Capítulo Oito

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Acordo na manhã seguinte com os raios do sol nos meus olhos. Despertando aos poucos me lembro exatamente como estivera relutante em soltar Hugo, na madrugada passada. E, mesmo após ele sair, eu não consegui dormir perfeitamente. Mantive minha mão na corrente esperando que ela me acalmasse e assentasse um pouco minha ansiedade. Hugo, antes de sair, havia me contado como sairíamos dali. Obviamente a noite, perto do amanhecer, e que iríamos pela sala de Victor, que era única sala onde não tinha grades nas janelas. Após isso pularíamos e seguiríamos mata a dentro até chegarmos em um carro, que ele estacionaria por lá.

Vago.

Essa foi a palavra que meio veio ao ele terminar. Um plano totalmente vago, que não contava o que ele iria fazer com o homem que ficava perto da sala de Victor, ou o que faria se nos vissem. Mesmo que ele não tivesse entrado em detalhes, eu sabia que ele tinha vários planos calculados em sua mente. O clichê dele dizendo que tudo ficaria bem até quis me fazer questionar, mas eu estava tão cansada que acabei deixando para lá.

Me espreguiçando me sento na cama e logo noto uma sacola de papel no final dos meus pés. Curiosa me prostro para frente até a pegar e espiar o que lá dentro. Ao enfiar a mão e puxar o seu conteúdo já sei exatamente o que é.

Ótimo, mais um vestido!

O que essas pessoas tinham contra calças e camisetas?

Coloco o vestido, um modelo curto tomara que caia, na cama e enfio minha mão dentro da sacola de novo tirando em seguida um belo par de rasteirinha e mais um par de calcinhas.

Eu duvidava que as outras garotas eram tratadas assim, com presentes e uma boa comida. Eu sei que, se eu sou tratada assim, é por causa de Victor. Eu não faço a mínima ideia do porque ele está fazendo isso e, lá no fundo, eu sabia que não gostaria de saber.

Com esses pensamentos na cabeça vou tomar um banho sentindo, pela primeira vez, uma alegria por ser último que tomaria naquele lugar.

Assim que termino faço uma traça no emaranhado do meu cabelo e visto o vestido. Mas no momento que ele se a modela em meu corpo tenho a vontade de o tirar. Afinal, só de pensar quem o dera...

Respirando fundo tento controlar meus impulsos. Olho para o espelho do banheiro vendo o quanto meus olhos estavam cheios de olheiras. Consequência da ansiedade, que me dominava a cada segundo. A minha aparência cansada não me incomodava nem um pouco, já que eu tinha fé que ela seria recompensada com a minha liberdade.

Enrolo meus dedos na corrente que, infelizmente por causa do vestido, fica solta e a vista em meu pescoço. Espero pelo menos cinco minutos tentando conter minha ansiedade, pois não poderia dar tão na cara que estava ansiosa por alguma coisa.

Controlada volto para o quarto e calço as rasteirinhas no momento que alguém bate e entra no quarto.

Não me surpreendo ao ver Victor entrar com toda a sua elegância e arrogância no quarto. Altivo ele vestia um terno cinza que quase se igualavam aos seus olhos frios, que me analisavam dos pés a cabeça. Meu sangue gela e em sinto extremamente incomodada pelo seu olhar pungente. Tento ao máximo não demostrar nada em meu rosto, mesmo quando um sorriso malicioso, cruza seus lábios.

-Vamos tomar café?

Sua pergunta não é nada mais que uma ordem, pelo seu tom e por ele já apontar para porta aberta esperando que eu passe.

-Posso até estar de bom humor, Julia. -ele diz ao dar um passo para dentro do quarto quando não faço menção de me mexer. -Mas você não vai querer testar minha paciência.

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