capítulo 12

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César Filho

Chegamos em casa e a Maiara relutou pra deitar, ela não quer dormir sem a Maraisa. Depois dela insistir pra eu não fazer isso por ser o irmão mais novo, fiz ela tomar um banho, colocar um pijama fofinho e fiquei na cama com ela. Minutos depois de finalmente cair no sono, minha irmã se agitou, provavelmente tendo um pesadelo.

César F: Mai...

Mai: NÃO ENCOSTA NELA! — levanta assustada e se senta — não...não...

César F: calma, maninha, foi só um pesadelo... — passo o braço por cima dos ombros dela — respira...

Mai: eu vi a Maraisa... — respira — eles levavam ela pra um tipo de quarto escuro... — regula a respiração — e machucavam ela...

César F: a Maraisa tá bem, amanhã ela volta pra casa...

Mai: eu tô sentindo um aperto no peito, o mesmo que eu sinto quando ela tá em perigo — me olha — irmão, a Maraisa não tá segura naquele lugar...

César F: irmã, você tá com sintomas de ansiedade, precisa se acalmar

Mai: mas nós... — olho pra ela — irmão...

César F: você precisa se acalmar e dormir, nós não vamos resolver nada desse jeito...

Mai: você tem razão...

Dei um remédio e ela dormiu a noite inteira. De manhã, pedi pro Bruno vir cuidar dela, deixei o café pronto e fui até a delegacia saber notícias da Maraisa.

César F: bom dia, policial!

— bom dia!

César F: eu gostaria de fazer uma visita a minha irmã, ela foi trazida pra cá ontem a noite.

— poderia me informar o nome da detenta?

César F: Carla Maraisa Henrique Pereira

Ele digita algo no computador, olha pra prancheta e enseguida pra mim.

— pelo que consta aqui, ela foi transferida meia hora atrás.

César F: como? Quem saiu com ela?

— dois soldados sairam com ela em uma viatura, senhor.

César F: por que não informaram a família dela? Pra qual penitenciária ela foi?

— infelizmente não posso formecer esses tipos de dados, sinto muito.

Saio da delegacia, entro no carro e antes de dar a partida, faço uma ligação. A Maiara estava certa, há algo muito errado nessa história toda.

Ligação on

— alô?

César F: oi Bruno! Prepara um chá pra Maiara, vou precisar que ela fique calma.

— por que? Aconteceu alguma coisa com a outra baixinha?

César F: quando eu chegar aí explico tudo, tchau

Ligação off

Cheguei em casa e encontrei a Maiara no sofá, conversando com o Gustavo Mioto. Respirei fundo e me aproximei da minha irmã, segurando a mão dela.

Mai: irmão, você tem notícias da minha metade? Ela veio com você? — olha pros lados —

César F: Maiara, quando cheguei lá, me disseram que dois policiais colocaram ela numa viatura e saíram. Eles sabem pra onde levaram a Maraisa.

Mai: sumiram com a minha metade? É isso mesmo?

Maiara

Escondo o rosto no peito do Gustavo e desabo, soluçando sem parar. O medo tomou conta de mim e tudo que eu consigo pensar é na Maraisa, sozinha e correndo perigo. Aperto o homem ao meu lado com toda a minha força, querendo que tudo isso seja só um sonho.

Mai: a minha Maraisa...minha metade...

Gu: calma, pequena...nós vamos encontrar a sua irmã...

Mai: promete? Promete que eu vou ter a minha Maraisa de volta?

Gu: prometo...

César F: eu sei que é difícil, mas você precisa aguentar firme, faremos o possível pra encontrarmos ela, ok?

Mai: eu acredito em vocês dois, mas... — olho pro meu irmão — quem vai cuidar de mim agora? Será que tem alguém cuidando dela?

Gu: sossega um pouco, logo logo você vai estar com ela de novo

Mai: eu acredito em você...

Nunca ● Maiara e MaraisaWhere stories live. Discover now