PRÓLOGO

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"Talvez as coisas pudessem ter sido diferentes, mas agora não importa mais...".



Eu sou Rubens Foster, um viciado em aposta! É, eu sei que sou um viciado e não me orgulho disso, mas o vício é mais forte do que eu.



Você pode me chamar de fraco, de covarde e de tudo o que possa passar em sua mente, pois eu posso te falar que sou tudo isso e mais um pouco.



Você não sabe o que eu acabei de apostar.



Não tenho mais nada!



Perdi-me completamente quando vida levou minha esposa e meu filho; e a única que me mantinha sã em meio caos da dor eu a apostei sem pestanejar. Mas esta noite, quando entrei nessa sala, tive o pensamento de que a sorte estava do meu lado. E com esse pensamento apostei a pessoa mais importante da minha vida...!



Eu levanto a cabeça das minhas cartas e olho nos olhos de Victor Harrison, o dono desse clube de aposta. Ele olha para mim com cinismo, ele sabe que eu estou ferrado, ele percebe pela expressão no meu rosto. Nunca fui uma pessoa boa de esconder as emoções. Era o que a minha Julieta sempre dizia para mim. Minha doce e bela Julieta! Tinha certeza que nesse momento se ela estivesse aqui, ela estaria com um grande, muito grande, ódio de mim. Eu posso entender, eu me odeio também!



Olho ao redor da sala média, a mesa com um pano vermelho com alguns furos aqui e ali. Na porta há dois capangas de Victor com suas mãos em suas cinturas e olhos preparados; olhos de assassinos treinados. Eu sei que há outros capangas pelo corredor antes de chegar ao coração do clube, onde ficam várias mesas de pôquer como essa e máquinas caça-níqueis.



Volto meu o olhar para Victor que olha para mim e levanta uma sobrancelha me desafiando a mostrar minhas cartas. Eu abaixo minhas cartas que são um ás de paus, sete de espada e um cinco de copas. Ele me manda um sorriso sinistro e abaixa suas cartas, um flush perfeito.



Eu sei que perdi, mas é tão difícil de acreditar que as coisas estavam indo tão bem e de repente elas vão pelo ralo. Victor aumenta seu sorriso olhando para o meu rosto e se reclina na cadeira repousando suas mãos a trás de sua cabeça. E eu ainda não consigo acreditar que eu a apostei e a perdi.



―Acho, que sua filha me pertence.


Caindo pelo Caminho Onde histórias criam vida. Descubra agora