Capítulo Nove

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Daqui há uma hora eu volto, esteja pronta!

60 minutos que pareciam mais uma eternidade!

A noite já havia chegado há um bom tempo e desde que Hugo saíra daqui após falar isso o tempo parecia passar o mais lento possível. Ele havia vindo aqui para me dar "as roupas certas" para sairmos daqui. Uma blusa, que me cobria bem mais que o necessário; uma calça leggings e um coturno faziam parte do uniforme. Já tinha ás vestido e esperava ansiosa por seu retorno.

Sentada na cama minha cabeça voltava para quando eu tinha questionado Hugo sobre o que havia o feito ficar rígido nessa manhã. Seu desinteresse e sua alegação de que não era nada demais até tinha tirado a pulga que se instalara atrás de minha orelha. Mas não toda, já que ainda podia sentir o olhar gélido de Victor em mim. Após eu me mostrar decidida de que não falaria mais nada sobre a corrente, em primeiro momento, ele até parecia ter deixado para lá suas perguntas. Mas só parecia. Eu tinha sentido muito bem como seus olhos me perfuravam e pareciam querer saber todos os meus pensamentos e segredos pelo resto do café.

Quando ele finalmente me levara de volta para o quarto agradeci aos céus por isso! Ele saiu dizendo que tinha trabalho a fazer e que eu tinha que o agradecer por não fazer parte deste trabalho. A insensibilidade dele para com aquelas garotas presas ali era demasiada. Ele não sentia nem um pouco de remorso pôr as traficar. Isso, eu tinha tido certeza, já que ele tinha saído do quarto com um sorriso maldoso impregnado nos lábios.

Ter essa certeza fez com que eu me fizesse uma promessa. Uma promessa de que eu faria alguma coisa para ajudar as garotas presas aqui. Eu tinha que tentar, mesmo que eu não fizesse a mínima ideia no momento como realizaria tal, eu tentaria ao sair dali. Eu tive a sorte de alguém querer me tirar dali e elas não. Elas mereciam alguém que lutasse por elas e eu lutaria! Afinal, não me restara nada mesmo...

Deixando para lá meus martírios e focando no agora, me levanto e prendo meus cabelos em alto rabo de cavalo, no mesmo instante que Hugo ressurgi no quarto. Vestido todo de preto ele parou imponente, mostrando enfim, como ele ficava bem de preto. Diferente de mim, que parecia que ia assaltar algum mercadinho.

-Está pronta?

-Nunca estive tão pronta na minha vida!

Ele se aproxima e gruda sua testa a minha. Tão próximo não resisto e fecho meus olhos por um momento. Me deleitando com aquela sensação que só ele me fazia sentir.

-Não saía de perto de mim. -ele sussurra ao selar meus lábios com um beijo casto.

No momento que nossos lábios se separaram fomos em direção a porta. Não fiz a mínima questão de olhar uma última vez para aquele quarto, que fora como uma prisão enclausurante! Com toda certeza, eu não sentira falta daquelas quatro paredes!

Ao sair dele e me ver no corredor, que tinha a mesma iluminação fluorescente, tento ao máximo seguir os passos cauteloso de Hugo a minha frente. A concentração em sua postura é tão evidente quanto sua atenção centrada em ouvir qualquer barulho. Quando estávamos prestes a virar e seguir em direção as temidas portas brancas Hugo, com um movimento rápido, tira uma arma prata de suas costas. Acoplada com silenciador em seu cano ele a segurou rente ao seu corpo enquanto seguia e abria as portas do salão com cuidado.

Assim que adentramos o salão o breu dele nos engloba e demora pelo menos meio minuto para que minha visão se ajuste a escuridão. Longe das altas janelas, que derramavam a pouca luz da lua, atravessamos até chegar a outra extremidade. Com muito mais cuidado ele abre a porta e ordena para que eu fique.

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