𝐏𝐀𝐈𝐃

𝗰𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 𝗱𝗲𝘇𝗼𝗶𝘁𝗼

  

           
           Eu me enganei sobre uma coisa, Tobirama sabe ser mais carinhoso do que parece.

     — Isso não deveria ficar aqui?— Olhei para o quebra cabeça, eu estava  tentando monta-lo a quase meia hora, Tobirama disse que tinha alguns jogos de tabuleiro e eu decidi tentar para passar o tempo — Tenho certeza que já vi essa peça antes...

    Porque parece que eu estou indo em círculos?

— Quantas peças isso tem?— Olhei a caixa, 1200...— Porra! É por isso que essa coisa parece não ter fim? — De onde caralhos eu tirei coragem para começar isso? — Meu Deus...eu desisto...

— Desiste do que?— Ele fez de novo...— ...eu te assustei?

— O que você acha?— Me virei para ele, que homem...— Dormiu bem?— Eu disse que nós poderíamos dormir na mesma cama já que por ter ficado horas acordado uma boa noite de sono seria o recomendado, mas ele ficou negando...

    Porém eu insisti bastante e no final  ele aceitou!

— Como um bebe — Se aproximou da cadeira em que eu estava, suas mãos  desceram até minhas coxas e seus dedos alisaram minha pele com carinho — E você?

— Perfeitamente — Segurei sua camisa e o aproximei mais de mim — Aliás...eu... gostaria de te pedir uma coisa, desculpa trazer esse assunto assim mas eu preciso que me ajude com isso.

— Tudo bem, o que é?...

— ....poderia não contar para sua madrinha sobre mim? ...

    Ele me olhou confuso.

— Você não quer que ela saiba? É a sua mãe, e você também tem um irmão, não seria...

— Eu sei...mas eu não gosto dela— Falei tirando um peso das minhas costas — Não gosto da minha mãe...

— Quer me contar o porquê?

— Porque ela me abandonou Tobirama...me deixou de lado e nunca mais foi atrás, as poucas lembranças que eu tenho são dos meus pais brigando o tempo todo, deles gritando...por isso não gosto de sons altos, eu me lembro deles — Respirei fundo para continuar — É claro que eu não sei como ela é agora, não sei se ela mudou ou se se arrependeu de algo, mas eu não posso esquecer o que aconteceu...eu não consigo...

— Eu entendo o seu lado, é claro que entendo...— Subiu as mãos até minhas bochechas, são quentinhas...eu gosto desse toque — Eu não vou contar a verdade se é isso que você quer, é a sua vida então irei respeitar isso — Sorriu — Vou te apoiar no que quer que seja.

— Obrigada...— Beijei seus lábios, nunca pensei que faria algo assim, eu nunca...achei que ele fosse se tornar alguém tão importante para mim em tão pouco tempo.

— E...já que estamos falando sobre assuntos importantes eu gostaria de te pedir desculpas.

   Desculpas?

— Para mim? Porque?

— Por toda a merda que eu fiz você e seu irmão passarem, eu sei que sou o errado, sei que fui um filho da puta assim como a Izumi, eu sei que...

— Ei...— Segurei suas mãos — Você se arrepende? De verdade?...

— É claro que sim, eu me sinto um lixo por ter feito aquilo, eu...detesto a minha existência, odeio ter me tornado aquilo por tanto tempo, fui um idiota.

— ...eu acredito em você, é claro que vai levar um tempinho mas sei que você não é uma pessoa ruim, vejo isso pela forma que trata seus pacientes, é lindo de ver...— Fiz carinho em seus dedos, são delicados...— Mas não posso falar nada em relação ao Itachi, eu não sei como ele se sentiu.