𝐏𝐀𝐈𝐃

𝗰𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 𝗾𝘂𝗮𝗿𝗲𝗻𝘁𝗮 𝗲 𝘀𝗲𝗶𝘀

                                 Eu tenho plena consciência de que sou uma pessoa confusa, que não sei o que eu quero da minha própria vida e posso acabar magoando tanto os meus sentimentos quanto o das outras pessoas. Eu odiaria causar isso, odiaria ser a responsável pela tristeza de alguém, mas parece ser tão inevitável quanto o nascer do dia...

— Eu acho que aguento mais uma garrafa...— Falei ao Barman do bar, eu havia saído da terapia com o Madara já fazia um tempo, não parei de beber desde então, eu...precisava esquecer de tudo por pelo menos alguns segundos — Por favor?

— Não acha que já bebeu o suficiente? — O homem de meia idade me deu um sorriso pequeno — Vá para casa garotinha, tenho certeza que sua família deve estar preocupada com você.

                 Preocupada? Claro... talvez, meu celular não parou de tocar desde que eu saí.

— Minha família tem coisas mais importantes para fazer do que se preocupar comigo.

— Mesmo?...

— Apenas me dê mais uma garrafa, ok? Eu vim para esquecer as merdas que aconteceram na minha vida, não me faça procurar outro bar a essa hora.

— O que você virou? Uma alcoólatra?— Senti alguém apertar meu ombro, quando olhei por trás dele vi meu médico favorito, meu ex e provavelmente futura foda de hoje, senti falta dele...— Anda, levanta, vou te levar para casa, te liguei milhares de vocês mas você não me atendeu, fiquei preocupado...

— ...como me achou?— Me sinto um pouco tonta...

— ...isso não é importante, mas saiba que eu demorei muito — Ele tirou a carteira do bolso e deixou uma nota de valor bastante alto no balcão, ei...eu não bebi tudo isso aí não — Me desculpe por ela, irei levá-la para casa agora — Ele agarrou meu braço e me arrastou até a calçada, caramba...já era bem tarde...— Entra no carro — Abriu a porta do passageiro para mim.

—...— Eu a fechei —...

— S/n? O que foi? Não podemos ficar aqui à noite toda, precisamos conversar.

           Conversar? De novo?

— Sobre?...

— Sobre tudo isso que tá rolando...vamos, por favor? É importante.

             Me sinto tão cansada...e tão mentalmente esgotada...

             Sempre quis deixar todos felizes e satisfeitos, mas quem está se ferrando aqui sou eu, eu não me sinto nem um pouco feliz...

— Desculpe...— Encarei seus olhos — Eu...estou cansada, tá? Talvez eu não tenha coragem e nem ânimo para discutir sobre qualquer coisa com você agora, eu só quero ir para casa...— Dei um passo à frente, ele estava mais perto agora...eu podia ver a confusão em seus olhos, o medo e quem sabe o receio...ele está com uma dúvida tão grande...— O que quer perguntar?... pergunte se for te deixar aliviado, sei que precisa.

—...seja sincera comigo, pelo menos dessa vez...— Ele se aproximou um pouco mais — Você me ama?

          Negar resolveria meus problemas?

—...eu sou completamente maluca por você, é claro que eu te amo, eu nunca deixei de te amar...

— Então por que não está comigo? Era para estarmos a caminho do casamento do meu irmão agora, eu e você...acha que eu disse a ele que terminamos? Não, eu não disse, nem eu aceitei isso ainda, e não quero aceitar, eu quero você, quero ficar com você...

— Eu sinto muito...eu estraguei muito coisa por medo de ficar sem o meu irmão, por mais que agora eu não possa mais chamá-lo disso, mas eu...eu realmente fiquei assustada...eu não queria que ele morresse.

—...ele não é uma criança S/n, não podem depender um do outro para continuarem vivendo, precisam estar com pessoas que se sentem bem, com pessoas que gostam...e eu sei que ele é inconsequente, sei que ele só vai ficar feliz quando tudo acontecer do jeito dele, e que provavelmente vai fazer birra se acontecer o contrário, Itachi não tem maturidade nenhuma.

— Eu sei, eu sei...estou conhecendo esse lado dele agora, ele não era assim...

— Cacete...— Ele suspirou — S/n eu...eu não ligo para ele, beleza? Eu me importo com você, só com você, e sinceramente...isso é cansativo... você sabe que é.

— Eu sei...sinto muito por ter te feito passar por tudo isso...

— ...eu...disse que tinha vindo te buscar, não é?— Me encarou — Eu... realmente vim, eu não queria aparecer no casamento do meu irmão sozinho, pela primeira vez na vida eu odiaria estar sem companhia...— Sorriu de ladinho — Eu sei que a gente começou tudo isso de forma errada, sei que a culpa é e sempre será minha pelas nossas separações, mas saiba que é a única mulher que eu amei de verdade, é a única pela qual eu faria loucuras para manter ao meu lado,estou disposto a fazer tudo por você, e isso incluí largar minha carreira ou ir contra toda a minha família, qualquer coisa, eu farei qualquer coisa se escolher ficar comigo...

—... qualquer coisa?

— Sim, nenhum preço é alto demais quando se trata de você.

—... sendo...o mais sincera que eu posso... você é a única pessoa que eu amei, de verdade, não existe outros antes de você e com certeza não haverá outros depois de você, eu só... não sei lidar com isso, eu adoraria conseguir ignorar todos que são contra nós, acho que ligar o foda-se salvaria a minha vida.

— Então por que não liga?— Segurou minha mão — Eu nunca vou te deixar, não importa o que aconteça, estaremos juntos para sempre, eu e você, isso é o suficiente para mim...— Suas mãos subiram até minhas bochechas — Espero que também seja para você...

— Mas é... é o suficiente para mim— Ele é mais do que o suficiente...

—... então fica comigo? Casa comigo?

— Caso ...— Meu sorriso surgiu sem esforço — É claro que eu caso...

— A partir de agora não pode mais voltar atrás...futura esposa— Me beijou profundamente, eu senti santo a falta dele, tanto... tanto ao ponto de preferir morrer a continuar vivendo sem seus beijos, preciso disso, é o meu vício favorito — A gente pode ir para casa?...pegar suas coisas e pegar estrada? Eu quero minha noiva comigo.

— Podemos, eu vou apenas avisar ao Sasuke que ficarei fora por alguns dias, tudo bem?

— Claro, faça como achar melhor — Beijou minha testa — Vou ligar o carro, está um pouco frio então coloque a jaqueta que está no banco de trás.

— Tudo bem...

                              A última vez que terminamos foi a última vez, dessa vez...eu não vou permitir que fiquemos longe, não importa quem eu tenha que derrubar, não vou perde-lo. Não de novo.