SENTIDOS

8.8K 854 21
                                    

AURORA FONTANA GONZÁLEZ

- não ! - acordo com medo, com uma tristeza, como se algo tivesse acontecido.

Olho para o lado e minha cunhada vem assustada para ver o que aconteceu.

- Aurora você está bem ? - pegunta com um semblante triste - aconteceu algo ? - faço que não com a cabeça mas continuo a olhando.

- eu quero falar com Matteo - digo e ela me encara com uma expressão triste - Amélia liga para o Matteo.

- Aurora - ela fala quase não conseguindo, alguma coisa aconteceu eu sinto - ela não pode atender agora.

- Amélia onde o Matteo está ? - pegunto com medo e ela me encara sem saber o que responder, olha para os lados e tenta buscar algo em sua mente mas eu já entendi, aconteceu algo com Matteo - Amélia onde está meu Marido - pergunto a vendo suspirar e me encarar.

- ele esta no quarto ao lado - diz e fico confusa.

- mas porque não me falaram nada- pergunto e tenta levantar mas ela não me deixa.

- Aurora - suspira - ele não está como acompanhante - diz e a encaro assustada - ele está como paciente.

Fala e tento levantar, ela pedi para eu ficar quieta mais quero ver como meu marido esta, como o homem da minha vida está.

Retiro uns aparelhos que estão ligados a mim, e sigo andando com dificuldade até o quarto ao lado.

Amélia vem atrás de mim, tentando me fazer voltar até parar em frente na porta.

- Aurora melhor você ficar lá descansando por você e seu bebê - diz e eu a encaro.

- o que aconteceu com ele Amélia - falo tentando me manter em pé - por favor seja sincera e breve comigo - falo e ele suspira sem saber o que fazer.

- ele levou um tiro e está em coma - solta e eu fico petrificada, não ele não pode me deixar, ele tem que ficar comigo e com minha filha, não ele não pode.

- eu quero vê-lo - digo tentando passar mais Amélia se põem contra a porta - Amélia eu vou vê-lo - digo e ela tenta intervir.

- AURORA ele acabou de sair de uma cirurgia não pode ficar recebendo visitas...

E pela primeira vez eu não sou a mocinha que escuta tudo e a todos, sou uma mulher desesperada para ver o homem que ama, ela tenta argumentar, mas eu a corto.

- desculpa AMÉLIA mas eu não quero saber - digo firme - tentando parece confiante - se fosse Lorenzo você não entraria ? - perguntei já sabendo sua resposta - iria esperar até alguém dizer pode ir - reforço e vejo seu olhar de dor e compreensão.

A vejo respirar fundo como se lutasse para dizer não, mas então ela sai da frente da porta.

Seguro a tranca como se estivesse segurando a única possibilidade de ser feliz, a angustia aumenta assim que a abro e escuto barulhos das máquinas que estão ligadas a ele.

Entro e o vejo parado na cama ligados a inúmeros aparelhos e sinto como se um pedaço meu estivesse adormecido com ele.

Me aproximo e o vejo cheio de curativos, olho para seu lindo rosto e vejo tubos o ajudando a respirar.

- oi amor - digo chegando ao seu lado - estava com saudades - falo e sinto uma lágrima descer - por favor fica bem - digo vendo ele imóvel sobre a cama - sem você não tenho forças para continuar - falo depositando um beijo sobre sua testa.

Fico em pé e sinto uma tontura, e uma pontada nas costas, mas continuo firme encarando ele.

Amélia fica da porta me observando toda cuidadosa.

Novamente sinto uma tontura e uma dor um pouco mais forte e minha cunhada parece ter percebido e vem em minha direção.

- AURORA você está bem ? - fala se aproximando e confirmo com a cabeça segurando a mão de meu marido, mas eu dou um leve desequilíbrio e ela me ajuda.

- Aurora você não está bem ! - diz em apreensão. - Vamos voltar para o quarto agora - fala e eu concordo com a cabeça.

Abaixo e beijo a mão de meu marido, e sigo em direção para fora da sala, respiro fundo mas as dores voltam e me sinto mais leve do que devia.

- Aurora - Amélia me chama e então percebo que ela está fazendo força para me ajudar - Aurora - me chama outra vez e vejo alguns enfermeiros vindo em nossa direção.

- Amélia - digo chorando - o que está acontecendo - falo e vejo sangue entre minhas pernas.

- meu Deus - ela fala e começa a gritar por ajuda. - alguém ajuda minha cunhada pelo amor de Deus - ela grita em pânico ao ver sangue em mim.

Tento falar algo mas nada sai, sinto apenas lágrimas descerem meu rosto e minhas mãos irem lentamente até minha barriga como se isso fosse o suficiente para a proteger.

Os enfermeiros já está ao meu lado me segurando e colocando em uma cadeira de rodas com cuidado, precisando de dois para essa ação.

- senhora Aurora vamos te levar para a sala de emergência - diz me analisando e observando, e é como se eu escutasse mais não conseguisse falar ou reagir, estava parada apenas com minhas mãos em minha barriga - AURORA ? - o enfermeiro testa minha consciência novamente que pela sua expressão não é a que ele esperava.

Amélia me olha assustada, tento dizer para ela se alcamar mas nada sai, olho para as expressões de Pânico que me rodeiam e essa é a última coisa que vejo antes de entrar em um mar de escuridão.

TUDO POR ELA - Livro 2 Duologia "IRMÃOS FONTANA"Onde histórias criam vida. Descubra agora