Maiara
Sem muito o que fazer, eu e minha irmã ficamos conversando, até que a porta se abriu e eu respirei aliviada quando vi que era o Pedro. Ele se aproximou de nós duas com comida e água fresca.
Mara: obrigada, eu tava morrendo de fome ― começa a comer ―
Mai: eu nem sei o que seria de nós se você ― bebo da água ―
Pe: eu tenho boas notícias, meninas. Descobri como tirar vocês daqui.
Mai: então fala, o que a gente precisa fazer?
Mara: calma, irmã!
Pedro vai até o móvel velho de madeira encostado em uma das paredes e o empurra, revelando uma janela. Sem muitas dificuldades, abrimos a mesma.
Pe: nós estamos no meio do mato, literalmente. ― põe as mãos nos bolsos ― É só seguirem pela floresta que vão chegar na estrada e de lá vocês consegue se virar
Mara: muito obrigada, você ajudou muito ― pula a janela ―
Mai: você vai ficar aqui? Não vem com a gente? ― pulo ―
Pe: não posso ir. ― sorri ― agora vão, vocês tem meia hora pra se afastar o máximo que puderem antes que eu troque de turno, corram!
Sem olhar pra trás, nós duas começamos a correr o mais rápido que pudíamos, adentrando a floresta. Cansadas, paramos embaixo de uma árvore pra recuperar o fôlego.
Mai: a gente correu bastante... ― respiro ofegante ― acho que estamos bem longe daquela cabana...
Mara: nem dá mais pra ver ― olha pra trás ― atravessar essa floresta vai levar uns dias, por sorte eu ainda tô com o cantil de água que o Pedro nos deu
sento no chão e começo a rir encarando as folhas secas.
Mara: qual é a graça, Maiara? ― senta ―
Mai: nenhuma... ― sorrio ― é só que, quando eu penso que a gente já teve passou por tudo juntas, a vida vai lá e apronta mais uma
Mara: é, agora vamos ter que trabalhar juntas pra sair dessa floresta
Mai: vai ser uma aventura e tanto ― levanto e estendo a mão ― vamos? Temos muito chão pra andar
Mara: vamos ― sorri e me dá a mão ―
caminhamos de mãos dadas por algum tempo, tudo que conseguimos ver é céu e árvores, muitas árvores. Ouvimos um barulho de água e depois de atravessar algumas plantas, encontramos um pequeno rio e algumas árvores cheias de frutas.
Mai: começamos bem, olha isso!
Mara: eu vou encher o cantil e você pega algumas mangas ali ― se aproxima da água ―
Mai: tá bom! ― corro até o pé de manga ―
Pego algumas frutas usando minha blusa como sacola e vou ao encontro da minha irmã.
Mai: eu acho que isso deve ser suficiente por alguns dias, e você?
Mara: concordo ― tampa o cantil ― vamos passar a noite aqui, já tá escurecendo e não vai dar pra enxergar nada
Mai: e amanhã vai ser mais um longo dia de caminhada ― começo a comer uma manga ―
Mara: espero que eles não nos encontrem ― pega uma manga ―
À noite, recolhemos nossas coisas e deitamos embaixo das árvores. Como a única luz que temos é a da lua, tudo está muito escuro, o que tornaria esse lugar um tanto assustador se não fosse o barulho dos grilos e sapos na beira do rio.
Mai: parece que os moradores daqui estão fazendo um show pra nós ― brinco ―
Mara: ou reclamando por termos invadido a casa deles ― treme de frio ― que frio!
Mai: eu ainda acho que é um show e de música sertaneja, só que na língua deles ― passo meu braço por cima do ombro dela e colo seu corpo no meu ― mais quentinha?
Mara: obrigada, metade... ― sorri ―
Mai: eu tô ficando com sono... ― bocejo ― vem, vamos dormir abraçadinhas pra espantar o frio
Mara: ih eu acho que os grilos tão cantando músicas de ninar e os sapos acompanharam ― brinca e deita ―
Mai: boba ― deito e a abraço ― boa noite, metade...
Mara: boa noite, metade...

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Nunca ● Maiara e Maraisa
Fiksi Penggemarbrigas são inevitáveis, em qualquer que seja o relacionamento. O Orgulho sobressai a lucidez e as palavras são cuspidas desenfreadamente, sem filtro algum. elas faziam parte do cotidiano de Maiara Carla, que se sentia sufocada de tanto viver no mei...