Nunca ● Maiara e Maraisa

capítulo 22

Meses depois

Maiara

Se passaram 3 meses desde que entramos com o processo de adoção e as coisas estão andando muito bem. Nós voltamos pros shows com o gás todo, estamos até preparando um dvd pra gravar no final do ano, os fãs vão adorar.

Eu estava no meu quarto, aproveitando minha folga pra dar uma olhada no repertório quando recebi um email do conselho tutelar, era a decisão do juiz, a guarda da Melissa é oficialmente nossa. Empolgada demais e anciosa pela reação da Maraisa, gritei ela, que veio correndo.

Mara: que que foi, criatura? Precisava gritar desse jeito?

Mai: olha aqui no computador, sua chata, depois briga comigo! — puxo ela —

Depois de ler cuidadosamente, minha irmã tapa a boca com as mãos e começa a chorar, sem tirar os olhos do computador.

Mara: eu virei mãe... — abaixa as mãos — eu tenho uma filha...

Mai: eu disse que tudo ia dar certo — sorrio —

Mara: Maiara, o que a gente faz agora? temos que ir no cartório, precisamos fazer um quartinho pra ela, comprar roupas, brinquedos, sapatos...

Mai: calma, nós vamos fazer tudo isso — olho pra ela — começando por trazer ela pra casa

Mara: ela vai ficar tão feliz...

Nos trocamos e fomos no orfanato. Entramos no pátio, assim que nos viu, a Melissa veio correndo e agarrou a minha cintura.

Mel: titia Balala! Titia Malaisa! Vocês votalam!

Mai: é, e trouxemos uma novidade pra você.

Mel: eba! Conta! Conta!

Mai: você ganhou uma nova família!

Mel: vedade? Cadê? — olha pros lados —

Minha irmã agacha, ficando na altura dela. Procurando as palavras, ela segura as mãozinhas da Mel e olha pra ela.

Mara: nós somos a sua nova família.

Mai: apartir de agora, eu sou a sua titia... — agacho e brinco com o cabelo dela — e a titia Maraisa é a sua mãe....

Mel: vedade? Mel vai mola com vocês?

Mara: vai sim, meu amor... — sorri —

Abraçamos ela e eu chorei emocionada. Depois de pegar suas coisinhas, a Melissa foi conosco para o seu novo lar. Quando chegamos em casa foi uma festa, ela pulou, brincou e riu muito, insistiu que queria dormir no meu quarto e não tivemos como dizer não pra tanta fofura.

Almoçamos, nos trocamos e fomos comprar coisinhas pra Mel. Andamos muito pelo shopping e confesso que trouxemos roupas e sapatos infantis que daria pra encher uma loja, mas, com uma boa organização, coube tudo no nosso closet. Enquando o quartinho dela não fica pronto, tudo vai ser improvizado.

Maraisa

Depois do dia agitado que tivemos, a Mel ficou tão cansada que dormiu no carro e eu tive que entrar em casa carregando ela.

Mai: ela teve um dia pesado, deve ser muita coisa pra cabecinha dela... — acaricia o cabelo castanho dela —

Mara: mas até que ela se divertiu bastante... — sorrio boba —

Mai: eu acho melhor colocar ela pra dormir — sussurra — neném da titia tá mimindo tão gostosinho...

Mara: boba — sussurro —

Subo pro meu quarto, coloco um pijama  na Melissa com todo cuidado pra não acordá-la e ajeito ela na cama.

Mara: bons sonhos, meu anjinho... — beijo sua testa e desligo a luz —

Saio do quarto e paro na porta, sorrindo boba vendo ela dormir.