TRAIÇÃO

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MATTEO FONTANA

- Corram - escuto gritarem mais não sei quem são - rápido o paciente está sangrando muito - diz e tento mexer mas é como se algo me mantivesse ali.

- Busque o carrinho de PCR -  grita.

Tento falar e não consigo, queria poder falar, queria poder dizer que queria me despedir, mas eu tenho que lutar, quero conhecer minha filha, quero estar com minha mulher.

Mas eu falhei, uma hora dessa não deve sobrar nenhuma parte prestando daquele inútil, que despencou daquele prédio, e muito menos daquele traidor, que eu acolhi como um dos meus.

- doutor temos que o levar para o centro cirúrgico urgente - uma mulher diz - estamos perdendo ele...

- eu não vou perder ninguém no meu plantão - ele esbraveja e volta a falar - encaminhe para o centro cirúrgico urgente, já vou me preparar para iniciar a cirurgia.

Sinto meu corpo sendo levado, arrastado para hospital a dentro, até que não resta mais nada para mim além do silêncio e escuridão.

LORENZO FONTANA

- oi amor ? - digo para minha esposa pela ligação - como vocês estão ? - pergunto para ela que está acompanhando a nossa cunhada no hospital.

- bem amor - fala cansada - a Aurora não passou mal está noite - diz feliz - estamos ansiosas esperando notícias de Matteo - ela fala e concordo.

- também estou - digo sincero - ele não entrou em contato comigo hoje, estou com uma sensação nada boa- digo e ela tenta me acalmar.

- amor isso é só por que você não sabe como ele tá - diz doce - fica preocupado - fala e sorri - bem estilo irmão mais velho.

Começo a rir quando noto uma segunda chamada, que me faz ficar aflito, pelo fato de não ser meu irmão mais sim Paulo seu guarda.

- amor - digo e ela sente a aflição em minha voz.

- o que amor- pergunta.

- vou ter que desligar Paulo está me ligando - Digo e ela parece entender meu nervosismo.

- mas Paulo nunca te ligou só Matteo - diz e minha apreensão aumenta.

- sim, depois te ligo de novo tchau te amo - falo.

- também te amo - diz e desligo a chamada.

Olho uns segundos para a tela da celular querendo que não seja nada de mais até atender a ligação.

- Lorenzo Fontana. - digo e o outro lado começa a falar

- senhor Fontana- diz com uma voz rouca - aqui é o Paulo senhor - diz em meio ao desespero - o senhor Matteo foi baleado e estamos com ele no hospital - diz e sinto meu corpo ceder.

- como? - pergunto novamente não querendo a acreditar.

- fomos traídos senhor, - diz e aperto minhas mãos em irá - o senhor Matteo levou um tiro de André quando tínhamos encurralado o Alexandre - fala e tento absorver a história.

- e onde está Alexandre - pergunto e escuto um suspiro no outro lado - onde ?

- morto - é a única coisa que fala.

- você está dizendo, que em um único dia estou correndo o risco de perder meu irmão, minha cunhada e minha sobrinha? - digo em tom alto.

- desculpe senhor - fala como se isso fosse amenizar meu desespero - ele está sendo operado no momento, mas tarde o médico passará para dar notícias.

- quero que o traga para o México depois da cirurgia - digo e ele fica em silêncio - escutou.

- sim senhor, mas uma instalação para o levar ficará imensamente caro - diz e eu suspiro em ódio.

- dinheiro não é problema eu quero meu irmão aqui para ser cuidado perto de mim, e para estar perto da família dele.

- ok senhor - diz e continuo.

- quero informações a cada cinco minutos, não exite em me falar nada escutou - digo e escuto suas confirmações, desligando o celular logo em seguida.

- merda - passo as mãos pelo cabelo e me levanto em irá para o galpão de meu irmão.

Entro e vejo uns dos guardas ao lado da porta.

- eu quero uma reunião geral - digo e o guarda me encara como se não estivesse batendo bem - escutou ? - pergunto e ele afirma.

- com os capos senhor ? - pergunta e eu nego.

- quero uma reunião com todos que pertence a essa mafia, seja lavadeiras, guardas, capos, ou faxineiros, todos que sabem o que essa merda aqui é, terá que está lá - falo e ele confirma - e os que não quiserem aparecer você tem total liberação de executar - digo e ele arregala os olhos.

- executar senhor ?- pergunta e o encaro novamente.

- sim executar - tivemos um traidor entre nós e de onde vem um pode ter mais - digo firme.

- não correrei risco novamente - afirmo - essa é a ordem que lhe dou - digo e ele me encara - até meu irmão retornar é a mim que terão que obedecer, e uma coisa que não permito é termos ratos entre nós - falo.

- ok irei informar aos guardas para me ajudar - diz e afirma com a cabeça, ele pega seu rádio e liga no número que todos os guardas estão.

- reunião urgente salão de reuniões aqui no galpão, todos tem que comparecer e não é uma simulação - diz - todos tem que aparecer e não é uma simulação - repete.

- e para os que não quiserem comparecer - um dos que tem acesso ao dispositivo pergunta.

- para aqueles que não quiserem comparecer a reunião tivemos ordem número sete - diz - repetindo tivemos ordem número sete.

- ordem sete senhor ? - pergunta do outro lado e o soldado torna a responder.

- sim numero sete, liberação para executar.

Ele fala e me olha, sorrio de lado vendo o olhar de espanto dele, se eles queriam conhecer o lado ruim da família Fontana, pois bem eles conseguiram.

TUDO POR ELA - Livro 2 Duologia "IRMÃOS FONTANA"Onde histórias criam vida. Descubra agora