Capítulo 24

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Maiara

voltamos pro hotel e cada um foi pro seu quarto. Cansada, resolvi tomar um banho, tirei as peças de roupa que estava usando, pendurei o roupão no box e liguei o chuveiro. Enquanto sentia meu corpo relaxar com água quente, as palavras do Fernando voltam a minha cabeça. Terminei o banho, coloquei um pijama, deitei pra dormir e aquela conversa ainda ecoava em looping na minha mente. Eu estava a beira de um surto quando ouvi a porta abrir.

Mara: tá tudo bem, metade?

Mai: tá sim, só tô tentando dormir um pouco

Mara: posso dormir com você? A Melissa vai dormir com o Bruno e eu não quero ficar sozinha...

Mai: é claro que pode, deita aqui

horas depois, minha irmã já estava no seu décimo quinto sono e eu sem conseguir pregar o olho. Levantei sem fazer barulho pra não acordá-la e peguei um calmante na minha mala, e assim consegui dormir a noite toda. Acordei por volta das 7 da manhã, já com planos pro meu dia. Fiz minhas higienes, me troquei e desci pra tomar café no restaurante com o pessoal.

Mara: bom dia, metade!

Mel: bo dia, titia!

Mai: bom dia, meus amores!

Ju: acordou de bom humor hoje, hein!

Mai: hoje eu tenho muitas coisas pra resolver, Julier, então que seja de bom humor! ― sorrio pegando minha xícara de café ―

Mara: e que coisas são essas que nem eu sei?

Mai: coisas de Maiara Carla ― a olho sapeca ― depois eu te conto

termino o café e vou pro estacionamento com o nosso motorista. Chegando lá, ele pegou o carro e seguindo minha ordem, fomos até a penitenciária. Depois de passar pelos protocolos de segurança, fui guiada até a sala de visitas e pacientemente esperei sentada pelo meu ex. 

Fer: você aqui? Que surpresa... ― senta na cadeira de metal ― sentiu saudade foi?

Mai: eu não vim aqui pra ouvir as suas piadinhas sem graça ― assumo um semblante sério e apoio os cotovelos na mesa ―

Fer: então o que que cê quer? 

Mai: eu sei do seu plano pra terminar a sua vingança, Fernando.

Fer: quem te contou?

Mai: ninguém, eu ouvi tudo. Você não vai machucar a minha sobrinha, tá me ouvindo?

Fer: e por que não?

Mai: seu problema é comigo e com a minha irmã, não com ela.  ― olho no fundo dos olhos dele e apoio o queixo nas mãos ― quanto você quer pra parar com esse joguinho idiota?

Fer: eu não quero seu dinheiro, quero minha vingança! A Maraisa acabou com o nosso relacionamento e tentou me matar, isso não te revolta? Ela merece pagar pelo que  fez! ― da um soco na mesa que também é de metal ―

Mai: você sabe que o nosso relacionamento acabou por que você era um péssimo parceiro, não tente jogar a culpa em outra pessoa! E quer saber de uma coisa, eu sou muito grata a minha irmã por ter feito aquilo, e sinceramente, sinto muito que ela não tenha concluído o serviço.

Fer: até quando você vai ficar passando pano pras atitudes daquela maluca?

Mai: chega de falar da minha irmã! ― levanto e bato na mesa com a mão aberta ― fala logo, o que você quer pra deixar a gente em paz?

Fer: você sabe o que eu quero

Mai: desisto, não dá pra dialogar com você ― olho pra trás ― acabamos aqui, policial!

volto pro hotel e já na portaria, sou barrada por uma Maraisa muito preocupada que quase me esmagou com um abraço.

Mara: onde você se enfiou, metade?

Mai: depois a gente conversa, cadê a minha sobrinha? ― olho por cima do ombro dela ―

Mara: foi pro parquinho com o Bruno, não tenta mudar de assunto, irmã!

Mai: tá bom... ― suspiro ― vamos pro quarto, eu te conto no caminho

damos as mãos, pegamos o elevador e caminhamos pelo corredor.

Mai: então eu...fui visitar o Fernando na cadeia

Mara: VOCÊ O QUE?! ― me puxa pra dentro do nosso quarto e fecha a porta ― você ficou doida de vez, metade?

Mai: é que eu ouvi uma coisa e precisava tirar satisfação!

Mara: o que foi que você ouviu?

Mai: ontem, quando eu cheguei no camarim,  eu ouvi o Danilo conversando com ele por telefone no camarim do lado. Então eu fui hoje tirar satisfação, não posso deixar ele te machucar novo ou pior, machucar a nossa pequena! ― gesticulo com as mãos e começo a chorar ― não fica brava comigo...

Mara: Maiara... ― seca minhas lágrimas ― eu não vou ficar brava, só não quero que se coloque em risco por mim...

Mai: mas...

Mara: se eu te perder, o que vai ser de mim? ― me abraça por trás ― nunca mais faça isso de novo, entendeu? Você é a minha pessoa, eu preciso de você viva...

Mai: mas e se ele machucar você? E a Mel?

Mara: nós vamos ficar bem, nós três ― beija minha bochecha ―

Mai: eu te amo, metade... ― falo com a minha voz fofa ―

Mara: também te amo, Balala

selamos nossos lábios em um selinho carinhoso.



Nunca ● Maiara e MaraisaWhere stories live. Discover now