CAPÍTULO - 25

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Um calafrio percorria meu corpo e meu olhos não descansavam. Observavam todos os pontos cardeais ao longo dos trilhos.

De onde estávamos, ainda era possível ouvir os barulhos das explosões, muitos rostos permaneciam em minha lembrança e eu estava torcendo mais que tudo para que eu ainda pudesse revê-los.

Pisoteando folhas, galhos, pedras e o ferro da passarela. A noite estava com uma temperatura amena e poucos sons de animais preenchia o fundo da paisagem, corujas, pássaros e um uivo solitário de um cão selvagem. A lua emita uma quantidade considerável de luz no céu.

- Assim que chegarmos na estação, quero que volte para ajudá-los - mamãe sussurrou ao meu lado.

- Está fora dos planos - rebati sem olhar para ela, continuei andando rápido.

- Leonardo... - parei de andar e voltei-me para ela. Seus olhos estavam tensos.

- Helena - encarei-a -, eu não vou te deixar num lugar estranho e voltar para aquele pandemônio, agora é cada um por si. Fiz uma promessa e vou cumpri-la.

- Já conversamos sobre seu pai...

- Não estou falando dele e sim da minha tia - bufei, um semblante meio decepcionado veio dela em resposta a minha fala. Ela então pareceu aceitar e apenas caminhou.

Ao longo dos trilhos de ferro, tudo se mantinha em segurança, o caminho era próximos a uma geografia inclinada dos morros e muitas árvores cercavam os dois lados. Andamos por cerca de vinte cinco minutos, e a sede já passou a nos perseguir.

Avistamos a estação ao fundo e lá diversos metrôs apodreciam ao relento, algumas plantas cresciam em meio aos cascaslhos presentes no solo e entre os concretos.
Subimos numa das rampas que levavam para as cabines e o lugar estava praticamente abandonado. Parte do grande arco de vidro que cobria o espaço já não existiam. Não havia qualquer sinal de caçadores na área. Podíamos ser surpreendidos ? Sim e se caso isso acontecesse, eu só teria duas balas e precisaria fazer com que cada uma delas valesse a pena.

- Por aqui - indiquei uma abertura ao centro da recepção da estação. Algumas malas e caixotes estavam espalhados pelo carpete vermelho do ambiente, o cheiro de mofo empreguinava tudo a nossa volta e minha esperança era poder achar um lugar para passarmos a noite.

Vasculhei algumas salas e acabei encontrando um galpão escuro. Uma luz fora acesa ao meu lado, levei um pequeno susto.

- Onde achou essa lanterna ?

- Trouxe-a comigo do búnquer.

- Você andava com uma lanterna por aí? - continuei procurando.

- Um nova queda de energia me perturbava. Percebi que nos últimos dias, as lâmpadas estavam piscando demais, então decidi me prevenir e olha só - ela deslizou com a lanterna pelo galpão -, onde estamos.

O espaço era totalmente sujo, húmido, antigo e até memso sombrio. Ao fundo do local, encontramos um esqueleto humano preso a um fio de cobre atado a uma das linhas de madeira do teto. Uma mensagem estava escrita na parede com um tipo de tinta branca. A mensagem estava próximo aos ossos do suícida.

" Eu costumava amar minha vida, minha esposa e minha filhinha, e também nosso cachorro. Mas depois que perdi todos eles, senti que eu não estava deixando alguma marca no mundo. Não vão sentir minha falta e assim que você deixar esse lugar, também vai me esquecer e isso é a prova de que estou certo.Eu fui embora, sugiro que faça ao mesmo"

TEMPORADA DE CAÇA Onde histórias criam vida. Descubra agora