Capítulo 10- Infiel?

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- Me desculpe senhorita justa. Quem sabe uma próxima vez não seja. - Seu ônibus estava se aproximando, ele já estava funcionando, era grande e espaçoso. Então a vi entrando e assim ela partiu.

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Valentina P.V.O.

A semana passou relativamente rápido, nada de muito importante havia acontecido. Aulas, consegui concluir meu Doutorado, agora eu era oficialmente Doutora em Enfermagem. E Rodrigo conversou com a comissão e eles autorizaram meu novo trabalho, mas com a condição de que eu também seria Coordenadora de Enfermagem, dando aulas às segundas e quartas, e faria consultoria as terças. Na quinta me arrumaria para ir viajar ao novo trabalho. Seria corrido, mas eu estava animada.

Eu e Luiza tínhamos nos encontrado no barzinho todos os dias da semana, conversando com as amenidades. Aquela seria minha última sexta-feira no barzinho, mas ela não sabia, ainda. Apesar de Luiza ser minha aluna, era visível sua inteligência e maturidade, e todos os dias ela estava de uma forma diferente, era intrigante. Nossas vidas pessoais eram mantidas em segredos por ambas. E pela primeira vez mudei minha postura de professora rígida, e me via ali com uma aluna, onde não nos tratávamos como tal, a conversa fluía e era divertido.

Luiza P.V.O.

Aula de Valentina passou extremamente rápido hoje, bebemos a semana inteira praticamente naquele barzinho, e pelo olhar dela ao sair de sua sala presumo que ela vá para lá e espere que eu vá também. Estar com Valentina era divertido, mas me deixava nervosa, ela era, minha professora. E suas histórias me cativavam, me arrancando risadas e diferente de antes onde ela me dava gatilhos, agora me arrancava boas gargalhadas.

-O senhor me avisa quando for dá partida no busão love? - Meu motorista era uma pessoa adorável e queria que nós aproveitássemos o máximo da nossa vida acadêmica, ali ele era nosso responsável, mesmo sendo todos maiores.

Antes de atravessar, já vejo aqueles cabelos negros brevemente ondulados está noite entrando no bar, mesmo que não estivesse a dez minutos vendo-o, eu o reconheceria. Ela está lá, na mesma mesa de sempre e já fez até o pedido, vodka. Suas mudanças de gosto de bebidas eram totalmente aleatórias e desconexas e eu adorava já que bebia de tudo.

-Boa noite, Doutora Valentina. Essa cadeira está vazia? - Sorrio em sua direção e recebo uma bela de uma recepção, seu par de olhos verdes se encontram com os meus castanhos, e no final um sorriso, onde ela puxa a cadeira em silêncio para que eu me sente.

-Fiquei me perguntando se a senhorita viria, ou se já havia enjoado da companhia desta velha ranzinza aqui. - Rimos juntas com sua menção de idade, ela provavelmente estava a uma dose a minha frente. A contar pelo tempo que foi apenas de atravessar a rua, mas conhecendo a forma como ela bebia essa semana, deveria ser a segunda ou a terceira.

-Enjoar? Acho que não, gosto da sua presença, doutora. - Sem querer eu não tenho controle de minha língua e as palavras saem, eu nem havia bebido. Meu rosto cora na mesma hora, ela percebe e sorri.

-Também gosto da sua, e gosto do doutora. - Gargalho de seu ego. - Estou tão aliviada que terminei esse doutorado, achei que sugaria minha alma.

- Me fala qual o segredo? - Olho em seus olhos fixamente, e a vejo sem entender? - O segredo do sucesso boba. - Rimos novamente.

- Luiza, agora falando sério, eu não tenho obrigação de te falar, mas pela última semana acho que seria legal você saber. - Ela pede mais duas doses, enquanto fico apreensiva na cadeira, será que ela iria embora? Dá aula em outra faculdade? Uma tristeza me abate, e ela percebe de imediato. - Calma, deixa nossas bebidas chegarem.

Valentina P.V.O

Peço duas doses antes de contar sobre meu novo trabalho. Ela me parece triste mesmo antes de saber do que se trata e as bebidas estão demorando. Quando ergo meus olhos de Luiza, não posso acreditar no que meus olhos estejam vendo. Uma Andrea em fúria está vindo em minha direção e de Luiza.

Me levanto rapidamente me adiantando antes que a mesma chegue a mesa e ofenda Luiza sem necessidade.

-Andrea pare. Vamos embora, não faça nada com que você vá se arrepender. - Tento expressar a maior tranquilidade do mundo.

-Embora? Eu estava certa esse tempo inteiro, você estava me traindo! - Uma fúria em forma de Andrea fala alto suficiente para poucas pessoas ouvirem, e Luiza se virar e olhar em nossa direção. Ela ouviu.

- Que eu saiba essa não é bem a história aqui, mas isso não é assunto a ser conversado aqui, Andrea. - A tranquilidade já tinha ido para o espaço, quando sinto alguém logo atrás de mim.

-Está tudo bem Doutora Valentina? - Na mais inocência ou não, Luiza se refere a mim daquela maneira. Esperta. Acho que ela já tenha sacado o que estava acontecendo ali.

- Doutora Valentina? É assim que gosta de ser chamada? - Minha visão escureceu naquele momento, mas eu não me sentia tonta. Era raiva, pego Andrea pelo braço, pouco me importando se a estava machucando ou não e muito menos se estava atraindo a atenção das pessoas.

Já longe do bar pego meu telefone e chamo um Uber.

-Nunca mais, eu vou repetir pacientemente para você entender, Andrea. Nunca mais você volte a fazer o que você fez hoje. - a grosseria em minha voz é o ponto chave e altura não estava me importando. - Nós não somos mais um casal. Entendeu? Não volta a me procurar.

Faço a gentileza de abrir a porta do Uber para que aquela peça entrasse relutante e fosse embora.

Merda, Luiza.

Luiza P.V.O.

Eu não sabia o que pensar daquela situação que havia presenciado. Será que eu havia causado problemas para ela?

Poxa, eu não queria causar problemas, e agora só saberia de algo segunda feira se ela ainda falasse comigo.

O caminho hoje para casa parecia mais longo, as músicas não me tranquilizavam, eu não sentia sono, minha cabeça não parava em um só segundo. Milhares e milhares de pensamentos e hipóteses. Minha cabeça começa a doer, você começa a pensar em um problema aí vem tudo junto. Isso é justo?

Eu não tinha nada que ficar bebendo com minha professora, deveria ter mantido os limites. Se ela era casada, óbvio que a esposa não sabia disso. AH meu deus! Será que Valentina era infiel? Pior!!! Será que ela queria trair a esposa comigo?

Até o Para Sempre - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora