Maiara
voltamos pro hotel e cada um foi pro seu quarto. Cansada, resolvi tomar um banho, tirei as peças de roupa que estava usando, pendurei o roupão no box e liguei o chuveiro. Enquanto sentia meu corpo relaxar com água quente, as palavras do Fernando voltam a minha cabeça. Terminei o banho, coloquei um pijama, deitei pra dormir e aquela conversa ainda ecoava em looping na minha mente. Eu estava a beira de um surto quando ouvi a porta abrir.
Mara: tá tudo bem, metade?
Mai: tá sim, só tô tentando dormir um pouco
Mara: posso dormir com você? A Melissa vai dormir com o Bruno e eu não quero ficar sozinha...
Mai: é claro que pode, deita aqui
horas depois, minha irmã já estava no seu décimo quinto sono e eu sem conseguir pregar o olho. Levantei sem fazer barulho pra não acordá-la e peguei um calmante na minha mala, e assim consegui dormir a noite toda. Acordei por volta das 7 da manhã, já com planos pro meu dia. Fiz minhas higienes, me troquei e desci pra tomar café no restaurante com o pessoal.
Mara: bom dia, metade!
Mel: bo dia, titia!
Mai: bom dia, meus amores!
Ju: acordou de bom humor hoje, hein!
Mai: hoje eu tenho muitas coisas pra resolver, Julier, então que seja de bom humor! ― sorrio pegando minha xícara de café ―
Mara: e que coisas são essas que nem eu sei?
Mai: coisas de Maiara Carla ― a olho sapeca ― depois eu te conto
termino o café e vou pro estacionamento com o nosso motorista. Chegando lá, ele pegou o carro e seguindo minha ordem, fomos até a penitenciária. Depois de passar pelos protocolos de segurança, fui guiada até a sala de visitas e pacientemente esperei sentada pelo meu ex.
Fer: você aqui? Que surpresa... ― senta na cadeira de metal ― sentiu saudade foi?
Mai: eu não vim aqui pra ouvir as suas piadinhas sem graça ― assumo um semblante sério e apoio os cotovelos na mesa ―
Fer: então o que que cê quer?
Mai: eu sei do seu plano pra terminar a sua vingança, Fernando.
Fer: quem te contou?
Mai: ninguém, eu ouvi tudo. Você não vai machucar a minha sobrinha, tá me ouvindo?
Fer: e por que não?
Mai: seu problema é comigo e com a minha irmã, não com ela. ― olho no fundo dos olhos dele e apoio o queixo nas mãos ― quanto você quer pra parar com esse joguinho idiota?
Fer: eu não quero seu dinheiro, quero minha vingança! A Maraisa acabou com o nosso relacionamento e tentou me matar, isso não te revolta? Ela merece pagar pelo que fez! ― da um soco na mesa que também é de metal ―
Mai: você sabe que o nosso relacionamento acabou por que você era um péssimo parceiro, não tente jogar a culpa em outra pessoa! E quer saber de uma coisa, eu sou muito grata a minha irmã por ter feito aquilo, e sinceramente, sinto muito que ela não tenha concluído o serviço.
Fer: até quando você vai ficar passando pano pras atitudes daquela maluca?
Mai: chega de falar da minha irmã! ― levanto e bato na mesa com a mão aberta ― fala logo, o que você quer pra deixar a gente em paz?
Fer: você sabe o que eu quero
Mai: desisto, não dá pra dialogar com você ― olho pra trás ― acabamos aqui, policial!
volto pro hotel e já na portaria, sou barrada por uma Maraisa muito preocupada que quase me esmagou com um abraço.
Mara: onde você se enfiou, metade?
Mai: depois a gente conversa, cadê a minha sobrinha? ― olho por cima do ombro dela ―
Mara: foi pro parquinho com o Bruno, não tenta mudar de assunto, irmã!
Mai: tá bom... ― suspiro ― vamos pro quarto, eu te conto no caminho
damos as mãos, pegamos o elevador e caminhamos pelo corredor.
Mai: então eu...fui visitar o Fernando na cadeia
Mara: VOCÊ O QUE?! ― me puxa pra dentro do nosso quarto e fecha a porta ― você ficou doida de vez, metade?
Mai: é que eu ouvi uma coisa e precisava tirar satisfação!
Mara: o que foi que você ouviu?
Mai: ontem, quando eu cheguei no camarim, eu ouvi o Danilo conversando com ele por telefone no camarim do lado. Então eu fui hoje tirar satisfação, não posso deixar ele te machucar novo ou pior, machucar a nossa pequena! ― gesticulo com as mãos e começo a chorar ― não fica brava comigo...
Mara: Maiara... ― seca minhas lágrimas ― eu não vou ficar brava, só não quero que se coloque em risco por mim...
Mai: mas...
Mara: se eu te perder, o que vai ser de mim? ― me abraça por trás ― nunca mais faça isso de novo, entendeu? Você é a minha pessoa, eu preciso de você viva...
Mai: mas e se ele machucar você? E a Mel?
Mara: nós vamos ficar bem, nós três ― beija minha bochecha ―
Mai: eu te amo, metade... ― falo com a minha voz fofa ―
Mara: também te amo, Balala
selamos nossos lábios em um selinho carinhoso.
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Nunca ● Maiara e Maraisa
Fanfictionbrigas são inevitáveis, em qualquer que seja o relacionamento. O Orgulho sobressai a lucidez e as palavras são cuspidas desenfreadamente, sem filtro algum. elas faziam parte do cotidiano de Maiara Carla, que se sentia sufocada de tanto viver no mei...