Capítulo Vinte e Oito

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Apontando a lanterna para a estrada de pedras, que hoje de manhã parecia um lindo cenário de filme antigo. Agora parecia um belo cenário para um filme de terror.

Eu não tinha medo de escuro.

Nunca tive.

Mas agora andando nessa estradinha somente com uma lanterna, que só iluminava dois passos a minha frente, estava difícil não ter.

A cada passo que eu dava meu coração doía mais. A cada passo que eu me afastava mais da casa meu coração parecia sagrar e faziam as lágrimas rolarem fortemente pelo meu rosto. Eu estava deixando meu coração naquela casa.

O sentimento de medo estava forte, mas a dor de deixa-los estava tão grande que eu estava sendo muito forte de não me deitar no chão e me enrolar que nem uma bola. Mas todas às vezes eu pensava e repensava e sempre afirmava que Júlio; meu irmão que tinha me protegido a vida toda. Além dele, o homem que tinha o meu coração por completo, que eu amava tanto que chegava a doer. Eles dois já tinham arriscado suas vidas para me proteger. Agora era a minha vez de fazer isso por eles.

Quando cheguei á virada da estrada olhei pela última vez para o portão que escondia a casa e só mostrava o telhado dela. O céu no horizonte da casa mostrava nuvens completamente carregadas que clarearam com um relâmpago que surgiu de repente. Mostrando que logo, logo viria uma chuva bem forte.

Dei alguns passos e então decidi apontar a lanterna um pouco para cima para ver se estava no caminho certo. Quando fiz isso quase caí para trás na hora.

Tinha um homem grande e estranho parado de braços cruzados com uma carranca em seu rosto. Vi que atrás dele havia um carro prata que parecia muito, se não o mesmo que eu vi quando eles apareceram na minha antiga casa.

O homem mal olhou para mim, mas abriu a porta do banco de trás do carro.

Engoli em seco e desliguei a lanterna e fui em direção ao carro. Assim que entrei no carro, o homem sem nenhuma gentileza fechou a porta e se dirigiu para entrar no lado do motorista.Sem nenhuma palavra deu partida no carro.

Ele nem se quer olhou para mim mais do que dois segundos. Oque eu me perguntava era se ele não queria olhar para mim mesmo ou se era Victor que o mandou nem se quer olhar para mim.

-Vai demorar? -eu perguntei.

O cara não deu nenhum indicio que iria responder.

-Ótimo. Obrigada por não me responder. -eu disse sarcasticamente revirando os olhos e sequei uma lágrima que teimou em cair.

Uns 10 minutos se passaram até que eu conseguisse controlar um pouco o fluxo de lágrimas que enchiam constantemente os meus olhos.

Nesse instante eu poderia ouvir a trilha sonora perfeita para essa noite. Já podia ouvir lá no fundo do meu subconsciente as batidas perfeitas da música Highway To Hell do AC/DC. Eu realmente estava na minha própria estrada para o inferno. Que irônico isso, essa é uma das minhas músicas favoritas e agora eu estava praticamente incorporando ela na minha vida.

Voltei minha atenção para a janela que mostrava a paisagem lá fora bem escura e fechada. As nuvens carregadas de chuva não deixavam às estrelas e a lua a vista. Era simplesmente uma noite de tempestade. Exatamente igual ao meu coração e a minha cabeça que pareciam que estavam no meio de uma tempestade com direito a raios e trovões ensurdecedores.

Por um segundo passou pela minha cabeça me jogar do carro em movimento, mas acho que isso não seria muito inteligente.

E se eu me machucasse e não conseguisse correr?

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