Capítulo 3

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Maiara

nossos dias de folga terminaram em paz e estamos no nosso jatinho, rumo ao primeiro show da semana, que será em um evento cheio de cantores e duplas de sertanejo. puxo minha naninha, me cobrindo por conta do frio e começo a procurar algo pra mastigar, já que bateu a fome.

 Mara: irmã, cê tá procurando comida de novo?

Mai: é que eu tô muito ansiosa, metade, o Fernando vai estar lá e eu não quero trombar com ele...

Mara: calma, ele não vai ser burro de importunar a gente num evento aqueles, confia em mim

Mai: tudo bem...

depois de algumas horas de voo, fizemos o check-in no hotel e fomos direto pro tal evento que eu nem sabia o nome. Chegamos no local e tinha uma estrutura enorme de camarins, andamos de mãos dadas pelos corredores, procurando a porta com nossos nomes. Quando finalmente achamos, eu senti meu coração errar uma batida e gelar até a espinha.

Mai: não...não... ― aperto a mão da minha irmã ―

― gostou da surpresa, meu amor?

Mara: que ideia foi essa de pegar o camarim ao lado do nosso? tá perseguindo a gente? pede agora pra trocar ou eu retribuo o que você fez comigo há três dias atrás, só que bem pior, entendeu? ― minha irmã pressiona ele contra a parede ―

Mai: não compensa, irmã. Para ― olho pra ela ― uma hora ele vai parar

Minha irmã solta ele, que vai embora como se aquilo não tivesse feito diferença nenhuma. Nós entramos no camarim e começamos a nos arrumar, nosso show seria um dos primeiros da noite, então teríamos que ficar prontas rápido. Graças ao Bruno e o Julier, deu tudo certo e o nosso show foi maravilhoso.

Enquanto a Maraisa ficou tirando fotos com alguns fãs, eu voltei pro camarim, estava caminhando concentrada nos meus pensamentos quando alguém esbarrou em mim. 

― desculpa

Mai: sem problemas, eu só...

eu estava prestes a tocar uma maçaneta quando uma mão me puxou e colocou contra a parede. Ergui a cabeça e vi de quem se tratava. Tentei me soltar mas ele apertou meus braços com as duas mãos, provavelmente deixando marcas por baixo das mangas do vestido.

Mai: Fernando...

Fer: você já fugiu e se escondeu demais atrás da sua irmã, mas agora, estamos só nós dois aqui, você não tem escapatória

Mai: o que quer de mim? ―faço uma careta de dor ―

Fer: quero que faça o que eu mando e seja minha, como prometeu

Mai: eu já disse que não quero mais me casar com você... ― tento me soltar ―

com um impulso, ele ergue o joelho com força, me dando uma golpe na boca do estômago. Ele solta meus braços e eu caio de joelhos no chão. Chorando, levo as mãos ao estômago imediatamente, tentando suportar a dor. Não satisfeito, ele ergue meu queixo com a mão, apertando a minha mandíbula com os dedos.

Fer: você não vai ser protegida pela irmãzinha a vida toda, Maiara, foi você que quis ser minha, não tem mais volta, entendeu? Chega de ser covarde e ficar agindo como uma menininha assustada, eu sei muito bem que faz isso pra todos tenham pena, mas isso não funciona comigo.

a essa altura, não consigo mais conter as lágrimas. Ele crava as unhas na minha pele, sem se  importar se está me machucando.

Fer: você age como uma coitadinha e todo mundo te protege e trata como imaculada, mas eu vou acabar com essa sua vidinha medíocre. Você é só uma mulherzinha covarde demais pra reagir a qualquer coisa que eu faça, foi até corajosa quebrando as minhas regras, mas essa rebeldia acabou, Maiara Carla!

Ele fica em silêncio por alguns segundos e me joga no chão sem um pingo de dó. Enquanto some pelo corredor, eu fico aqui, encolhida no pé da porta, chorando todas as minhas lágrimas, que se misturam com as gotículas de sangue nas minhas bochechas.

Os minutos se passam e eu fecho os olhos, gritando mentalmente pela minha irmã, implorando que ela apareça e quase como se tivéssemos nos comunicado por telepatia, ouço o som dos saltos dela se aproximando e uma mão quente tocando meu ombro.

Mai: me ajuda... ― falo entre as lágrimas ―

Mara: calma, eu tô aqui, metade ― me pega no colo e entra no camarim ―

Minha irmã me colocou no sofá e imediatamente chamou todos da equipe,mandando arrumarem um carro pra nos levar pro hotel. Enquanto toda essa movimentação acontecia, eu só sabia chorar. Do lado de fora, pelo que consegui ouvir uma confusão estava acontecendo.

Gu: seu idiota! Bate em mulher né? Deixa eu bater em você pra ver se tu gosta!

Fer: e quem tu pensa que é pra se meter onde não foi chamado, moleque?

Gu: eu sou amigo das meninas e muito mais homem do que você!

Julier: PARA A BRIGA AGORA! OS DOIS!

Bru: ISSO AQUI NÃO É CABARÉ! PARO!

graças a rapidez da nossa equipe, chegamos no Hotel e a Maraisa me carregou no colo até o nosso quarto.

Mai: tá doendo, metade... ― ela me coloca na cama ―

Mara: aí no estômago é? Pera aí...

Mai: o que cê vai fazer?

ela me ajuda a tirar o vestido, me deixando só de lingerie e sua boca forma um "O" ao ver o enorme hematoma roxo no meu abdômen. Durante o resto da noite ela cuidou de todos os machucados que aquele idiota fez.

Nunca ● Maiara e MaraisaWhere stories live. Discover now