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– Hum.... Hyunjin? Sou eu. Você quer.... me morder? – O humano perguntou hesitante atrás da porta do outro.

– Ah é? Verdade? Ok, então... Eu o encontrarei no seu banheiro em dez minutos. Esteja pronto, coisa. – Ouviu a sarcástica voz vindo do cômodo e poucos minutos depois já se encontrava em tal banheiro.

O banheiro estava frio. Lee tremia. Lá fora, o dia logo amanheceria no mundo que já não era mais o seu.

O Hwang lhe disse para encontrá-lo no mesmo lugar onde foi mordido pela primeira vez. Mas as coisas tinham mudado desde então. Apesar de ele ainda não perceber, era Felix quem decidia.

– Você realmente veio... Estava achando que iria amarelar. –Ouviu a tal voz atrás de si, fazendo-o se virar para olhar o homem'.

– Sim, eu estou aqui. Podemos começar? – retrucou.

"Antes que eu mude de ideia... E espero que ele não ouça a minha voz tremer!"

– Espere... Por que você quer tanto que eu o morda? – perguntou surpreso.

– Porque eventualmente você vai ficar com fome e eu acho que prefiro que isso aconteça no fim da noite.

– Oh... Então você quer ter preferências.... Contanto que você não me encha o saco depois. Ter hábitos não é minha praia. – o Hwang respondeu já com seu conhecido sorrisinho. – Bom, então.... Onde você quer que eu o morda?

"Ele está pedindo minha opinião? Pelo visto, a surpresa o torna mais dócil. É bom saber."

– Quer dizer... Vou mordê-lo no pulso. Tem um fluxo de sangue menor, mas será o suficiente por hoje. – acrescentou.

"Ah, pronto.... Bem que eu tinha achado essa atitude estranha.."

Após alguns segundos de preparo psicológico por parte de Felix, sem dizer uma palavra, ele estendeu as mãos com as palmas para cima como em uma prece silenciosa. O outro pegou sua mão esquerda e a levou até à boca.

Eles estavam longe um do outro e o Lee estava livre para se mover. Ele poderia ter puxado seu braço e fugido. Mas o fez.

O vampiro não parava de o olhar, como se estivesse testando sua coragem. Desta vez, Felix não iria fechar os olhos. Ele iria ser forte.

As presas mergulharam em sua pele, mas ele estava pronto. Ele não deixaria a dor o atingir. Imaginou uma bola e tentou se manter dentro dela.
O lugar da mordida queimava como se sua mão estivesse em cima de uma chama viva, mas Lee inspirava e expirava profundamente, sem me mexer.

Alguns instantes depois, havia acabado. A ferida era fina e limpa. Uma gota de sangue e o humano a limpou instintivamente com o dedo e o levou em seus lábios.

– Então quer dizer que você também gosta de sangue.... Interessante. – disse o observando. – Bom, estou exausto. Você parece estar bem, nem preciso dar uma de enfermeiro. Até amanhã. – disse e desapareceu pela mansão escura.

As palavras de Hyunjin deixaram o outro boquiaberto. Lee ficou revoltado com a ideia de ele os comparar assim. Felix não era nenhum sanguinário, um monstro sem empatia. Até agora, ele nunca tinha ferido voluntariamente um ser vivo. Ainda não.

Ele estava se sentindo imundo então preparou um banho de banheira fervente, no qual mergulhou. Lee tinha a impressão de que o vapor poderia desfazer a maldição que ele tinha o lançado.

A água esfriava ao mesmo tempo que sua angústia passava. Ele não podia deixá-lo brincar assim com sua mente. Felix ganhou uma batalha, mas nao ganhou a guerra, e precisava ficar atento.

Antes de se deixar levar pelo prazer simples da água em sua pele e do barulho suave que ela fazia sob seus dedos, Felix prometeu a si mesmo, mais uma vez, que não desistiria.

𝗠𝘆 𝘃𝗮𝗺𝗽𝗶𝗿𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora