Capítulo 45- Reanimação

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Eu o amo, com a minha vida, tudo o que eu sou independente do que ele me fez, eu devo a ele, porque é na ausência dele que eu vejo como os pequenos detalhes me fazem falta, porque até defeito Valentina, vira saudade. Pensa nisso por favor.

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Luiza PVO.

Fez-se silêncio, eu chorava descontroladamente nos braços de Valentina e ela apenas me sustentava sem dizer nada, com sua respiração ofegante sobre meus cabelos eu sabia que tinha uma pequena frecha ali.

- Tudo o que seu pai fez, por mais horrível que tenha sido, se despeça dele, porque você nunca mais o verá ou o terá na sua vida, se ele quer se retratar, se ele quer te pedir uma nova chance, aceite, Valentina. - Eu falava com todo o meu coração aberto. - Esteja com ele em cada segundo que você poder, porque cada segundo será o seu último, porque quando ele for Valentina, por mais que você tenha ódio por ele, você sentirá uma dor dilacerante, incapaz de ser descrita em palavras, e querendo ou não, uma parte sua morre junto. - Por fim limpo minhas lágrimas que insistiam em cair sem minha permissão, eu já sentia uma dor forte de cabeça, me levanto. - Te espero na cama.

Valentina PVO.

Nunca vi Luiza tão derrotada e para baixo como hoje, suas palavras, sua história, eu não gostaria de ter vivido ou vivenciado nada disso, eu não sei se estou pronta para perdoar vários anos de humilhações, ofensas, mágoas, mas cada palavra sua havia me marcado.

Deito-me na cama ouvindo a respiração forte de Luiza que estava de costas para mim, não sabia se deveria interferir nesse momento ou não, ela havia chorado demais e agora respirava só pela boca, dou a volta na cama dando um beijo em sua testa e olhando nos seus olhos espero que ela tenha entendido que seria até para sempre.

Me deito e me aconchego meu corpo no seu, não dava para explicar a sensação de paz que eu tinha nesses momentos, só sei que o que quer que eu decidisse, Luiza estaria do meu lado, sim, ela estaria do meu lado, e era nisso que eu me confiava. Adormeço sentindo seu cheirinho.

Acordamos cedo, mais disposta e com algumas coisas em mente, Rodrigo e Tayla já estavam preparando o café da manhã, elas iriam dá uma força no SAMU, Tayla em breve iria viajar para receber seu diploma de médica, e Chris estava para chegar, o apartamento com certeza ficaria pequeno para tanta gente, mas eu estava agradecida por ter a presença de todas essas pessoas que eu tanto amo.

Luiza? Estava desanimada, acredito que pelas lembranças da noite anterior, tentei anima-la fazendo aviãozinho para ela comer o cereal que estava em sua tigela intocável, mas nada, era o momento dela e eu estava ali caso ela precisasse.

- Tayla, tenho uma coisa para falar com você. - Digo no pé do ouvido de minha irmã que estava fazendo ovos mexidos.

- O que é? - Reviro os olhos, maior que a beleza da minha irmã, era sua curiosidade.

- Seus ovos vão queimar. - Digo e saio sabendo que a irritei, amava uma discórdia entre irmãs. Era saudável.

SMS Harry: chamado de trauma! Sem socorrista disponível pode vim?

- Meninas vamos rápido, trauma para checar. - Saímos todas apressadas.

Paciente sexo masculino, 20 anos, queixando-se de dor abdominal e dor nos membros inferiores devido ao trauma/acidente que tinha acabado de sofrer. Estável com o cordão cervical realizamos o XABCDE do trauma, classificado em 14 na escala de Glasgow.

- O que aconteceu? - Pergunto a familiar que chorava.

-Ele subiu no telhado para tentar consertar a antena de TV da casa de seus pais. – A mulher me relatava.

Até o Para Sempre - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora