Capítulo Doze

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Depois de uma refeição muito boa de enlatados, pois aqui tinha um grande estoque de enlatados de tudo que eu pudesse imaginar. Hugo, me trouxe para este quarto de paredes brancas e vazias. Uma grande cama, mesinha de cabeceira e uma cômoda constituam e ocupavam o quarto. Uma porta mais ao lado escondia o banheiro e uma janela fechada acima da cômoda escurecia o lugar. Somente uma luz me ajuda a ir até a cômoda é expiar o tinha lá dentro. De acordo com Hugo, a pessoa que arrumara a casa havia deixado certas coisas para mim. Abro as gavetas em sequência vendo seu conteúdo ser constituído por blusas, calças jeans e até uma calça moletom. Roupas intimas e três pares diferentes de calçados. Tudo novo e não me surpreendo quando encontro as etiquetas em todas elas.

Agradecendo, seja lá quem fosse, opto pela calça moletom, uma regata rosa e os chinelos pretos. Vou com as roupas para o banheiro o adentrando pronta para tomar um banho de renovação. O banheiro se mostra de imediato divino, como resto da casa. De azulejos e pisos brancos tudo nele parece arquitetado em perfeição. Tão perfeito, que o longo banho que tomo, me renova de corpo e alma. Tomo focada em tirar qualquer vestígio daquele inferno de meu corpo!

Assim que termino visto as roupas e volto para o quarto. Vou especificamente até a janela, esperando que um bom ar me cumprimente. A abro e fico surpresa ao encontrar tudo em um breu.

Eu realmente quero e preciso de um relógio! Nunca sabia que horas eram!

Me estico um pouco para tentar ver algo além das altas e longas árvores, que rodeiam e parecem esconder a casa. Não que desse para distinguir alguma coisa naquele escuro...

Uma batida na porta quase me faz cair de cara do outro lado da janela. A sorte, é que me seguro a tempo de tal desastre. Assim que arrumo minha postura peço que entre.

-Você está bem?

Hugo pergunta ao adentrar e encostar com os braços cruzados o batente da porta. Seus cabelos molhado e desgrenhado denunciavam junto com seu rosto límpido o banho, que ele também havia acabado de tomar. A blusa azul ainda grudava em partes aleatórias de seus ombros, aonde ele não secara muito bem. E, com ele tendo os braços cruzados, foi impossível não ter meus olhos presos nos músculos e veias que se expunham com aquela posição. A vista era belíssima e eu queria tocar para comprovar se era real...

Com esses pensamentos rodando em minha cabeça quando levantei o meu rosto para o seu, ele esquentou com vergonha de ter sido pega o analisando.

-É.... estou bem.

Um pouco atrasada respondi sua pergunta ainda sentindo meu rosto quente. Inconscientemente passei a mão em meu braço esquerdo tentando aliviar um pouco da vergonha, mas esse simples gesto, lhe chamou mais a atenção para mim.

-Ficou a cicatriz. - ele apontou para o braço que eu estava segurando protetoramente agora.

Eu havia pedido dois dias atrás para Luiz tirar os pontos, ele muito habilidoso havia os tirados falando que já tinha feito isso várias vezes. Não negaria que tinha esperado que Hugo os tirasse, afinal, ele havia os colocados lá. Mas não pude me dar o luxo disso, já que o machucado começava já a ter suas bordas cicatrizadas.

-É, ficou.

O rosado do machucado ainda estava tão à vista, como a marca dos pontos em minha pele. As marcas que, mesmo com o tempo, ainda ficaram cravadas em minha pele para me lembrar o que havia acontecido...

Atenta ao machucado só percebi que Hugo vinha em minha direção, quando já estava a um braço de distância. A sua súbita aproximação, mesmo que calma, me arrepiou de antecipação. Aquele nível de atração que eu sentia por ele era tão novo para mim, que eu não fazia ideia de como lidar com os efeitos dela em meu corpo.

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