Capítulo 60: Nossa lua de amor - 2

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Os dias que se seguiram foram incríveis em Noronha. Juliette e eu conseguimos aproveitar ao máximo e hoje estamos na véspera da nossa volta para Goiânia.

Graças a Deus Juliette não tem tido enjôos tão expressivos e tem conseguido se alimentar e curtir os passeios.

É fim de tarde e estamos sentados embaixo de um banco de areia.

Juliette: eu amei tanto estar aqui com você. Acho que nem tenho muito o quê falar. Só posso te agradecer por tudo isso e por ser minha paz, meu abrigo.

Rodolffo: cê que é isso pra mim. Ju, eu queria uma viagem incrível e acho que conseguimos né?

Juliette: sim conseguimos. Só não gostei por um ponto...

Rodolffo: diga o quê foi... Ainda temos tempo para resolver. Quer passear em algum lugar?

Juliette: sim... Eu quero. - falou se aproximando de mim um pouco mais.

Rodolffo: pois diga onde é que vamos.

Juliette: a lua de mel foi maravilhosa mas tu só me amou uma vezinha Rodolffo. Por quê?

Rodolffo: por que eu reparo que você fica enjoada depois. Não quero te ver doente. Vamos esperar cê ficar um pouco melhor.

Juliette: hoje eu estou super bem e disposta.

Rodolffo: Juliette... Cê sabe o quê fazer para conseguir o quê quer. Então vamos para o chalé. - falei tentando me levantar mas ela me impediu.

Juliette: estamos sozinhos aqui, escondidos. Eu quero ser sua aqui.

Rodolffo: não Ju... Vai te machucar... Isso não tá certo. Eu não concordo.

Juliette: eu não quero em outro lugar. Quero aqui. - disse firmemente.

Rodolffo: cê sabe me dobrar né? Muié braba.

Ela me puxou para mais perto dela e me envolveu num beijo demorado. Nos escondemos no máximo e também já estava ficando de noite. Considerei aquele ato perigoso por vários motivos: estávamos embaixo de um banco de terra que poderia cair sobre nós; poderíamos ser flagrados a qualquer momento por algum banhista ou nativo; eu tinha medo de machucar a Juliette de alguma forma e a pior das hipóteses poderíamos ser picados por uma cobra, já que ali nos foi informado que estava aparecendo bastante. Foi um sexo prazeroso e Juliette parece que amou estar diante de tantos perigos.

Rodolffo: graças a Deus não estamos soterrados.

Juliette: ah homi dramático. Deixa de medo Rodolffo... Foi uma delícia.

Rodolffo: foi é? - falei lhe dando um beijo gostoso na boca.

Juliette: tu não pode me abandonar. Eu não tô nem com barriga ainda. Tem que cuidar de mim direito se não vou dizer a painho, visse. - ela disse manhosa.

Rodolffo: Juliette, cê não brinca.

Ela ficou brincando comigo e partiu correndo para o mar.

Rodolffo: cê não corre Bastiana. Lembra do menino muié.

Sai correndo atrás dela por que essa minha esposa é impossível.

Depois retornamos ao chalé. Fui pedir umas coisas para agente comer e Juliette foi tomar banho. Tudo estava bem até que ouço ela me chamar com voz desesperada.

Juliette: pirucaaaa... Venha aqui homi.

Rodolffo: que foi Ju? - entrei assustado dentro do banheiro.

Juliette: olha... - Juliette apontou para a parede do banheiro.

Rodolffo: Ju, é uma coral. Nossa senhora. Não me falaram nada de coral aqui.

Juliette: é muito venenosa Rodolffo. Eu tô toda tremendo do susto.

Rodolffo: susto não é bom mas fica calma. Termina seu banho que eu tô aqui. Vou chamar o pessoal do hotel para tirar.

Ela tirou o sabonete do corpo e saiu do box do banheiro. Chamei o pessoal que remove cobras e eles vinheram, graças a Deus ela estava relativamente longe da Ju mas ainda assim fiquei com medo do susto que ela levou. Sei que mulheres grávidas podem ter abortos por causa de sustos.

Rodolffo: Juli, cê tá bem mesmo?

Juliette: tô só com um pouco de vontade de vomitar mas já passa. Tomei remédio.

Rodolffo: nenhuma dor ou outra coisa?

Juliette: não, estou bem. Não precisa ficar tão preocupado.

Rodolffo: ainda vamos dormir hoje aqui, mas me prometa que se sentir qualquer coisa vai me dizer.

Juliette: eu prometo.

Rodolffo: tá bom.

...

No chalé ao lado.

Ligação telefônica em andamento.

Estevão: patrão o presente foi entregue. A buchuda ficou passando mal.

Paulo: que maravilha. Nada melhor que uma cobra para esse estimado casal.

Estevão: é um grande presente. A mulher nem barriga tem e o otário é num alisado grande.

Paulo: deixa ele. O quê é dele tá guardado. Bom serviço rapaz.

Estevão: obrigado senhor.

Ligação off.

...

Opostos que se atraem Onde histórias criam vida. Descubra agora