Capítulo 33- Jantar

1.1K 85 43
                                    

- Que surpresa essa ligação minha filha, cansou de brincar de rebelde e quer voltar para os braços do papai?

xxxxxxxxxxxxxxx

- Que surpresa essa ligação minha filha, cansou de brincar de rebelde e quer voltar para os braços do papai? - Pronto quinze palavras e era suficiente para ele me tirar do sério.

- Olha aqui escuta bem o que eu vou te dizer, nunca mais, está me ouvindo? - Eu vocifero para o celular sobre o olhar de Rodrigo. - Nunca mais chegue perto de Luiza, tá me ouvindo? Ou eu vou esquecer totalmente que você é infelizmente meu pai e não responderei por mim. A partir de hoje me considere morta. Eu não faço mais parte de sua vida. - Dito isso desligo com raiva querendo jogar meu celular na parede. Rodrigo que estava ao meu lado me surpreende abrindo uma garrafa de Whisky, bebemos até tarde.

Luiza PVO.

Eu estava sendo medicada em uma sala separada dos demais, isso era coisa de Valentina, pelos próximos três dias eu iria evitar qualquer esforço, só receberia visita daqui a cinco dias e eu estava morrendo de saudades de Valentina, eu havia feito merda, eu sei, não posso imaginar pelo que minha família passou, e sinceramente não estava nos meus planos ter sido salva e estar acordada, eu não sabia o que fazer agora. Acho que nenhum suicida sabe o que fazer quando seus planos não dão certo.

Com esses pensamentos me sinto agitada, Davi o enfermeiro gentil e amigável com Valentina entra no quarto e percebe minha inquietação.

-Hey, eu sei que está com medo, mas eu preciso que você fique calma está bem? Para poder sair daqui logo e encontrar Lauren. - Não sei de onde ele conhecia Valentina, também não dá tempo perguntar, ele coloca algo em meu soro e adormeço.

Acordo um pouco aérea, pela luz que entrava em meu quarto, já estava no dia seguinte à minha chegada. Acho que estava passando tudo rápido porque na maior parte do tempo eu estou dopada.

- Aí. - Reclamo de Davi que estava retirando meu sangue, eu não tinha medo de agulhas, mas eu fui tão furada nos últimos dias que já estava toda dolorida.

-Desculpe. - Cuidadosamente coloca aquele adesivo infantil no meu braço.

- Que horas são? - Digo me levantando um pouco.

- Hora do seu café da manhã, 7 horas. - Ele aponta para o lado da minha cama, onde tinha uma bandeja com torradas, e uma jarra de suco. Pãezinhos recheados, e um caderno do lado, com uma árvore no meio com suas raízes caindo pela capa. - Cortesia da Dra. Valentina, mas você não vai contar para ninguém. - Ele pisca para mim.

Mesmo ali sem a ver, sem toca-la, ela se fazia presente, ela estava em tudo, em minha cabeça e especialmente em meu coração.

Abro aquele caderno e naquela primeira folha havia uma caligrafia que eu conhecia muito bem.

"Para minha querida namorada, Luiza."

Aquilo me emociona, aquela mulher não existia. Como alguém tinha coragem de magoar o coração daquela mulher?

- Davi? - Ele estava sorrindo para mim. - De onde você conhece a Valentina?

- Ela foi minha professora, a melhor professora inclusive. - O orgulho era evidente em sua voz, como se tivesse estudado com uma deusa da enfermagem. Pelo menos era assim que eu via ela. - Jamais recusaria um pedido seu. - Faz analogia aos últimos acontecimentos que ele permitiu, me comprovando o respeito que ele tinha por ela. - Fique bem para ela. - Dito isso sai da sala me deixando as sós.

Na folha seguinte havia uma mensagem para mim, me ajeito na cama procurando a melhor posição para ler o que minha Valentina havia escrito para mim.

"Meu amor, te envio esse caderno porque sei o quanto gosta de escrever e para que não se sinta só, como eu gostaria de estar ao seu lado e segurar em sua mão, usa-a para escrever para mim, quero ouvir você me contar o quanto se recuperou e que em breve voltará para meus braços, esses que se sentem vazios sem sua presença, em breve estarei do seu lado, eu te amo até o para sempre, sua VR."

Até o Para Sempre - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora