CAFÉ

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AURORA GONZÁLEZ

Sento em uma cafeteira bem localizada ao centro da cidade, não me lembro da última vez que estive assim com alguém.

Sorrio sentindo a brisa sobre meu rosto e ao ver as pessoas andarem de forma despreocupada.

Me viro e vejo Matteo a todo momento me observando com um sorriso no rosto.

Abaixo a cabeça um pouco e sinto minhas bochechas corarem com a vergonha.

- está gostando - me pergunta e eu sorrio para ele.

- muito - digo feliz pela primeira vez a muito tempo.

- então o que vai querer ? - pergunta e olho no menu, são várias coisas deliciosas, que eu não me lembro ter comido, a curiosidade aumenta até eu recordar que não é qualquer coisa que eu posso comer.

- bom se fosse pelo que eu quero - sorrio sem graça - seria essa - aponto para o bolo de chocolate - porém minha alimentação é bem restrita pelo tratamento - digo baixo e seu sorriso diminui.

- o que poderia comer daqui - se aproxima levando a cadeira bem ao meu lado e fico nervosa por um momento, não um nervoso ruim, mais um bom pela aproximação.

Ele me mostra o cardápio já se sentado colado a mim, como os casais que via nos filmes de romance, um sorriso brota no meu rosto e eu analiso melhor, mais relaxada.

- o chá de gengibre e um lanche natural - digo sorrindo fraco e o vejo sorrir de lado.

- bom então para mim será o mesmo - fala entregando o cardápio ao garçom que anota o pedido e fico de boca entre aberta uns instantes.

- você não precisa só porque eu não posso - digo sem graça e ele sorri de forma carinhosa passando os braços por meu ombros nós aproximando.

- eu tive vontade de comer isso - fala e sei que é mentira, mais só o fato de agir assim aqueceu meu coração.

Papai disse que ele era mal, que ia me maltratar e nunca gostaria de mim, mais pela reação dele, acredito que seja ao contrário.

Ele está simples olhando a televisão que tem um programa engraçado, e eu estou sendo abraçada por ele ainda, por impulso acabo deitando minha cabeça em seu peito que me acomoda mais.

Nunca me senti assim, desejada, feliz e não ignorada.

Tomara que isso seja verdadeira e não apenas uma brincadeira para me magoar.

- Aurora - me chama e saiu dessa bolha que me coloquei, o abraço aperta e eu olho em seus olhos - se eu te perguntar uma coisa você vai ser sincera comigo ? - pergunta e sinto um medo, começar a crescer. - só ficará entre nos - diz e eu aceno com a cabeça.

- você era mantida apenas em casa ? - pergunta e saiu devagar do seu abraço apenas o observando, fico com medo de responder e se esse era o plano de.meu pai ver se eu falaria.

Olho receosa para ele e ele sorri afagando meu rosto.

- eu não contarei a ninguém, na verdade eu não suporto seu pai - fala rindo - nem queria vir para essa máfia Aurora - fala e o vejo sério - meu maior motivo de continuar aqui é você - fala e minha respiração falha.

- você nem me conhece - fala baixo e eu levanto seu queixo.

- e estou conhecendo melhor agora, mais nem precisei te ver pela primeira vez, para saber o quanto é maravilhosa e merecia mais do que era lhe dado.

Meu peito sobe conforme a respiração aumenta, meu coração está acelerado e eu continuo apenas o encarando.

- por favor Aurora - diz pegando minha mão e deixando apenas meu dedo mindinho levantado - uma promessa minha e sua - fala sorrindo e sorrio com sua ação- sempre confiarmos um no outro - diz e entre laça os nossos dedinhos - aceita - fala e meus sorrio está enorme.

- aceito - falo sorrindo e ele ri. Para mim.

- então - volta a pergunta me incentivando a falar.

- eu não saiu a muitos anos, meu pai diz que me prefere em casa - falo e ele me observa.

- nem em eventos que na teoria ele deveria te levar ? - pergunta e nego com a cabeça.

Ele fica pensativo e volta a me olhar.

- sobre seu tratamento - fala baixo e fico parada, ele sabe, lógico que saberia, minha expressão cai um pouco e ele percebe pegando minhas mãos - como está ? - pergunta e seguro firme sua mãos me sentindo bem, me sentindo confortável.

- tomo alguns medicamentos, e estou iniciando agora a quimioterapia e radioterapia - falo triste e ele afaga meu rosto com uma de suas mãos.

- você vai ficar bem - é a primeira pessoa que me fala isso - amanhã chegará um médico apenas para você ! - diz e eu o encaro confusa.

- como assim? - pergunto e ele sorri para mim.

- Aurora você será minha esposa, e meu dever é cuidar e zelar de você - diz tirando minhas palavras - farei te tudo para que fique bem - diz - e isso inclui contratar o melhor médico nessa área, para cuidar apenas de você.

Meus olhos estão com lágrimas, estou lutando para controlar, principalmente da forma que ele me olha, como que se importasse muito comigo.

- obrigada - digo em sussurro, ele continua afagando meu rosto e volta a falar.

- não sei como seu pai conduzia seu tratamento, mais mesmo faltando uns dias, tomarei isso como minha total obrigação, e desculpa a palavra que irei dizer - fala rindo - fodasse o seu pai, agora você pertencerá a mim, como eu pertencerei a você!

Minha cara está estática nunca imaginei que o destino me traria alguém assim.

Eu o olho agradecida mais assim que vou falar nossas coisas chegam.

Ele se acomoda novamente ao meu lado me abraçando e o garçom nós entregam as coisas sorrindo, como se fossemos o casal mais belo do local.

Observo o garçom ajeitando as coisas até Matteo beijar o topo da minha cabeça e pegar a xícara com a mão disponível.

- vamos experimentar isso - diz me tirando um sorriso.

Sorrio mais ainda ao ver sua careta disfarçada, tá na cara que ele ódio o chá, mais está disfarçando muito bem para me ver sorrir.

TUDO POR ELA - Livro 2 Duologia "IRMÃOS FONTANA"Onde histórias criam vida. Descubra agora