Capítulo 4 • Papai

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Raphael Veiga |

Hoje foi dia de jogo treino aqui na Academia Palmeiras

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Hoje foi dia de jogo treino aqui na Academia Palmeiras. Já estamos nos  preparando para o jogo da Supercopa contra o Flamengo.

Meus pais chegaram hoje da França, confesso que já estava louco para sair do treino e vê-los.
Eu e meu pai somos muito companheiros, um pouco diferente da minha mãe. Ela é muito diferente de mim, temos pensamentos, posicionamentos e jeitos diferentes uns dos outros. Mas ela é minha mãe, ela e meu pai são umas das pessoas mais importantes da minha vida. As diferenças não importam.

Entrei dentro de casa e encontrei eles sentados no sofá, conversando.

—Filho! —Disse minha mãe, Maria, me abraçando.
—Oi, mãe. —Sorri e a abracei.

Fiz o mesmo com meu pai  e então nos sentamos.

Fui tomar banho rapidamente e então voltei para a sala.

—E então filho, como andam as coisas por aqui? Como você está? —Pergunta meu pai, Leandro.

—Estou bem. Anda tudo bem. —Digo receoso.

—Tem certeza? —Minha mãe pergunta

—Sim, mãe.

—É algo no Palmeiras, não é? —A mesma pergunta.

—Não, claro que não. Está tudo ótimo por aqui.

—Então, o que lhe incomoda, filho? —Meu pai pergunta.

—Não é nada, fiquem tranquilos.

Quando eu termino de falar, ouço a campainha tocar.

Eu não estou esperando ninguém…

Abri a porta e me deparei com a única pessoa que não poderia aparecer agora.

—Oi, meu amor. —Disse Bruna.

—O que você está fazendo aqui? —Pergunto.

—É assim que me recebe, Rapha?

—Bruna agora não é um bom momento.

—Por que? —Disse entrando. —Sogros!

—Bruna? —Meu pai pergunta, surpreso.

—Sogro, que saudade. —Disse e o abraçou.

—Sogra! —Abraçou minha mãe.

—Sogra? Vocês estão juntos? —Pergunta minha mãe.

—Sim! O Raphael não contou? —Se sentou ao meu lado.

—Nós acabamos de chegar, então… —Disse meu pai.

—É. —Digo.

—Eu não sabia que viriam. Mas sendo assim, é o melhor momento para contarmos a notícia. —Disse.

—Que notícia? —Meu pai pergunta.

—Bruna, não. —Digo.

—Eu e o Rapha vamos nos casar! —Disse animada.

—O quê? —Meus pais perguntam.

—Isso é sério, Raphael?

—É, mãe.

—Vocês não acabaram de se acertar?

—Faz poucos meses, sogro. Mas, nós já adiamos muito esse sonho, queremos nos casar logo. —Disse.

—Quando será? —Minha mãe pergunta.

—Daqui a dois meses. —Disse.

—Já? —Pergunta minha mãe.

—Ah, temos outra notícia. —Disse Bruna.

—Temos?  —Pergunto.

—Mais uma? —Meu pai pergunta.

—Prometo que com essa, vocês ficarão muito felizes. —Disse ela.

Não pode ser o que estou pensando… Ela não pode contar aquilo.

—Então diga. —Disse meu pai.

—Eu estou grávida. O Raphael vai ser papai! —Sorriu.

—Bruna! —Digo.

—Espera, o quê? Como assim? Isso é demais para mim. —Disse minha mãe e saiu.

—Mãe. —A chamo.

—Deixe ela, filho. Nós acabamos de chegar, é muita informação para menos de 30 minutos. —Meu pai deu um pequeno riso. —Desculpe, Bruna.

—Imagina. Eu já conheço minha sogra. —Riu.

—Parabéns para vocês, que esse bebê venha com muita saúde. —Disse meu pai, sem jeito.

—Obrigada sogro. —Disse Bruna, sorrindo.

O que ela veio fazer aqui? Por que teve que aparecer justamente agora?

As horas se passaram e realmente o clima ficou muito desconfortável aqui em casa com a presença da Bruna. Meus pais não gostam dela, muito menos minha mãe.

[...]

—Você não ia contar a eles? —Pergunta Bruna.

—Eu ia, mas não hoje, muito menos aquela hora. Eles haviam acabado de chegar. —Digo.

—Então ia contar quando, Raphael?

—Em breve, Bruna. —Digo calmo.

—Em breve quando chegar a véspera do casamento? E o seu bebê? Você ia contar quando nascesse?  —Disse chorando.

—Bruna…

—Você não dá a mínima para mim, muito menos para seu filho, Raphael! —Disse irritada.

—Bruna, por favor. —Digo calmo.

—Por favor, o quê? Não quer que os seus pais ouçam? Não quer que os vizinhos ouçam? —Disse.

—Se acalma, Bruna. Você está muito alterada.

—Tchau Raphael.

—Bruna, você não pode dirigir nesse estado. Eu te levo para casa.

—Não, eu posso ir sozinha.

—Não, não pode. Você pode colocar a sua e a vida do meu filho em risco.

—Você não se importa. —Disse.

—É claro que eu me importo.

—Então me deixe dormir aqui.

—Ok, durma. Mas não dirija nesse estado.

|| Continua ||

Eu não mereço você | Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora