Depois de muitas voltas rápidas e desvios entre o tráfego de carros conseguimos despistar o carro atrás de nós. Eu havia soltando um grande suspiro de alívio quando vi que o carro prata não estava em nenhum lugar atrás de nós.
Uma hora e meia depois paramos em frente a casa. Júlio saiu do carro ainda pressionando um pano que ele tinha encontrado pelo carro no seu abdome. Eu o segui atrás dele rapidamente. Quando já estávamos dentro da casa perguntei a Júlio:
-Você está bem? Precisa de ajuda?
Ele se virou para mim e seu rosto amoleceu imediatamente e ele voltou a ficar na minha frente.
-Julia foi só de raspão. Não precisa se preocupar. -ele deu um beijo na minha cabeça e foi para o quarto.
Enquanto eu fiquei lá, ainda torcendo as minhas mãos sentindo-me super culpada por ele ter se machucado.
Depois que Hugo me entregou as bolsas. Eu as peguei de sua mão e praticamente corri para quarto.
Tomei banho e quando vesti minha própria roupa tinha em mim uma felicidade de ter algo meu novamente, mas logo essa felicidade foi embora quando pensei que arrisquei a vida de Júlio e Hugo só para pega-las.
Fiquei deitada na cama olhando para o teto por um bom tempo, até que minha barriga roncou e a fome me chamou mais alto do que minha vontade de ficar na cama até amanhecer.
Saí da cama em protesto mental e fui até a porta abrindo-a lentamente; o corredor estava escuro como de costume. Já estava escuro há um bom tempo lá fora; para você ver que eu estive um bom tempo olhando para o teto com a culpa me corroendo.
Dei alguns passos no corredor com meus pés descalços no piso de madeira tentando não fazer barulho, pois parecia não haver ninguém na sala e se eles não estavam na sala eles estavam em seus quartos. Com a minha consciência pesada não queria vê-los ainda ou pelo menos não hoje.
Assim que estava na cozinha fiz um sanduíche simples de geleia de banana com queijo. Estava muito bom em particular; sempre que eu fazia esse tipo de combinação no sanduíche há alguns anos atrás Júlio achava nojento e eu achava e ainda acho uma delícia. Para mim quanto mais estranha à combinação mais o sabor me chama a atenção. Gemi e fechei os olhos quando comecei a mastigar. Ou eu estava com muita fome ou esse sanduíche estava divino!
-Hum! Deve estar muito bom.
Disse uma voz me fazendo levar um susto e ter um mini ataque do coração.
-Jesus! Você me assustou. -eu coloquei a mão no peito quando Hugo venho para o outro lado do balcão parando na minha frente.
-Desculpa não queria te assustar. -ele se inclinou um pouco colocando os seus cotovelos em cima do balcão.
Ele estava lindo debaixo da luz fraca da cozinha, seus olhos pareciam escuros e notei seu cabelo bagunçado e eu realmente queria passar os dedos sobre os fios.
-Não. Tudo bem. -eu Disse tentando desviar os meus olhos dele.
Não dava para ficar olhando para ele com cara de fascinada todas as vezes que eu o via.
Era muito constrangedor!
-Você quer? -eu apontei para o meu sanduíche esquecido.
-Eu quero. Você parecia estar gostando muito. -ele deu uma sobra de um sorriso.
Eu assenti envergonhada e virei em direção à geladeira. Virada de costas não dava para ele ver como eu estava vermelha, que nem um tomate maduro, por ele ter me visto gemendo por estar comendo um sanduíche.
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Caindo pelo Caminho
Action"Se você cair pelo caminho da vida, levante-se. A vida é feita de obstáculos que temos que passar frequentemente para um dia alcançarmos a vitória...". Julia Foster de 19 anos têm sua vida mudada drasticamente após a morte de seu irmão e sua mãe qua...