CASAMENTO

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AURORA GONZÁLEZ

Aperto minhas mãos nervosas, o dia tão esperado chegou.

Achei estranho não ter visto meu pai nesses dias, e ele não ter implicado com minha aproximação de Matteo.

Olho em direção do espelho arrumando minha postura e puxando o ar necessário para espantar o nervosismo, passo a mãos pelo volume do vestido estilo princesa que estou, já pronta sorrio me vendo,  pela primeira vez na vida me sinto muito linda e confiante.

Olho o ambiente e estou só, apenas esperando alguém me buscar para enfim me casar com Matteo.

Ando pela salinha e acho que nunca me senti tão feliz e nervosa ao mesmo tempo.

Continuo sorrindo até escutar barulhos lá fora.

Abro a porta lentamente e escuto sons que ficam difícil de se decifrar, esses sons aumentam e fico confusa, o que será que está a acontecendo.

Dou mais uns passos até escutar claramente os barulhos, os distinguindo muito bem.

Tiros.

Recuo para trás com medo, o que será que está acontecendo.

Penso em entrar na salinha mais seria o primeiro lugar a me procurar se no caso eu fosse quem eles queriam.

Seguro a barra do meu vestido e corro pelo corredor que estou, em direção do banheiro mais próximo, conforme eu corro os gritos aumentam e os tiros não cessam, eles se intensificam, eles continuam.

Viro a direita no final do corredor, correndo com todas as forças que tenho, até avistar o banheiro feminino, entrando a seguir.

Olho no banheiro que parece normal, como todos, vou na porta para ver se tem chave e não tem.

- merda ! - sussurro - não pode ser verdade - falo nervosa procurando onde devo me esconder - quando eu acho que serei feliz sempre acontece algo - resmungo querendo chorar e vou em direção da última cabine, entro a tranco e subo encima do vaso sanitário segurando o meu vestido.

Fecho os olhos tentando me acalmar e respirar melhor para que o nervosismo não me faça de descoberta.

Quando finalmente começo me acalma escuto passos se aproximando.

- ela não estava lá ?- pergunta e tampo minha boca com uma mão.

- não senhor - da um pausa - o chefe disse que ela estaria, e que era para ser eliminada imediatamente, para evitar a possibilidade de sobrevivência.

- eu sei - ele resmunga e chuta a porta da primeira cabine. - mais pode ficar tranquilo - diz sorrindo e chutando a porta da segunda cabine - nos vamos a encontrar.

Estou na oitava cabine e eles já abrirão quatro, eu irei morrer, sem ao menos ter visto Matteo pela última vez.

Sinto lágrimas caírem em meu rosto, meu olhos com certeza tem borrões pretos embaixo no momento, eles estão chegando e não sei o que farei.

- senhor gostaria que eu fosse até outra sala? - o rapaz pergunta e o outro homem que aparentemente está no comando bate na cabine ao meu lado.

- não você ficará comigo até encontramos ela- ele diz ríspido - entendeu - fala e ele diz sim em um alto tom.

Sinto ele em frente da minha cabine, é agora que deixarei esse mundo, quanta injustiça, eu só queria ser feliz.

Em um chute ele abre a cabine e não contenho o grito.

Ele me olha sorrindo e o rapaz atrás também ri.

- olha quem eu achei - o homem fala indo pegar a arma no bolso, quando escuto um disparo derrubando o de trás.

O líder deles olha assustado e tem um disparo na perna o derrubando.

O jovem está morto eu acho, vejo sangue saindo de sua cabeça, enquanto o outro está segurando firme sua perna e soltando suspiros de dor.

- AURORA - escuto um grito, mas não é familiar, na verdade é de uma mulher, quem será?

Mesmo sem saber quem é, me agarro na esperança que não me fará mal.

- Aurora, pode sair, sou eu Amélia - diz e me recordo do nome da cunha de Matteo.

Corro em sua direção, a barra do meu vestido suja de sangue até a distância do tornozelo.

Corro em direção dela, que está em um longo vestido vermelho e uma arma apontada para o único vivo, sem expressão nenhuma de medo, aliais ela está com uma face que até eu teria medo dela.

- quem você pensa que é seu merda para tentar fazer algo contra minha cunhada - diz com a arma ainda apontada para ele, e uma de suas mãos entrando em sua bolsa de lado pegando seu celular.

- Italiana de merda - ele diz com dor. - todos vocês merecem morrer - cuspi ao falar.

- mas quem está sangrando aqui não sou eu querido, é você - diz em tom esnobe não tirando os olhos dele. - AURORA você tá bem ?

Me pergunta e eu saio do mundo da lua que estava, vou de novo a realidade e aceno a cabeça vendo um sorriso gentil.

Quando ele vê esse momento tenta pegar a arma mais ela atira em sua mão tirando um grito dele.

- se eu fosse você ficaria quieto, já passei por muita coisa na minha vida querido, e uma coisa que aprendi bem foi me defender - ela solta e me sinto muito segura atrás dela, ela é nova igual a.mim, mas exala confiança que me deixa mais tranquila.

- amor - ela finalmente consegue que atendam - estamos no banheiro do salão onde eu e Aurora estamos, ela sofreu um ataque, tentaram matar ela , porém consegui reagir, tô com os dois aqui no chão - ela fala e posso escutar o nível de preocupação do marido dela - ok amor, estamos te esperando.

Ela desliga a chamada e então me entrega o celular.

- isso era para me deixar com medo?- ele pergunta com muita dor e ela ri.

- você pode ver isso por dois lados - ela diz sorrindo e ele.fecha a expressão - lado bom que eu não terei mais uma arma apontada para você - fala e eu a encaro - agora o lado ruim meu amigo - diz rindo - é que quem terá essa arma apontada, é o meu marido.

TUDO POR ELA - Livro 2 Duologia "IRMÃOS FONTANA"Onde histórias criam vida. Descubra agora