Capítulo 26

701 87 29
                                    

Dias depois

Maraisa

depois daquele susto, reforçamos a segurança e como não tinha mais como cancelar tudo, concluímos a semana de trabalho, voltando pra casa na nossa folga. Numa tentativa de esfriar a cabeça, a Maiara e eu viemos almoçar no shopping só nós duas, já que a Melissa insistiu em passar o dia com o Bruno.

Mara: não sei não, Maiara, eu acho que a gente não deveria estar andando sozinhas ― olho pra ela enquanto caminhamos de mãos dadas ―

Mai: já somos bem grandinhas, metade ― me olha e sorri sem mostrar os dentes ― tá tudo bem, relaxa...

Mara: você tem razão ― sorrio levemente ― vamos tomar um sorvete?

Mai: claro!

compramos o sorvete e fomos pro estacionamento. Peguei a chave do carro no meu bolso, mas antes de abrir a porta, olhei em volta. Minha intuição me diz que tem alguma coisa errada aqui.

Mai: o que foi? Por que você parou de repente?

Mara: alguma coisa tá muito estranha por aqui... ― me viro pra abrir a porta ―

Mai: deve ser só coisa da sua cabe...IRMÃ! ― se cala ―

me viro rápido e vejo um homem segurando a minha irmã e tapando a boca e nariz dela com um pano, mas antes que eu faça algo, sinto alguém me agarrando por trás e colocando alguma coisa no meu rosto. Tudo foi ficando embaçado e os sons abafados, meus olhos começaram a pesar.

...

Maiara

acordei assustada e imediatamente olhei pros lados, respirando um pouco aliviada ao ver minha irmã a minha direita.

Mai: ei! metade! ― chacoalho ela ―

Mara: hã? Que? ― acorda assustada ― Onde a gente tá?

Mai: e-eu não sei...

Olhamos em volta, parece ser um quartinho, é escuro, úmido e bem fedorento. Estamos em cima de um colchão velho, tem algumas cobertas a nossa esquerda e um travesseiro. De repente, uma porta se abre, deixando a luz do sol entrar um pouco. Um homem alto e barbado se aproxima de nós com uma cara nada amigável.

― olá, coisinhas! Gostaram do novo cafofo?

Eu e a Maraisa damos as mãos e grudamos uma na outra.

― olha, eu não tinha percebido...vocês são iguaizinhas, parecem até cópias

permanecemos caladas.

― vão me dizer quem é Maiara e quem é Maraisa?

eu encaro ele e minha irmã faz o mesmo.

― o gato comeu as línguas de vocês foi? Bem, não tem problema, terei tempo de sobra pra descobrir, afinal, vocês duas vão ficar nesse lugar imundo até eu receber novas ordens do meu chefe ― intercala o olhar entre nós duas ―

Mai: não!

― olha, ela sabe falar! ― se aproxima e aperta meu rosto com uma das mãos ― escuta bem, você e a sua irmãzinha são minhas reféns agora, eu recebi uma boa grana pra fazer esse trabalho sujo e pretendo não falhar.

Eu começo a chorar e a Maraisa me puxa, apertando meu corpo contra o seu.

Mara: não toca nela!

― calminha aí coisinha esquentada, as coisas por aqui não são tão fáceis assim, essas suas carinhas de neném não vão me fazer ter piedade de vocês ― fala em um tom ameaçador ―

Mai: vo-você vai ba-bater na gente?

― por enquanto não, coisinha chorona. Eu vou sair pra falar com o meu chefe e outro rapaz vai  ficar no meu lugar, nada de gracinhas, entenderam?! Ou vai ser pior pra vocês!

Mai: si-sim

Mara: vai ficar chamando a gente de coisinha é? Nós temos nome!

Mai: Maraisa! ― sussurro ―

― não me interessa, é coisinha chorona e coisinha esquentada 

Ele sai e tranca a porta, levando a chave consigo.





Nunca ● Maiara e MaraisaWhere stories live. Discover now