Capítulo 25

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Maraisa

depois do almoço, arrumamos nossas coisas e fomos pra outra cidade, onde faremos mais um show. Chegamos no hotel, guardamos as malas e fomos direto pro local do evento, que era algum tipo de exposição agropecuária. No camarim, Bruno e Julier nos arrumaram como de costume e ficamos esperando a hora de entrar no palco.

Pau: meninas, vocês entram em 5 minutos!

Mel: e eu? ― pergunta enquanto penteio seu cabelo ―

Mara: você vai ficar aqui no camarim com o tio Bruno e o tio Julier bem comportadinha ― prendo seu cabelo em um rabo de cavalo ―

Mel: por que?

Mara: por que a mamãe precisa trabalhar com a boba da sua tia

Mel: então, se eu vou ficar o tempo todo aqui, por que você e o titio Bluno me deixalam toda bonita?

Mara: por que você é a princesinha da mamãe! ― beijo sua bochecha e coloco ela no chão ―

A Paulinha nos chama de novo e eu me despeço da minha pequena.

Mara: mamãe volta logo, tá?  ― agacho e beijo sua bochecha ― se comporta

Mel: tá bom ― me dá um beijinho na bochecha ―

Mai: e a titia? Não ganha beijo não? ― se aproxima e agacha ―

Mel: titia Balala boba! ― dá um beijinho na bochecha dela ―

eu e a Mai subimos no palco, agitando a galera. Seguimos o repertório, cantamos até alguns modões e interagimos com os fãs. Chegou o momento da Nem Tchum, colocaram o piano no palco e eu comecei a música.

Bruno

enquanto as meninas cantavam, eu estava brincando com a Melissa quando um homem alto entrou vestindo o uniforme da produção e eu olhei meio torto, não me lembro dele na equipe.

Bru: você é novo por aqui?

― s-sou, trabalho com iluminação, e você quem é?

Bru: como assim quem eu sou? Eu sou o Bruno, o cara que cuida da beleza da Maraisa, todo mundo da equipe me conhece  ― guardo um pincel ― posso saber por que não está fazendo o seu trabalho

― a patroa mandou eu dar um olhada na menina

Bru: uhum, sei ― faço cara de desconfiado ― a patroa mandou...

ele tenta se aproximar da Mel e eu o puxo pela gola da camisa, pressionando ele contra a parede.

Bru: tá achando que eu sou burro, é? Você não é da produção! Fica longe da menina!

― se tentar me impedir, eu acabo com a tua raça, então sai do meu caminho! ― me dá um soco e eu caio de joelhos ―

Bru: se esconde, pequena! ― grito pra Melissa e levanto  ―

Maraisa

Eu estava tocando violão e acompanhando a Maiara na voz quando comecei a ouvir um misto de vozes da produção no meu ponto e automaticamente olhei pra minha irmã. Ela me olhou confusa também, aproveitei que as pessoas começaram a cantar o refrão da música e olhei pra trás do palco, tinha uma briga acontecendo lá e era o que eu estava escutando no ponto em vez do retorno da minha voz. Sem saber ao certo o que fazer e talvez um pouco desesperada, me perdi no que estava tocando e nesse momento a Maiara pediu que a banda parasse.

Mai: pessoal, nós vamos precisar parar o show! Voltamos em alguns minutos!

ela entrega o microfone pra alguém que ainda estava ali e sai correndo, eu deixei o violão e o microfone com a Paulinha e fiz o mesmo. Entramos no nosso camarim e uma pancadaria rolava solta, algumas coisas estavam quebradas e jogadas no chão, dois homens trocando socos e os seguranças tentando apartar a briga. Olhei pra todos os lados com o coração na mão, procurando a Melissa, mas não consegui achá-la.

Mai: O que tá acontecendo aqui?!

Mara: cadê a minha filha?!

Seg: a menina deve ter assustado com a confusão e se escondido, senhorita

Mai: alguém quer fazer o favor de explicar que merda tá acontecendo aqui, por favor?

Bru: esse homem queria me enganar e fazer sabe-se lá o que com a Melissa! ― diz sendo contido pelos seguranças ―

― e eu teria conseguido se esse idiota fosse mais burro!

Bru: idiota é você seu desgraçado!

Mai: para a briga agora! Seguranças, deixem o Bruno aqui e levem esse outro pra delegacia, chega de confusão nesse camarim!

Os gritos cessam, os seguranças vão embora com homem que causou tudo isso e a Maiara ajudou o Bruno a sentar no sofá. Ouvi um chorinho abafado vindo do banheiro, abri a porta e vi a Melissa encolhida no cantinho, tremendo assustada. Respirei aliviada e peguei ela no colo, tentando acalmá-la.

Por conta da confusão, decidimos não voltar pro palco e fomos direto pro hotel. No quarto, enquanto a Maiara limpa os machucados do Bruno, eu converso com a minha filha, agora um pouco mais calma.

Mel: homem mal...

Mara: ele não vai voltar, meu amor, tá tudo bem... ― olho nos olhos dela ― eu vou proteger você...

Mel: pomete?

Mara: prometo

Mel: eu te amo, mamãe... ― me abraça ―

a aperto em meus braços e deixo uma lágrima cair.




Nunca ● Maiara e MaraisaWhere stories live. Discover now