Capítulo 41: Ainda não é a nossa hora

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Alguns dias depois...

Setembro de 2025, Senador Canedo.

Ligação de vídeo em andamento.

Rodolffo: oi amor. Como cê tá?

Juliette: eu tô um pouco tristinha mas vai passar. – ela me falou com lágrimas nos olhos.

Rodolffo: Juli não fica assim, não faz bem. Eu prometo procê que vou sair daqui e vou te ver mais tarde. Só não fui antes por que não pude.

Juliette: amor não é isso. Tu sabe o porquê estou triste. Rodolffo eu não estou grávida... Eu tava com tanta esperança. Tu tem ideia que eu já acariciava minha barriga achando que eu tinha um bebê aqui?

Rodolffo: calma meu bem... Nossa hora vai chegar. Eu tava um pouco ansioso também mas não era a hora Ju, vamos pensar assim.

Juliette: eu tô com cólicas... Tô triste e muito abalada. Acho que foi a primeira vez na vida que ficar menstruada me deixou mal de verdade. Eu não quero fazer nada e ficar deitada é o melhor pra mim.

Rodolffo: não precisa ficar assim... Temos muito tempo para tentar o nosso bebê. Ju, vamos deixar acontecer naturalmente. Quando a gente menos esperar, o nosso bebê virá.

Juliette: tudo bem amor. Eu tô te esperando visse. Te amo piruca.

Rodolffo: te amo pequena.

Ligação encerrada.

Juliette não estava bem emocionalmente. Na verdade nem eu estou. Faziam cinco dias que ela estava atrasada e estávamos animados demais, ele ia fazer o teste quando eu chegasse no Rio mas não deu tempo, ela acabou menstruando e ficou destruída e óbvio que eu não quero que ela fique assim. Ela é minha noiva e vê-la mal também me deixa assim. Nossa criança virá, eu creio, só não foi dessa vez ainda.

...

Minha chegada ao Rio foi tranquila e logo eu me encaminhei a sua casa e  chegando lá a encontrei deitada e ainda chorosa.

Rodolffo: como cê tá Juli?

Juliette: eu tô triste. Rodolffo eu não tô grávida... Por quê?

Rodolffo: só não é a hora... Mas ela vai chegar. Confia... Cê não pode ficar assim.

Juliette: eu sei mas não consigo me sentir bem. Mas eu vou melhorar.

Rodolffo: a investigação técnica na picape foi concluída.

Juliette: e o quê deu?

Rodolffo: deu desgate na engrenagem do freio, isso ocasionou uma falta de atrito entre a pastilha e o disco de freio, por esse motivo o carro não freiava.

Juliette: mas o quê isso significa?

Rodolffo: o técnico acredita que eu fui o culpado ou o Mudelo mas eu sempre tive cuidado com aquele carro. Não podemos incriminar ninguém.

Juliette: isso é muito estranho. Da próxima vez que mandar o carro na assistência tenha total cuidado e avalie bem o profissional.

Rodolffo: isso vou fazer com toda certeza.  Ter mais cuidado na próxima mas eu mandei ajeitar a picape, sou doido naquela máquina.

Juliette: tu gosta muito de ter as coisas por muito tempo né?

Rodolffo: olha pra você, eu te quero para o resto da vida.

Juliette: acho bom visse. E que seja exclusivo só pra mim... Saiba que eu não aceito divisões, aqui só soma ou multiplica. Tipo: 1+1= 3.

Rodolffo: isso tá errado, essa conta aí...

Juliette: não, está certinho... Tu e eu mais o nosso bebê, três. Depois seremos 4 e logo mais 5, o máximo é 6.

Rodolffo: muié... Isso é gente demais... Melhor ficar na tentativa dos 5 mesmo.

Juliette: é... Mas nunca esqueça que eu sou de humanas e não de exatas.

Eu ri da minha noiva arengueira mas não quis mais discutir, aproveitei o nosso tempo juntos e ela melhorou bastante o astral com o passar do tempo.

...

Mais um mês depois...

Outubro de 2025, Rio de Janeiro.

Juliette estava a minutos dentro  do banheiro com uns cinco teste de gravidez e simplesmente me proibiu de entrar lá. Isso tava me deixando numa ansiedade.

Rodolffo: ôh Ju... Cê quer me  matar é? Se for, tá conseguindo. Tô tendo um treco aqui, tô avisando.

Juliette: tenha paciência homi.

Resolvi abrir a porta mesmo contra a vontade dela.

Rodolffo: e aí, o quê diz esses trem aqui? – falei apontando para o teste.

Juliette tinha um olhar fixo nos testes e na verdade eu não entendia aquele olhar.

Juliette: todos negativos piruca. Com certeza esses sintomas são de TPM, eu não estou grávida. – ela disse enquanto lágrimas rolavam no seu rosto.

Rodolffo: calma... – e abracei.

Novamente ela ficou triste mas eu também estava.

Foi um mês de preparação, ela checou todas as datas férteis, garantindo que iria engravidar mas parece que não é tão simples quanto parece.

Juliette: acho que não vou conseguir engravidar.

Rodolffo: não pense assim Ju, por favor.

Juliette: se eu não conseguir gerar um bebê, tu continuará me amando?

Rodolffo: eu te amo, não a amo ligada a uma condição... Te amo por você, e se nunca tivermos filhos, isso não vai mudar. Nunca mais pense assim. E não quero que cê fique com essa ideia fixa de gravidez, não tem te feito bem. Acho melhor voltar a usar preservativo e...

Juliette: não... Por favor, não quero desistir. Prometo que não vou ficar triste a cada ciclo, eu só não quero desistir de termos um bebê.

Rodolffo: entenda que sua dor me dói, não quero que isso se torne um fardo. Vamos relaxar e deixar que tudo se ajeita com o tempo.

Juliette: obrigada por ser tão compreensivo. Cada dia me convenço mais do quanto sou abençoada por ter você. Obrigada por tudo piruca.

Rodolffo: eu tô aqui, sempre estarei aqui amor. Não chora mais.

Abracei a minha mulher e lhe dei o amparo que ela precisava. Juliette se sentia frágil e eu precisava ter forças para lhe dá segurança e paz. Um bom parceiro deve ser assim e apoiar sua amada em todos os momentos.

Mesmo que nem todos os dias eu fosse tão forte quanto gostaria, buscar essa força era essencial. Se ela ficasse triste e eu também ficasse não teria ninguém que pudesse ser um porto seguro para ela, eu quero que ela se sinta segura e que nada a faça sofrer.

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