capítulo 40

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Dias depois

Maraisa

É sabado, dia do julgamento do Fernando. Sim, ele já foi julgado antes, mas agora vão julgá-lo pelos outros crimes que cometeu contra nós de dentro do presídio. Nervosas, deixamos nossas filhas aos cuidados do Bruno e fomos até o local do julgamento com o rabinha, sabendo das emoções que estavam por vir, ele achou melhor dirigir no meu lugar.

César F: boa sorte, meninas — repousa a mão no volante — querem que eu fique?

Mara: por favor, irmão. Precisamos de apoio. — mexo as mãos e respiro fundo —

Ele estaciona o carro e nós três entramos, indo direto pra sala onde ocorreria o julgamento. Nosso advogado já nos esperava e nos imdicou nossos assentos. Do outro lado da sala, Fernando entra algemado, acompanhado de seu advogado e um policial. Com todos presentes, o juiz bate o martelo.

Juiz: muito bem, estamos todos aqui para decidir se o réu Fernando Zorzanelli é culpado ou inocente dos crimes de sequestro, cárcere privado, tentativa de feminícidio e formação de quadrilha. O mesmo já foi considerado culpado dos crimes de estupro e violência contra a mulher.

Mara: tá querendo o código penal inteiro é, Zor? — provoco —

Fer: cala a boca!

Juiz: ordem no tribunal! — bate o martelo — sessão iniciada! Com a palavra a acusação, representada pelo doutor Passos.

Dr.P: obrigado, senhor. Bem, como indica a investigação feita pela delegacia de polícia, os elementos que sequestraram e torturaram minhas clientes receberam ordens para tais atos e o réu foi apontado como o mandante segundo os próprios elementos.

Adv: protesto! A integridade e veracidade das informações dadas por tais elementos há de ser questionada!

Juiz: negado! — bate o martelo —

Dr.P: protesto! A polícia me forneceu documentos, além de ter encontrado uma gravação que comprova que o réu foi sim o mandante do crime!

Juiz: aceito! — bate o martelo — agora, com a palavra, a senhorita Maiara Carla. Por favor, queira se dirigir ao local indicado e preste seu depoimento.

Minha irmã respira fundo e vai até a bancada. Após fazer o juramento de honestidade, ela começa a falar.

Mai: eu e minha irmã estávamos passeando juntas no shopping, fomos pro estacionamento e enquanto ela abria o carro, dois homens agarraram a gente, eles colocaram alguma coisa nos nossos rostos. Eu apaguei e quando acordei, a gente tava em um quarto escuro... — começa a chorar — frio e úmido. Ficamos cinco dias lá, levamos chicotadas, minha irmã quase foi estrangulada...

Zor: isso não prova que eu sou culpado de nada

Mai: você me ameaçou uma semana antes, seu desgraçado! — grita e bate na bancada — você tentou raptar a minha filha e eu fui na cadeia tirar satisfação, você disse que ia terminar a sua porcaria de vingança!

Juiz: ordem! Pode voltar ao seu lugar, senhorita Maiara

Minha irmã seca as lágrimas e vem ao meu encontro. Depois do meu depoimento, nosso advogado mostrou as evidências que temos e é claro que eu não posso deixar de fazer piada com o desespero do Fernando e do advogado dele.

Mara: que que foi, Zor? Por que o desespero? — faço cara de deboche — pensei que você fosse machão, já que até bate em mulheres e ficou com várias ao mesmo tempo.

Fer: você tá muito engraçadinha, enfiou o circo no rabo foi?

Mara: olha, ele tá bravinho! Vai me bater? Quer cometer mais um crime pra sua coleção?

Fer: CALA A SUA BOCA, IMUNDA! — levanta —

Mai: LAVA A BOCA PRA FALAR DA MINHA IRMÃ! — levanta —

Fer: fica na sua, você não mete medo nem numa mosca, fora que não tem coragem de enfrentar ninguém!

Mai: você não me testa que eu quebro essa cara nojenta em duas!

Fer: excelência, ela está me ameaçando!

Mara: me poupe né, seu bosta, você fez coisa muito pior! Ou se esqueceu do por que está sendo julgado?

Fer: VAGABUNDA! — corre e tenta me bater —

Mai: FILHO DA PUTA! — dá um tapa na cara dele —

Juiz: ORDEM NO TRIBUNAL! VOLTE PRO SEU LUGAR, ZORZANELLI!

O policial arrasta o Fernando pro lugar dele e a sessão continua, chegando a hora do veridito final do juiz.

Juiz: tendo em vista as circunstâncias relatadas e as evidências apresentadas nesta sessão, declaro o senhor Fernando Zorzanelli culpado! — bate o martelo — a somatória de suas penas resulta em 60 anos de prisão, sem direito a fiança, redução ou anulação da mesma. Sessão encerrada!

Nunca ● Maiara e MaraisaWhere stories live. Discover now