabe é que eram dois. Aquela imbecil estava grávida de novo. Foi demais para mim. Eu não suportava ela e um filho, imagina dois.

Juliette: monstro. Tu é um demônio. - sai de trás de Rodolffo. - eu te desprezo e me arrependo amargamente de ter me relacionado contigo. Como teve coragem de matar a tua família?

Paulo: eu não os amava, era simples. Eu era jovem, tinha grandes sonhos e eles me bloquearam de tudo. Mas ao seu lado eu desejei que fosse diferente mas existia ele, sempre estava lá, nos pequenos detalhes esse caipira se fazia presente, nos seus sonhos Juliette, você chamava por ele dormindo.

Juliette: e por que tu não aceita isso? Por que insiste nessa loucura e nos aponta uma arma? Nem morta irei te amar Paulo, desista.

Rodolffo: se você fizer algo contra nós dois todos saberão que foi você. Não adianta fugir, te pegarão.

Paulo: eu odeio a sua voz, como eu te detesto caipira.

Escutei o disparar do gatilho mas a arma ao está apontada para a cabeça do meu marido falhou e Rodolffo automaticamente pegou o braço do Paulo e o torceu.

Rodolffo: agora eu vou acabar com você.

Paulo gritava para Rodolffo soltá-lo mas acho que ele acabou deslocando seu braço e em seguida o atirou no chão jogando a arma longe.

Rodolffo socou a cara de Paulo e logo o sangue desceu, foi terrível e nunca o vi tão furioso assim. Para falar bem a verdade, acho que ele nunca havia batido em ninguém na vida

Eu gritei desesperada por alguém e enfim se apresentou meu sogro e dois seguranças e conseguiram impedir que Rodolffo o matasse por espancamento. A verdade é que Paulo é um merda. Um homem que não tem vergonha, escrúpulos tão pouco marra para enfrentar outro cara a cara.

A polícia foi acionada e levou Paulo preso por que afinal ele já estava sendo procurado. Rodolffo e eu  também tivemos que prestar esclarecimentos e ele foi levado ao hospital para fazer curativo na sua mão machucada. Foi uma noite difícil mas por fim voltamos ao hotel.

Passamos para ver o nosso bebê que estava com as avós e graças a Deus ele está bem. Foi um susto terrível depois de um dia tão magnífico mas saber que agora Paulo está atrás das grades, deixa meu coração leve.

Chegamos no nosso quarto e Rodolffo permanecia em silêncio. Ele sempre fica mais sério quando coisas pesadas acontecem. Mas acabou virando-se para mim e me perguntou:

Rodolffo: Ju, cê tá bem mesmo?

Juliette: eu estou bem Rodolffo. Eu sinto muito por isso tudo.

Rodolffo: não sinta, cê não tem culpa de nada. A culpa é daquele psicopata do Paulo. Mas agora ele terá o quê ele merece.

Juliette: eu me sinto tão aliviada. É um fardo que sai em definitivo de nossas costas.

Rodolffo: graças a Deus. Eu sinto o mesmo.

Nos abraçamos.

Juliette: me perdoa por ter trazido tudo isso para nós.

Rodolffo: eu não tenho o quê perdoar, não é sua culpa. Ele te enganou e te fez acreditar num personagem.

Juliette: como eu fui burra. Meu Deus. Quando me lembro.

Rodolffo: não se lembre... Esqueça esse tempo. Sua vida hoje é outra, é aí meu lado.

Ele me deu um selinho apaixonado.

Juliette: obrigada amor.

Rodolffo: Ju, o quê cê queria me dizer naquela hora antes do Paulo entrar no  camarim? Você não terminou... Você está o quê? - ele disse olhando nos meus olhos.

Juliette: tu não esquece nada né?

Rodolffo: eu sou bom observador Juli. - ele me disse sorrindo.

Juliette: promete que não vai brigar?

Rodolffo: não sei... Talvez... Depende. - ele disse divertido.

Juliette: meu amor... - coloquei as duas mãos em seu rosto. - eu estou grávida de novo.

Rodolffo: cê tem certeza?

Juliette: absoluta. Espero nossa segunda herança.

Rodolffo: é uma menininha. A minha princesa. - ele disse todo bobo.

Juliette: eu não sei. Mas vamos amar o quê for.

Rodolffo: claro que sim, mas eu tenho certeza que é uma menina. Ju, obrigado por tanto. Eu tô muito feliz. - ele me disse com lágrimas nos olhos. 

Juliette: não precisa me agradecer por isso. Eu quero tanto quanto você.

Rodolffo: nunca vou cansar de dizer que te conhecer foi o maior milagre da minha vida. Eu precisava viver tudo isso... Precisava viver você.

O beijei com ternura e tenho o coração grato por poder viver um amor tão forte, intenso e que suporta as adversidades no caminho. Sou convicta de que tudo que nos aconteceu até hoje foi um plano de Deus, o grande arquiteto do amor.

...

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