capítulo 16

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Dias depois

Maiara

Minha irmã tá muito vulnerável, com medo de tudo e não consegue se sentir completamente segura. Sem saber o que mais eu poderia fazer pra fazê-la se sentir melhor, resolvi pedir conselhos pro rabinha e no meio da nossa conversa tive uma ideia. Pedi pro Bruno preparar nosso jatinho e como a Maraisa confia cegamente em mim, consegui convencê-la a vir comigo nesse bate volta rápido, mas que ia fazer ela se sentir bem melhor.

durante minha conversa com o César Filho, ele falou algo sobre lar e boas lembranças, o que me fez lembrar da nossa casa de Juruena, onde passamos nossos primeiros momentos juntas. Lembrar dos momentos que passamos nesse lugar pode fazê-la se sentir melhor e mais segura comigo.

Mara: onde você tá me levando, irmã?

Mai: calma, estamos chegando, tenho certeza de que vai gostar

Paro o carro na frente da casa de madeira e nós saímos. Maraisa me deu a mão e entramos, olhando pra todo lado.

Mara: a nossa primeira casa... — me olha sorrindo com lágrimas nos olhos — tá exatamente como deixamos...

Mai: tá mesmo

Apesar de desgatada pelo tempo, a velha casa de madeira continua do mesmo jeito. Andamos um pouco pelo corredor e entramos no nosso velho quarto. As paredes rosa clarinho estão descadas em algumas partes, os móveis que antes eram brancos agora estão amarronzados.

Controlando as lágrimas, nos aproximamos do berço, colocando as mãos na grade.

Mai: nós vivemos muitas aventuras aqui...

Mara: eu me lembro muito bem... — abaixa a cabeça e ri — lembro do seu cheiro, de você passando a mão no meu rosto...

Mai: e eu me lembro de quando eu descobri que tinha outra de mim — rio levemente olhando pra baixo —

Alguns segundos de silêncio se fazem presentes. Sinto uma mão se colocar sobre a minha e ergo o olhar lentamente, encontrando com os olhos da Maraisa. Sorrimos levemente e ficamos nos encarando, lembrando da primeira memória que construímos juntas: o momento em que descobrimos que éramos metade uma da outra.

Mara: você...se lembra da primeira vez que me chamou de metade?

Mai: é claro que eu lembro, também foi a primeira vez que você me chamou de metade

Mara: quem podia imaginar que aquele seria o começo de tantos anos juntas, tantos momentos... — sorri em meio as lágrimas —

A abraço por trás, também chorando emocionada. Ela não consegue esconder o sorriso largo e abaixa a cabeça, meio sem graça.

Mai: que que foi?

Mara: é que agora eu tô lembrando da nossa infância e isso me deixa sensível...

Mai: esse era o intuito de virmos até aqui, fazer você lembrar das coisas boas...

Mara: metade...

Mai: eu quero que você se sinta segura comigo, prometo que ninguém nunca mais vai te machucar, e se acaso eu não consiga cumprir essa promessa, vou cuidar de você e estar do seu lado... — deito a cabeça no ombro dela — eu tô aqui, sempre vou estar...

Mara: eu te amo, Balala...

Mai: eu também te amo, Malaisa... — sorrio —

Nunca ● Maiara e MaraisaWhere stories live. Discover now