TUDO POR ELA - Livro 2 Duologia "IRMÃOS FONTANA"

PRÓLOGO

AURORA GONZÁLEZ

Sento na cama me sentindo mal novamente, tento acomodar melhor em minha poltrona, mais as dores não me abandonam.

Olho meu quarto, um ambiente escuro, solitário, exatamente como sempre foi minha vida.

Minha mãe não suportou meu pai e se matou, ele me odeia de todas as maneiras, principalmente quando descobri está doente, minha serventia a ele, estava limitada.

Minha lombar dói, e tento levantar para que as dores amenizem, não quero ter que pedir remédio novamente ao meu pai e ter que escutar o quanto inútil eu sou.

Seco uma lágrima e vou até a janela.

Aqui é tão lindo, os pássaros cantando, as árvores balançando com os ventos, as abelhas ficando sobre as flores.

Respiro fundo e.sinto a brisa, pela minha janela aberta.

Queria tanto ter um motivo e uma vontade para viver, mais para quê.

Não tenho ninguém, não tenho para onde ir, e nem posso abandonar essa vida.

Seco outra lágrima que desce e fixo meu olhar no horizonte.

Escuto batidas na porta e assusto, ninguém vem aqui, ninguém me procura para nada.

Desconfiada e com medo olho se a pessoa irá persistir em entrar.

As batidas voltam e engulo seco me aproximando.

- quem é? - Pergunto baixo e escuto um resmungo do outro lado.

- abra a merda dessa porta Aurora - escuto a voz de meu pai e meu medo aumenta.

Será que ele se decepcionou comigo em algo e vai me castigar - penso desesperada mais abro a. Porta a seguir.

Abaixo meu olhar e sinto ele passar ao meu lado adentrando, me viro e ele está indo em direção da janela e fechando.

- deixa essa porcaria fechada - diz a batendo e me encolho. - se fosse antes não ligaria se quisesse ficar lá fora, e ficasse doente morrendo depois - fala e sinto um aperto tão grande em meu coração, que poderia passar o dia inteiro chorando.

- mas agora tenho que cuidar de você - diz e fico confusa - quero que se arrume - fala bravo - e tente não parecer tão inválida quanto está - fala severo.

- porque ?- faça a besteira de pergunta e por uns minutos acho que quase apanhei, me encolho e fico bem ao lado do meu quarto encostada na parede.

- porque eu finalmente arrumei um noivo para você - ele diz e meu coração aperta, o medo aumenta e minhas, mãos suam enquanto treme. - por incrível que pareça alguém a aceitou desse jeito - diz bravo - e não pude negar para eles.

Ele olha para os cantos e me encara.

- se eu fosse você não ficaria com essa cara de paisagem - diz se aproximando e me encolho mais - ele só vai casar com você por poder - diz alto - e não pense que vai se dar bem - diz e meus olhos escorrem lágrimas - ele é pior do que eu já fui um dia - diz sorrindo - e nunca gostara de um peso igual você.

Já estou chorando novamente quando ele termina, me olha severo e vai até a porta, me agacho abraçando minhas pernas e escuto ele parar.

Ele para e me olha com nojo, mais antes de ir ele ainda me diz.

- se arrume, que ele está chegando para cá - diz irritado - e em uma semana irá se casar - cuspe as palavras, concerteza isso estava planejado a tempo mais só me disse agora.- e não conte nada que te fiz - ele aponta o dedo - porque ele.me contará e eu darei um jeito em você - ele grita e eu aceno com a cabeça rapidamente.

- eu não escutei - diz me encarando - entendeu.

- sim pai - digo com a foz chorosa e ele sai.

A porta é batida fortemente e novamente eu estou só, porque minha vida é assim, porque tudo de ruim tinha que acontecer comigo.

Agora se não bastasse meu pai, terei alguém para me machucar e ser até pior do que ele era.

- não quero mais isso - digo chorando - porque só comigo - coloco as mãos sobre o rosto- será que nunca eu vou ser feliz - sussurro para mim mesmo.

Não sei quanto tempo fiquei ali encostada na parede com as dores que sempre sinto devido ao câncer.

O desconforto estava grande, o medo está maior, mais eu não tinha como fugir tinha que me arrumar para conhecer meu futuro noivo, a próxima pessoa que pisara em mim.

Me levanto e vou até o meu banheiro ando e me vejo no espelho, pálida, cabelos curtos e uma feição de quem sofre muito.

- vai Aurora, você já aguentou tanta coisa - falo para mim - aguente isso até seu tempo acabar.

Me arrumo o melhor que consigo, coloco um vestido verde que me valoriza, faço uma maquiagem para disfarçar a palidez.

Saiu do banheiro e vou no quarto, quando estou terminando de colocar os saltos, escuto novamente batidas

Vou calmamente em sua direção e abro vendo a governanta do outro lado.

- senhora está pronta? - pergunta e eu a encaro.

- estou, porque ? - pergunto.

- seu pai está te aguardando - ela diz e olha para os lados falando novamente - o seu noivo chegou.