Maraisa
Parece que a minha irmã leu meus pensamentos. Chegamos em casa e eu me joguei na cama, encarando o teto. Será que eu devo adotar a menininha ou tô indo rápido demais? Será que é só coisa de momento? Adotar uma criança não é uma tarefa fácil e muito menos rápida, não posso me dar ao luxo de me arrepender no meio do processo.
Confusa, bati na porta do quarto da minha irmã.
Mara: podemos conversar?
Mai: claro! Eu já ia no seu quarto ver como você tá — se senta —
Mara: eu acho que tô bem, na verdade só um pouco confusa...
Mai: com? — cruza as pernas —
Mara: eu acho que você tava certa — sento na frente dela —
Mai: certa sobre o que?
Mara: aquela coisa de instinto materno... — gesticulo — eu quero adotar a Melissa
Mai: você o que?
Mara: quando eu olhei pra ela e ela olhou pra mim eu senti uma coisa estranha no meu peito, um sentimento diferente sabe? Parece que...
Mai: o seu coração escolheu ela, irmã — sorri — você sempre quis ser mãe
Mara: mas não é loucura eu ter sentido isso quando vi ela?
Mai: são coisas do coração — sorri levemente — vamos fazer assim, eu vou ligar pro orfanato e a gente organiza tudo pra Melissa vir passar o fim de semana com a gente, o que acha?
Mara: perfeito! Obrigada, metade! — pulo da cama —
Mai: é bom ver você alegre desse jeito — sorri —
●●●●
A Melissa chega amanhã a casa tá um caos. Eu e a Maiara ficamos empolgadas com a ideia de ter uma criança em casa e já começamos a preparar tudo, começando pelo lugar onde ela dormiria.
Mara: vamos dormir no seu quarto, ele é mais organizadoMai: ela pode dormir na cama com a gente!
Mara: e se ela não quiser?
Mai: a gente coloca ela no quarto de hóspedes, é do lado do meu, se ela precisar de nós estaremos perto.
Mara: eu não sei se é uma boa ideia, mas é o que temos
Demos uma checada na cozinha, nos armários e estava tudo pronto. Tínhamos comida pra criança, lugar pra dormir e pra ela guardar os brinquedos. Nos trocamos, pegamos a Melissa no orfanato e fomos na sorveteria.
Mai: olha que lugar lindo, pequena! Você gostou?
Mel: é muito cololido, titia! Tem até parquinho! Eu quelo binca!
Mara: quer escolher o sorvete primeiro? Depois você pode ir brincar
Mel: eu podo tomar sovete?
Mara: é claro que pode... — mostro o cardápio — mostra pra titia, qual você quer?
Mel: eu quelo esse!
Mara: tá bom, eu vou lá pedir e a titia Maiara vai levar você pra brincar
Mel: eeeeee!
Ela se lambuzou de sorvete e sorriu o tempo todo. Chegamos em casa e levamos ela direto pro banho, na banheira pra ficar mais divertido. Como não temos produtos infantis usei os da Maiara mesmo. A Melissa adorou o banho, como ela não tem pijaminha, vesti nela o que compramos no caminho, e ficou uma fofura.
Estava penteando o cabelinho castanho dela quando deixei uma lágrima cair, pensando na ideia de adotá-la. Eu tenho medo de não ser uma boa mãe ou de estar fazendo isso por algum impulso emocional.
Meus pensamentos vão embora quando sinto uma mãozinha gelada acaricia minha bochecha.
Mel: não chola, titia Malaisa...
Mara: tá tudo bem, meu amor, tudo bem... — pego ela no colo — vamos ver se a titia Maiara quebrou alguma coisa na cozinha?
Ela sorri. Após horas de brincadeira, chegou a hora de dormir. Eu e a Maiara estávamos terminando de arrumar a cama quando uma pessoinha tossiu, segurando seu ursinho.
Mai: oi Mel, a gente só tá termimando aqui e vamos te colocar pra dormir
Mel: eu quero mimi com vocês, titia...
Eu e minha irmã nos olhamos surpresas.
Mara: tu-tudo bem, você pode dormir com a gente
Me deito e a Maiara pega a Mel no colo e sobe na cama. Desligo o abajur e sinto uma pessoa se aconchegando em mim, quando olho pra baixo, vejo a Melissa agarrada em mim.
Mel: bo noite titia Malaisa, bo noite titia Balala...
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Nunca ● Maiara e Maraisa
Fanfictionbrigas são inevitáveis, em qualquer que seja o relacionamento. O Orgulho sobressai a lucidez e as palavras são cuspidas desenfreadamente, sem filtro algum. elas faziam parte do cotidiano de Maiara Carla, que se sentia sufocada de tanto viver no mei...