Sonhos e realidade se misturaram em minha cabeça assim que comecei a despertar. Caindo mais para o lado da lucidez começo a me espreguiçar sentido a maciez absoluta da cama. Tateando deliberadamente logo sinto que algo está faltando. Lentamente abro meus olhos tentando os ajustar a claridade que invade o quarto. Claridade essa que vinha dos raios de sol que atravessavam as árvores e invadiam o quarto pela janela aberta. Eu havia esquecido de a fechar...
Pensar o que fizera esquecer logo trouxe a enxurrada de imagens do que havia acontecido ontem. Dou uma olhada ao redor do quarto à procura de Hugo, mas não havia nenhum sinal dele. Volto meu olhar para o espaço agora vazio ao meu lado, que era a única prova que ele realmente estivera aqui; os lençóis estavam bagunçados e ainda continham seu cheiro provando que não havia sido um sonho.
Jogo minhas pernas para fora da cama e fico em pé dando uma última olhada na cama, que eu quase me entregara a Hugo.
Por que não se entregou?
Disse uma vozinha no fundo da minha cabeça. A resposta veio tão imediatamente o quanto.
Por que eu sou medrosa! Arhg!
Balançando a cabeça tento dissipar esses pensamentos enquanto me dirijo para fora do quarto. Já no corredor de paredes bejes iguais à sala, vejo o escuro dele se projetar em todas direções, pois só havia as três portas dos quartos de todos os lados. A primeira porta se encontrava mais a frente, enquanto a minha no meio e uma última no lado oposta da parede. Com o corredor completamente silencioso me arrisco em ir até a última porta, já que era a qual eu acreditava que poderia encontrar Hugo.
Até começo ir em direção com passos lentos, mas um leve murmúrio vindo do lado oposto me para de repente. Desconfiada, mantenho meus passos lentos, porém na direção da sala. O murmúrio que, só poderia ser de Hugo, aumentou gradativamente enquanto me aproximava cada vez mais.
Com quem ele estava falando?
Ao chegar na entrada da sala logo noto Hugo, que de costas para mim, falava ao telefone completamente alheio a qualquer coisa ao redor. Vestido de calças jeans, uma blusa preta e sapatos; parecia pronto para sair. Ou será que já havia saído?
Será que planejava me levaria a outro lugar?
Deixo de pensar nisso quando algo que Hugo diz para a pessoa do outro lado da linha me chama a atenção.
-Julia precisa saber! -ele diz com a mão na cintura.
A pessoa retrucava alguma coisa do outro lado da linha, mas eu só conseguia ouvir um leve murmúrio desconexo.
-Você sabe que ela... - ele continuou balançando a cabeça parecendo frustrado com a situação. -Você precisa contar a ela!
-Me contar o quê?
No momento que as palavras saem da minha boca vejo Hugo virar totalmente assustado ao me localizar ali. Minha intenção não era de ficar ouvido a conversa alheia, mas ao ouvir meu nome não pude me conter! Cruzo meus braços e o olho incisivamente.
Queria respostas! E as queria agora!
Ele desliga o celular sem ao menos se despedir da pessoa e o coloca no bolso, já me olhando cautelosamente agora.
-Há quanto tempo você está aí? -ele pergunta calmo.
-Não importa quanto tempo estou aqui! -eu exclamo frustrada. -Eu quero que você me conte agora o que está acontecendo?!
-Calma Julia...
Hugo dá um passo na minha direção e eu logo dou um passo para trás. Tentar me acalmar não iria funcionar! Eu estava cansada de ficar no escuro!
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Caindo pelo Caminho
Боевик"Se você cair pelo caminho da vida, levante-se. A vida é feita de obstáculos que temos que passar frequentemente para um dia alcançarmos a vitória...". Julia Foster de 19 anos têm sua vida mudada drasticamente após a morte de seu irmão e sua mãe qua...