Capítulo 28

675 87 26
                                    

Bruno

As meninas saíram daqui de manhã e já são quase duas da tarde, todo mundo tá preocupado. César Filho não larga o telefone, seu César tá na delegacia e eu em casa cuidando da Melissa, coloquei desenhos pra ela assistir, mas a mesma não para de perguntar da mãe da tia.

Mel: titio Buno, cadê a minha mamãe e a titia Balala?

Bru: elas saíram mas voltam logo, pequena

Mel: mas faz um tempão que elas sailam e não voltalam!

Bru: elas vão voltar...

Mel: pomete?

Bru: prometo ― suspiro ―

Maraisa

Tento pensar em alguma coisa e a Maiara começou a chorar, não sei se por estar sendo segurada pelo cabelo ou por medo. Impaciente, ele puxa mais forte e eu solto um gemido de dor.

― se decidam! Ou querem que eu escolha?

Mara: eu vou primeiro! ― grito e a Maiara olha pra mim assustada ―

Mai: irmã...

Mara: solta a minha irmã, pode me bater primeiro ― repito ―

― é assim que eu gosto ― joga a Maiara no chão e me arrasta pelo braço até o outro lado do quarto ―

Mai: o que vai fazer com ela?

― quieta, coisinha chorona!

Ele me põe de joelhos, de frente pra parede, com uma das mãos pega um tipo de chicote e com a outra rasga a minha blusa, deixando minhas costas expostas e afasta o meu cabelo, deixando ele cobrindo meus ombros. Fecho os olhos e respiro fundo.

Mara: AAAAAAAAA ― a primeira chicotada me atinge ―

as chicotadas me atingem uma após a outra, deixando uma dor insuportável nas minhas costas, como se minha pele estivesse sendo arrancada.

Mai: para! Por favor... ― rasteja no chão ― chega...

― mas que merda é ess... ― o interrompo ―

Mara: ela...tá sentindo a minha dor...ela...sente tudo... ― digo com dificuldade ―

ele nos olha com cara de besta e me joga no chão, ao lado da Maiara. Sem dizer nada, ele vai embora, trancando a porta. Com dificuldade, eu e minha irmã nos arrastamos até o colchão.

Mai: por que...você...fez isso? ― põe a mão trêmula sobre a minha ―

Mara: uma...cuida da outra... ― colo nossas testas ―

...

dias depois

Maiara

faz cinco dias que estamos presas nesse cativeiro. Todos os dias, recebemos 2 refeições que temos que dividir por que é um prato de comida pra duas pessoas. Pelo que pudemos contar, são 4 homens revezando pra vigiar a gente e o único bonzinho é o Pedro, ele conversa com a gente e trás remédios e água limpa escondido quando assume seu turno. As feridas nas costas da minha irmã estão melhorando, mas ela não foi a única que apanhou, eu apanhei por ela no segundo dia nesse lugar. Minhas costas ainda doem um pouco, mas esse é o menor dos nossos problemas.

Mara: metade, precisamos fugir, não dá mais pra fica nesse lugar imundo ― bufa ―

Mai: mas eles são bravos e ficam o tempo todo de vigia nessa porta trancada, sem contar que com as costas esse jeito, a gente não vai conseguir correr muito

Mara: prefere morrer nesse buraco? Eu já tô perdendo a paciência

Mai: a gente não pode simplesmente sair correndo, sua doida! precisamos de um plano!

Mara: a senhorita tem alguma ideia, hein metade?

Mai: precisamos pensar... ― começo a roer as unhas ―

Mara: calma, não precisa disso... ― segura minhas mãos ― nós vamos pensar juntas e sair daqui juntas












Nunca ● Maiara e MaraisaWhere stories live. Discover now