Capítulo 24- Mergulho

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Eu quero isso. - Quebra o beijo para falar e volta a me dá um selinho. - Eu não quero ficar longe, você importa para mim. - Seus olhos se encontram com os meus, meus olhos se enchem de água. - Obrigada por isso.

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Valentina PVO.

Sou franca com Luiza, era verdade tudo o que estava falando, eu tinha medo do que isso podia ocasionar, mas eu queria correr esse risco, por mim, por ela, e acho que por nós. Sim, agora existia um nós.

Trocamos carícias e mais carícias, não havia maldade naquele momento tão pouco palavras, eu queria aproveitar aquilo ao máximo, sabia que teríamos uma série de barreiras a enfrentar, mas preferimos ficar deitadas no colo uma da outra, sentindo nossos cheiros, sob os nossos toques, o quanto podíamos, já que o para sempre parecia muito pouco para aquele momento.

Ignorei alguns chamados, eu sei, inconsequente, mas eu não queria sair da nossa bolha. Fizemos o almoço juntas, entre risadas, pelos péssimos dotes culinários de Luiza, e a forma como ela admirava cada movimento meu, até mesmo em virar um pedaço de carne. O clima estava muito bom, eu não poderia ter pedido por algo melhor. E isso me remetia a um tempo em que me senti assim, o tempo da faculdade, mas nada, nem mesmo esses pensamentos atrapalharia eu e Luiza.

Após nosso almoço quase romântico como dizia Luiza, entramos no carro para que eu pudesse deixa-la, ela estava radiante, um brilho diferente emanava de si, e eu conseguia ficar mais encantada ainda.

Desço do carro e peço para que gentilmente ela me espere, dou a volta e abro a porta para ela.

- Sério isso? - Seu sorriso se alarga de orelha a orelha.

- Não só isso. - Entrelaço nossas mãos e sinto o tão familiar choquezinho em meu coração, ela também está surpresa, o que eu considero algo bom, já que seus olhos estão brilhando. – Podemos? – Ela afirma com a cabeça.

Passamos a pista sob os olhares das mesmas pessoas de sempre que bebiam na casa delas, inclusive daquela garota. Eduarda que estava buscando algo no freezer percebe nossa chegada e nossas mãos dadas e seu sorriso se mostra largo.

- Meninas, vocês chegaram. - Fala alto o suficiente e tenho certeza que propositalmente para que todos ouvissem. - Vamos almoçar.

- Obrigada Eduarda, já almoçamos em casa. - Digo em alto e bom som entrando na brincadeira de Eduarda, sabendo que não era brincadeira.

Era hora de me separar de Luiza, minha expressão ficou dura, e um nó se formou em minha garganta, eu sentia como se estivesse deixando um pedaço de mim em algum lugar. Eu não queria largar ela agora, logo agora que a tinha, mas era preciso.

- Então eu acho que você já está melhor, eu já vou indo. - Dessa vez ela fica de frente para mim, sabendo que havia uma plateia assistindo. Eu a abraço. - Eu não retiro nada do que eu disse. Tudo era verdade. - Digo em seu ouvido baixinho.

- Eu sei, Valen. - Seu sorriso é lindo.

- Vai a aula certo? - Pergunto preocupada, eu tinha muito zelo pelos estudos de Luiza.

- Sim, mamãe. - Ela brinca e eu solto uma risada de sua brincadeira.

- Vou te esperar chegar. - Digo com carinho, tirando uma mexa de cabelo de seus olhos.

- Valentina, não precisa. - Ela diz isso, mas sabia que seria a mesma coisa de me pedir para ir.

Dou um beijo em seu rosto na frente de todos e saio dali, vendo-a sorrir pela última vez.

A tarde na base foi tranquila, levei apenas um breve chamado de atenção de meu superior por ligação, mas nem isso havia tirado minha felicidade. Liguei para Rodrigo e contei o que havia acontecido. Como amigo ele ficou feliz que em tempos não me via assim, e como amigo também perguntou se era isso mesmo que eu queria, fazendo questão de pontuar tudo o que poderia dá de errado, mas nem isso mudou minhas feições.

Até o Para Sempre - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora