Capítulo 34- Trem Bala

1.2K 96 79
                                    

- É a Eva, e não aconteceu nada. - Eva? Me ligando? - É, que, bem eu queria te convidar para um jantar aqui em minha casa, jantar em família.

xxxxxxxxxxxxxxxxxx

Eu aceito prontamente, mas logo que desligo o telefone ele toca novamente dessa vez do hospital municipal.

- Boa tarde, Dra. Valentina? - A voz feminina pergunta do outro lado da linha.

- Sim, ela mesma. – Afirmo do outro lado da linha.

- É da recepção do hospital municipal de Trairi, Dr. Gabriel pediu para contata-la, ele pediu que se possível desse uma passada aqui, ele está com um caso difícil. - Ela diz nervosa.

- Claro, avise que já estou indo. - Mando rapidamente uma mensagem para Sophia explicando a situação.

Chegando no hospital entendo rapidamente que era um parto difícil, o cordão umbilical estava enganchado no bebê, o pulso da criança estava muito fraco, era necessária uma cesariana de emergência.

- Ainda bem que você chegou. - Finalmente encontro Gabriel enquanto estou me trocando, ele me atualiza do caso, e que o hospital estava alvoroçado por ser o parto da filha de um político influente. - Eu respeito todos os meus colegas médicos, mas devido os últimos acontecimentos só consigo sentir segurança em fazer isso com você. - Fico agradecida por sua confiança em mim, eu era grata a ele.

- Ei, vamos vai dá certo. - Estendo meu punho para ele rebater.

- Atenção, vamos remover a paciente para a sala de reanimação, com muito cuidado, devagar e sem movimentos bruscos. - Aviso a equipe de enfermagem ali presente. Haveria muito sangue e isso tinha que acontecer em uma sala mais preparada, apesar das poucas coisas que tinha.

- Harry traz a UTI móvel, estou com uma grávida e vai ser necessária a remoção o caso é grave. - Pelo menos agora essa ambulância estava sendo útil e estava sendo utilizada ao invés de ficar parada.

- Sim senhora, estamos chegando. - Eu desligo e me encaminho para entrar na sala que era no início do hospital dada com a recepção, tinha muitas pessoas e um deles me para.

- Você é a médica que vai cuidar da minha esposa? - Isso não vai ser nada agradável, era assim, em cidade pequena só era respeitado quem fosse médico, o enfermeiro não tinha conhecimentos necessários, isso seria difícil.

- Médica não, enfermeira, prazer, Dra. Valentina Reis. - Suas feições mudam para medo, era porque eu era enfermeira e não médica. Era notório o preconceito.

- Doutora? - Ele diz sarcástico, mas temeroso.

- Sim, Doutora, com licença. - Sem mais deixo-o ali, e entro na sala para realizar o procedimento.

Foi muito complicado, ela perdeu muito sangue, tive que virar o bebê duas vezes, foi muito doloroso, tanto que ela desmaiou as duas vezes, o bebê foi retirado parado, mas conseguimos trazê-lo de volta, não sabemos quanto tempo ele estava parado dentro dela, ele precisava de uma incubadora com urgência e só havia em outra cidade, cerca de uma hora dali. E a mãe dado o sangue que perdeu e o procedimento tinha que ser transferida com a máxima urgência.

Gabriel foi atualizar a família e me chamou para ir junto, eu não queria ir, mas ele insistiu que eu fosse.

- É uma menina, a situação é complicada os dois precisam ser transferidos, mas estão respirando e estáveis. - Alguns familiares ali comemoram, o marido fica mais distante ouvindo tudo. - Eles serão removidos pela UTI móvel que o SAMU, através da doutora Valentina nos deu essa incrível ideia. – O homem continuava me analisando, aquilo já estava começando a me incomodar.

Até o Para Sempre - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora