capítulo 11

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Maraisa

Depois do almoço, passamos a tarde na fazenda e voltamos pra casa pouco antes de anoitecer. Tomei um banho, coloquei um pijama do Mickey e fiquei assistindo filmes no quarto com a Maiara. Estávamos abraçadas quando a campainha tocou e descemos pra atender.

— senhorita Maiara Carla? 

Mai: sou eu mesma, e você quem é?

— soldado Pedro, da polícia municipal de Goiânia — mostra o distintivo — recebemos uma denúncia de que você está dividindo o teto com a pessoa que tentou assassinar o senhor Fernando Zor.

Mai: espera aí, rapaz, você não vai prender a minha irmã — se coloca na minha frente — ela não cometeu crime nenhum, o que ela fez foi em legítima defesa!

— nós não vamos prender a sua irmã, pelo menos por enquanto. Soubemos que ela apresenta um quadro de insanidade mental, então, se isso for verdade, ela não vai cumprir nenhuma pena na prisão.

mais dois policiais surgem atrás dele e eu agarro a Maiara com toda a minha força, sem querer soltá-la.

Mara: não podem me levar pra longe da minha metade... — olho pra eles —

— já entendi tudo, você estava acobertando ela por que são gêmeas.

Mai: não é só sobre nós duas sermos gêmeas, vai bem além disso. — me agarra — se quiser levar uma, vai levar as duas

— não torne o meu trabalho mais difícil, senhorita, por favor

Mai: então me prende também! Anda! Eu não vou deixar levarem a minha irmã a lugar nenhum!

— tudo bem, você pode vir conosco...

Nós duas ficamos de mãos dadas durante todo o trajeto até a delegacia, quando chegamos, a Maiara exigiu que pudesse fazer uma ligação antes que eles decidissem o que iam fazer comigo. Em menos de cinco minutos, nosso irmão chega querendo satisfações.

Cesar F: isso é um absurdo! A minha irmã não é louca!

Mai: eu já tentei falar isso pra eles, rabinha, mas não adianta!

— se acalmem, por favor, podemos resolver isso com uma conversa civilizada

Cesar F: então já que é pra ser civilizado, me diz uma coisa, quando foi que te pagaram pra fazer isso com ela hein?

— e por que acha que eu fui subornado? Esse é o meu trabalho!

Cesar F: que eu saiba, a justiça brasileira funciona assim!

— mais uma palavra e eu prendo você por desacato!

Mai: desacato eu vou fazer na sua cara se prender meus irmãos! E ainda posso te processar por denegrir  a nossa imagem, ou por acaso esqueceu que tá lidando com duas figuras públicas?

O policial pareceu perder os argumentos junto com a paciência, ele mandou um policial me algemar e eu tentei relutar, mas foi inútil.

— para evitar baderna na delegacia, a senhorita Maraisa vai passar a noite aqui e amanhã, com os ânimos mais calmos, resolveremos essa situação.

Mai: mas que m... — é interrompida pelo rabinha —

Cesar F: irmã, vamos nos despedir da Maraisa e ir pra casa, se a gente continuar discutindo podemos piorar a situação....

a Maiara se dá por vencida e se aproxima de mim, levando a mão à minha bochecha e secando minhas lágrimas.

Mai: vai ficar tudo bem, ok? Eu prometo...

Mara: eu tô com medo...

Mai: calma, é só uma noite longe de mim, tá? amanhã vamos ficar juntas de novo

ela tira sua correntinha do pescoço e coloca em mim, com um sorriso leve em meio as lágrimas.

Mai: fica com ele... — tenta controlar as lágrimas — pra você não sentir tanta saudade de mim...

Mara: — colo a testa na dela — até o final eu e você...

Mai: até o final eu e você...

Os policiais me conduzem até a cela e a cada passo eu vejo a imagem da minha metade ficando cada vez mais distante, e um pouco embaçada pelas lágrimas. Entro no pequeno quarto e deito na cama, segurando o pingente de nossa senhora Aparecida da correntinha da Maiara. Fecho os olhos e me concentro na imagem da irmã, chorando até dormir com ela na cabeça.








e aí? 
Quem vocês acham que aprontou essa? Digam aqui nos comentários!

Passando pra avisar que AMANHÃ É DIA DE MARATONA!












Nunca ● Maiara e MaraisaWhere stories live. Discover now