Capítulo Quinze

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Passo horas sentada olhando para o nada e pensando em tudo. Teorias e fatos obscuro circulavam minha mente, tentando de algum jeito encontrar a resposta para aquilo tudo. No entanto, nenhuma veio ou apareceu subitamente em minha mente.

Não fui perturbada por ninguém naquele meio tempo, então me assustei ao ouvir passos se aproximando. O susto passou rápido, pois não precisei nem olhar para saber quem sentava ao meu lado segundos depois.

-Eu sei que você está ferida e chateada agora, mas eu quero explicar a minha parte nisso tudo. -Hugo diz após um tempo em pleno silêncio. Não o olho, mas ele continua mesmo assim. -No começo, não vou mentir, que era mais fácil que eu fizesse dessa maneira para você confiar em mim...

Exatamente como eu pensara...

-..., mas depois que eu vi em seus olhos que você realmente confiava, algumas coisas mudaram e eu.... Logo percebi que a confiança que você estava depositando em mim começou a ser mais importante do que eu pensei que seria...

Ele para assim que viro para encontrar as suas ônix verdes. Precisava encarar pelo menos essa verdade. Precisava ver se era real aquilo que ele dizia, ou se era somente eu querendo acreditar...

-Então Julia, -ele retoma e, um pouco hesitante, passa levemente a mão em meu rosto que deveria estar para lá de vermelho, por causa das últimas lágrimas. - A única coisa que eu te peço é que você não duvide de como eu me senti quando estive com você. Por que droga eles fizeram melhor o meu dia, meu mês e posso até dizer que eles fizeram melhor o meu ano!

A sombra de um sorriso marca seu rosto junto com a intensidade das ônix, que me prendem por um par de segundos. A longa intensidade de suas palavras me fazia ver a veracidade delas. Perceber isso faz com que eu desvie minha atenção. Já que toda vez que ele me olhava daquela maneira, me deixava com estômago oco e uma desconhecida sensação que eu gostava, mas que ainda me assustava um pouco, tomava conta de todo meu corpo e mente.

Como ele podia me mexer tanto comigo?

-Eu sei que posso ter exagerado um pouco... -digo o que já estava pensando antes mesmo dele chegar. Jogar tudo aquilo em Júlio, agora, não parecia tão necessário. -Foi só que eu fiquei sabendo tudo de uma vez e.... acabei por tirar conclusões que me fizeram questionar tudo...

Com isso de imediato sinto ele pegar meu queixo com delicadeza e me fazer olhar para ele.

-Julia, sua reação foi nada mais do que apropriada para a situação toda. Ela foi até calma em comparação do que eu pensei que seria. -ele começa ao fazer um leve carinho em minha clavícula. -E você questionar o que aconteceu entre a gente faz todo sentido. Se fosse ao contrário também questionaria, mas eu estou aqui dizendo para você que eu gostei e gosto de passar esse tempo com você! Você é diferente para mim e, seja lá o que está acontecendo entre nós, eu realmente gosto!

-Eu também gosto. -admito baixo.

E dizer isso pôs um fim a barreira que tinha sido construída entre nós naquele meio tempo. Desfeita, voltávamos ao ponto antes de eu descobrir tudo aquilo. Ele passa os braços ao redor dos meus ombros e eu não demoro em repousar minha cabeça em seu ombro. Seus braços fortes se fecham a minha volta me fazendo logo sentir aquecida tanto por fora, quanto por dentro. E tal sensação era mais do que bem-vinda naquele momento...

-Essa situação é fodida pra caramba! Mas para sua sorte nada que disse ou pensou sobre mim, conseguiu ferir meus mais sensíveis sentimentos.

O seu tom completamente dramático até me fez sorrir um pouco e levar ao chão um pouco daquele pesar todo. Nossa! Como eu realmente precisava daquele a braço.

Caindo pelo Caminho Onde histórias criam vida. Descubra agora