Capítulo Vinte e Dois

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Assim que Júlio fechou a porta passamos reto pela recepção que agora estava ocupa por Patrícia e um Henrique que parecia estar dando em cima dela. Ela nem notou eu e Júlio passando, mas também como ela iria notar; ela estava praticamente esfregando os peitos na cara do Henrique, que pelo menos viu a gente e deu aceno de cabeça que fez Júlio acenar de volta sorrindo. Ele claramente achava engraçado o que estava havendo na mesa de recepção. Balançando a cabeça fomos até o elevador que já estava descendo, pelo visto Roberto tinha pressa. Júlio apertou o botão e esperamos.

A conversa que acabamos de ter com Francisca estava rodando na minha cabeça e uma coisa me chamou a atenção.

-Como assim seu pai teria orgulho? -eu perguntei a Júlio. -Ela conheceu nosso pai?

Júlio olhou para mim e sua expressão parecia um pouco aliviada, acho que ele pensou que eu diria outra coisa completamente diferente. E eu poderia apostar que ele pensou que eu acusaria ele de colocar eu como objeto de vingança para Victor. Oque na minha cabeça era um absurdo!

-Ela não conheceu o seu pai. -disse Júlio claramente tentando encontrar as palavras certas. -Ela conhecia o meu pai.

-O que? -eu perguntei confusa.

-Meu pai não é o Rubens. -disse ele por fim sendo objetivo.

-Como assim seu pai não é o Rubens?

-Eu vou começar do começo para que você entenda alguma coisa. -começou Júlio.

-Por favor! -eu cruzei meus braços olhando diretamente para ele.

-Bem, a nossa mãe... Teve um caso de uma noite com um Agente há 24 anos. Era só uma noite que eles se encontraram, mas que a deixou grávida de mim. Digamos que meu pai era um Agente assim eu como sou agora. -ele apontou para si mesmo podo ênfase nisso. -Na época quando ele soube da gravidez; a nossa mãe por saber qual profissão ele exercia achou melhor para a segurança de todos que ele mantivesse distância... Mas também naquela época a nossa mãe já estava apaixonada por Rubens quando descobriu a gravidez...E então Rubens acabou me assumindo e me criou como seu próprio filho. Mas quando eu completei 19 anos quatro anos atrás meu verdadeiro pai veio me procurar...

Eu fiquei lá ouvindo com meus braços frouxamente cruzados no meu peito e minha boca ligeiramente aberta. As portas do elevador se abriram e Júlio teve que me empurrar um pouco para e entrar nele. Eu abri e fechei a boca várias vezes antes de conseguir formar palavras.

-Você está me dizendo que não temos o mesmo pai e que seu pai era um Agente? - minha cabeça já estava dando voltas com tudo isso. Ele apertou o botão do subterrâneo quando as portas se fecharam a voltou a me olhar.

-Sim. É exatamente isso. Foi depois que eu o conheci que decidi me tornar um Agente. Acho que está no meu sangue. -disse ele meio incerto.

Acho que ele estava esperando uma reação explosiva de mim, mas minha cabeça estava muito confusa para eu ter qualquer reação.

-Isso é bastante... Mas oque é mais difícil de acreditar é que a nossa mãe teve um caso de uma noite? Sério a nossa mãe? -na minha cabeça minha mãe nunca faria isso. -E também. -eu coloquei minhas mãos na cintura e olhei acusadoramente para ele. -Você acabou de dizer que o conheceu há quatro anos. Como você pode não me contar depois de todos esses anos que não tínhamos o mesmo pai? A mãe sabia que você conheceu seu "verdadeiro pai"? - fiz aspas com os dedos quando mencionei verdadeiro pai, é que ainda estava meio difícil de engolir.

-Também não acreditei quando ouvi pela primeira vez, mas é verdade. Sim, a nossa mãe teve um caso de uma noite. -ele balançou a cabeça. -Mas entre te contar. Acredite eu queria te contar no momento que eu soube, mas quando conversei com a nossa mãe ela achou melhor não contar para você. Por conta que na época você ainda era muito nova e a profissão que meu pai tinha...

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