Capítulo 11 - Mas o Ingrato Destino

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"O encontro de nossas vidas, Tardou a acontecer

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"O encontro de nossas vidas, Tardou a acontecer..."


Um sininho de aviso soou na mente de Scarlett. Embora ele não estivesse usando frases feitas, estava falando da mesma forma sedutora e sem significado que um vampiro nobre adotava, quando quer angariar votos dentro do conselho dos anciões. Não poderia negar que o que acontecera entre eles fora algo novo, sem comparação, mas sua natureza cética impediu-a de acreditar que Rigard estivesse sendo guiado por outra coisa que não a velha força da natureza, que há séculos vinha evitando o desaparecimento da raça vampira.

Como sempre, os olhos de Scarlett refletiram seus pensamentos.

— O que foi? — Rigard olhou-a com ar interrogativo. — Duvida da minha sinceridade?

Scarlett fitou-o. Seria ele, realmente, capaz de ler seus pensamentos ou não passava de um astuto vampiro mestiço?

— Acho melhor não colocarmos rótulos no que se passou entre nós.

— Entendo agora. — Ele disse devagar, soltando-lhe a mão e recostando-se na cadeira. — Quer dizer, então, que já teve experiências iguais, antes?

— Não, mas não vejo como...

— O quê? Que algo tão físico possa ser, também, único?

— Único? — Scarlett zombou. — Não creio...

— Nunca lhe passou pela cabeça que é possível matar algo especial, analisando-o com toda a lógica? Não quero que isso aconteça ao que existe entre nós. Acredite no que quiser... é um direito seu... mas, para mim, o que há entre nós é raro, e não quero vê-lo destruído. — Num tom mais suave, Rigard acrescentou com seriedade. — Dê uma chance ao que existe entre nós. Dê uma chance a nós.

Teria ela coragem para tanto?

Ainda estava em tempo de manter sua vida na carapaça protetora que construíra ao longo dos anos. Para isso, só teria que dizer a ele que não estava interessada e não desejava vê-lo de novo. Estaria a salvo. Sua vida continuaria como antes: estável, previsível, confortável. Rigard tinha condições de magoá-la, e provavelmente o faria. Poderia qualquer coisa, inclusive a realização da promessa que estava vendo nos olhos dele, compensaria o possível sofrimento?

— Estou vendo que não é hora de falarmos sobre isso. Passo aqui novamente às oito para pegá-la. Poderemos, então, resolver as nossas diferenças.

— Está bem!... — Scarlett murmurou, incapaz de dizer não, apesar de estar contrariando o próprio instinto. — Mas creio que seria melhor se nos encontrássemos em outro lugar.

Rigard sorriu.

— Por que não vai ao meu encontro então? Podemos passar a noite fazendo o que você quiser.

O Segredo de MarlóviaOnde histórias criam vida. Descubra agora