Maraisa
Acordamos cedo e nos aproximamos do rio pra tomar banho.
Mara: pronta pro banho? — tiro a blusa —
Mai: nasci pronta, tô doida pra tirar esse fedor de mim — tira o tênis —
Mara: eu não tô falando desse banho, tó falando desse aqui ó — jogo lama na cara dela —
Mai: eu não acredito, Maraisa! — faz uma cara de indignada — a gente tá no meio da floresta e você ainda consegue pensar nisso?
Mara: ficou com nojinho foi? — dou risada da cara dela —
Mai: boba! — joga lama na minha cara —
Mara: vai ter volta, Maiara!
Iniciamos uma guerrinha de lama, em segundos ficamos parecendo duas porquinhas. Pulamos no rio pra tirar toda a sujeira e brincamos de guerrinha de água, rindo da cara uma da outra.
Mai: foi divertido — recupera o fôlego e calça o tênis — mas é melhor irmos logo, temos muito o que caminhar
Mara: verdade — calço meu tênis e visto a blusa — é melhor não perdemos mais tempo
recolhemos nossas coisas e continuamos nossa caminhada, sempre de mãos dadas. Parece que quanto mais a gente anda, mais longe a estrada fica.
Mai: essa floresta não acaba não? - puxa assunto -
Mara: calma, eu tenho certeza que estamos mais perto do que longe
Mai: como você consegue ser tão confiante estando no meio do mato?
Mara: eu costumava brincar no meio do mato perto da fazenda quando era pequena, lembra?
Mai: me lembro muito bem, você era um macho
Mara: eu era uma criança livre!
Rimos e continuamos a andar, chegando numa parte menos densa da floresta. Nos sentamos pra descansar um pouco, eu estava olhando pros lados quando senti o toque da Maiara na minha mão e voltei minha atenção pra nós duas, sorrindo levemente ao ver nossas mãos uma sobre a outra, apoiadas na minha coxa.
Mai: o que foi? — me olha sorrindo e com os olhos brilhando —
Mara: eu acabei de me dar conta de uma coisa — olho pra ela —
Mai: que coisa?
Mara: que não tem nada nesse mundo que faça a gente se separar — rio levemente — a gente provavelmente vai morrer nessa floresta esperando que encontrem a gente e mesmo assim estamos juntas
Mai: não fala assim, metade...
Mara: metade, nós só temos 5 mangas e um cantil de água pela metade, se não conseguirmos sair daqui logo, vamos morrer de fome e sede...
Minha irmã suspira e deixa uma lágrima cair.
Mai: se a gente morrer... — fala com a voz embargando — eu quero que você saiba que é a pessoa que eu mais amo no mundo e foi uma honra ter nascido com você...
Mara: foi muito bom ter dividido essa vida louca com você, irmã... — tento não chorar — eu te amo...
Mai: Maraisa, você me promete uma coisa?
Mara: o que?
Mai: eu quero que você me prometa que nós vamos continuar na próxima vida — segura minhas mãos — que não importa se sairmos daqui vivas ou mortas, você e eu vamos estar juntas na próxima vida, nós somos metade uma da outra e não podemos ficar separadas.
Mara: eu prometo, metade... — colo nossas testas — se nada mais der certo nessa, podemos tentar na próxima...
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Nunca ● Maiara e Maraisa
Fanfictionbrigas são inevitáveis, em qualquer que seja o relacionamento. O Orgulho sobressai a lucidez e as palavras são cuspidas desenfreadamente, sem filtro algum. elas faziam parte do cotidiano de Maiara Carla, que se sentia sufocada de tanto viver no mei...