Capítulo 31- Eu te amo muito

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- Bem, ela tomou uma quantidade considerável de remédios e perdeu muito sangue. Foi por pouco, ela respondeu bem a hemodiálise, estamos observando, faremos exames neurológicos, cardiológicos, mental. Para saber os danos. - Eu estava começando a perder as esperanças. - Mas o prognóstico é bom, induzimos ela ao coma, mas quando tivermos a certeza de que ela está respondendo bem, iremos acorda-la. Ela vai ficar bem. - Eu não consigo controlar o choro, em anos eu não chorava tanto como havia chorado hoje. Era de alívio. Luiza ficaria bem. - Devo alertar que uma tentativa de suicídio é algo grave e eu aconselho a família a leva-la ao hospital de saúde mental, não é nada de outro mundo, lá profissionais da área irão cuidar dela, e em questão de semanas ou até um ou dois meses ela estará melhor, o que não se pode fazer é nada e deixar que ela continue sofrendo. - mais uma vez eu iria me separar de Luiza, aquilo estava começando a me desesperar.

Rodrigo chegou bem na hora me abraçando, tentando me confortar. Dr. Donovan então continua avisando que o tratamento inicial seria de 14 dias a um mês dependendo da evolução dela, mas que era imprescindível porque se ela ficasse sem assistência tentaria de novo. E talvez não tivesse tanta sorte. Estremeço só de imaginar isso.

Rodrigo, meu melhor amigo me abraça forte e todo o choro, a ficha, que eu ainda não tinha deixado escapar saiu para fora, me engasgando em soluços, eu não sabia o que faria se perdesse Luiza, eu estava tão apegada a ela, eu tinha sentimentos reais e verdadeiros por ela. Sim, eu, Valentina Reis, a prepotente, a intocável, estava rendida ali para aquela garota, totalmente vulnerável, eu sabia que ela estava passando por muitas coisas e eu trouxe ainda mais problemas.

- A culpa é minha Rodrigo. - Entre soluços me agarro mais ainda a ele. - Se eu não tivesse aparecido na vida dela, me envolvido com ela, nada disso estaria acontecendo. - Me agarro mais forte aos braços de meu amigo, que pede baixinho para eu não falar isso. Eduarda que estava próxima ouviu meu desespero e se aproximou. Se agachou olhando para mim com seus olhos inchados, vermelhos e lacrimejando.

- Eu não quero mais ouvir você dizendo isso, me entendeu? Você pode ser a Dra. pra todo mundo aqui, mas para mim você é a mulher que está se envolvendo com a minha irmã. - Ela me fala séria e eu retenho uma postura mais firme para ouvi-la, e tentar controlar o choro. - Luiza já sofria muito mais, antes de você ou qualquer pessoa aparecer, no fundo eu sabia que ela faria isso em algum momento, mas eu fui burra demais para não a ajudar. - Sua voz embarga e sei que ela está segurando o choro.

Rodrigo ouvia tudo atentamente, me desprendo de seus braços para me sentar corretamente e para Eduarda se levantar e sentar na cadeira a frente. Ela entende e assim faz.

- Eu sou muito grata a você por ter entrado na vida dela - dá uma pausa antes de dá continuidade se ajeitando na cadeira - eu não a via alegre, confiante, eufórica, a muito tempo, eu não a via nem sair do quarto para canto nenhum, ela era um zumbi, que só dormia e comia, e isso só mudou depois que você chegou. - Seu olhar tinha um brilho de carinho voltado para mim, lágrimas saem dos meus olhos diante daquela declaração. - Sinceramente se não fosse por você hoje, ela teria morrido em Trairi, assim como meu pai, esperando um leito de UTI. - Eu sabia que aquilo era doloroso demais para ela, Rodrigo volta a me abraçar quando percebe que voltei a chorar e Eduarda percebe a presença dela ali.

- Eu sou Rodrigo Tardelli, melhor amigo dessa branquela aqui. - Me abraça ainda mais forte. Eduarda assente e a cumprimenta, seus olhos se voltam para mim, e vejo-a chorar novamente.

- Você gosta mesmo dela? - sua voz embargada pelo choro, faz com que eu sinta sua angústia.

- Eu a amo. - Digo em volúpia. Ela se senta ao meu lado e me abraça, compartilhávamos do mesmo medo, medo de perder aquela garota, que de maneiras diferentes era tão importante para nós.

Até o Para Sempre - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora