Os dias que se seguiram foram incríveis em Noronha. Juliette e eu conseguimos aproveitar ao máximo e hoje estamos na véspera da nossa volta para Goiânia.
Graças a Deus Juliette não tem tido enjôos tão expressivos e tem conseguido se alimentar e curtir os passeios.
É fim de tarde e estamos sentados embaixo de um banco de areia.
Juliette: eu amei tanto estar aqui com você. Acho que nem tenho muito o quê falar. Só posso te agradecer por tudo isso e por ser minha paz, meu abrigo.
Rodolffo: cê que é isso pra mim. Ju, eu queria uma viagem incrível e acho que conseguimos né?
Juliette: sim conseguimos. Só não gostei por um ponto...
Rodolffo: diga o quê foi... Ainda temos tempo para resolver. Quer passear em algum lugar?
Juliette: sim... Eu quero. - falou se aproximando de mim um pouco mais.
Rodolffo: pois diga onde é que vamos.
Juliette: a lua de mel foi maravilhosa mas tu só me amou uma vezinha Rodolffo. Por quê?
Rodolffo: por que eu reparo que você fica enjoada depois. Não quero te ver doente. Vamos esperar cê ficar um pouco melhor.
Juliette: hoje eu estou super bem e disposta.
Rodolffo: Juliette... Cê sabe o quê fazer para conseguir o quê quer. Então vamos para o chalé. - falei tentando me levantar mas ela me impediu.
Juliette: estamos sozinhos aqui, escondidos. Eu quero ser sua aqui.
Rodolffo: não Ju... Vai te machucar... Isso não tá certo. Eu não concordo.
Juliette: eu não quero em outro lugar. Quero aqui. - disse firmemente.
Rodolffo: cê sabe me dobrar né? Muié braba.
Ela me puxou para mais perto dela e me envolveu num beijo demorado. Nos escondemos no máximo e também já estava ficando de noite. Considerei aquele ato perigoso por vários motivos: estávamos embaixo de um banco de terra que poderia cair sobre nós; poderíamos ser flagrados a qualquer momento por algum banhista ou nativo; eu tinha medo de machucar a Juliette de alguma forma e a pior das hipóteses poderíamos ser picados por uma cobra, já que ali nos foi informado que estava aparecendo bastante. Foi um sexo prazeroso e Juliette parece que amou estar diante de tantos perigos.
Rodolffo: graças a Deus não estamos soterrados.
Juliette: ah homi dramático. Deixa de medo Rodolffo... Foi uma delícia.
Rodolffo: foi é? - falei lhe dando um beijo gostoso na boca.
Juliette: tu não pode me abandonar. Eu não tô nem com barriga ainda. Tem que cuidar de mim direito se não vou dizer a painho, visse. - ela disse manhosa.
Rodolffo: Juliette, cê não brinca.
Ela ficou brincando comigo e partiu correndo para o mar.
Rodolffo: cê não corre Bastiana. Lembra do menino muié.
Sai correndo atrás dela por que essa minha esposa é impossível.
Depois retornamos ao chalé. Fui pedir umas coisas para agente comer e Juliette foi tomar banho. Tudo estava bem até que ouço ela me chamar com voz desesperada.
Juliette: pirucaaaa... Venha aqui homi.
Rodolffo: que foi Ju? - entrei assustado dentro do banheiro.
Juliette: olha... - Juliette apontou para a parede do banheiro.
Rodolffo: Ju, é uma coral. Nossa senhora. Não me falaram nada de coral aqui.
Juliette: é muito venenosa Rodolffo. Eu tô toda tremendo do susto.
Rodolffo: susto não é bom mas fica calma. Termina seu banho que eu tô aqui. Vou chamar o pessoal do hotel para tirar.
Ela tirou o sabonete do corpo e saiu do box do banheiro. Chamei o pessoal que remove cobras e eles vinheram, graças a Deus ela estava relativamente longe da Ju mas ainda assim fiquei com medo do susto que ela levou. Sei que mulheres grávidas podem ter abortos por causa de sustos.
Rodolffo: Juli, cê tá bem mesmo?
Juliette: tô só com um pouco de vontade de vomitar mas já passa. Tomei remédio.
Rodolffo: nenhuma dor ou outra coisa?
Juliette: não, estou bem. Não precisa ficar tão preocupado.
Rodolffo: ainda vamos dormir hoje aqui, mas me prometa que se sentir qualquer coisa vai me dizer.
Juliette: eu prometo.
Rodolffo: tá bom.
...
No chalé ao lado.
Ligação telefônica em andamento.
Estevão: patrão o presente foi entregue. A buchuda ficou passando mal.
Paulo: que maravilha. Nada melhor que uma cobra para esse estimado casal.
Estevão: é um grande presente. A mulher nem barriga tem e o otário é num alisado grande.
Paulo: deixa ele. O quê é dele tá guardado. Bom serviço rapaz.
Estevão: obrigado senhor.
Ligação off.
...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Opostos que se atraem
FanfictionOpostos não deveriam se atrair, mas se atraem. Quando isso acontece um turbilhão de emoções surgem e também muitos conflitos internos e externos. É possível vencer tantas diferenças e ter uma relação plena e feliz? Essa é uma história para viajar n...