Capítulo 36 • Explicação

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Rebecca Antonelli |

—O quê? —Meus olhos enchem de lágrimas.

—Calma. Sua mãe fez bem em trazê-lo para o hospital o mais rápido possível. E graças a isso, ele sobreviveu.

—Graças a Deus. —Limpo as lágrimas.

—Ele vai ter que ficar 30 dias aqui, até se recuperar bem.

—Mas, agora ele está bem? Sem riscos? —Pegunto.

—Sim, está bem. Está dormindo.

—Eu já posso ver ele?

—Ainda não. Só a partir da semana que vem.

—Mas por que tanto tempo assim?

—Regras do hospital. —Disse.

—Mas uma semana é muito tempo!

—Eu entendo sua indignação, Rebecca. Mas são as regras.

—Isso é injusto.

—Você tem que se acalmar. Não adianta você ficar assim.

—Se meu pai está no quarto, dormindo, por que não posso ver ele?

—Regras. E não adiantaria reclamar com ninguém. Eu só devo cumprir as ordens.

—Ok. —Suspiro.

—Mas, pode ficar tranquila, seu pai está bem, fora de riscos.

—Posso te dar meu número, para me manter informada?

—Pode.

Ditei e ele anotou em seu celular.

—Bom, agora não tem mais o que fazer aqui. Volte para casa e descanse. Eu vi que você já estava a um bom tempo aqui.

—É, eu estava. Meu pai é tudo pra mim, sabe? Eu não suportaria perder ele.

—Eu entendo, Rebecca.

—Já que não tenho o que fazer aqui, vou indo. —Digo.

—Até mais, Rebecca. —Sorriu e apertou minha mão.

Saí de sua sala e fui para a sala de espera.

—E aí? Como seu pai está? O que o médico disse? —Raphael pergunta.

—Meu pai sofreu um infarto, mas graças a Deus minha mãe trouxe ele rapidamente, e ele sobreviveu.

—Que alívio. —Disse. —Você já viu ele?

—Infelizmente não. O médico disse que meu pai só receberá visitas na semana que vem.

—O quê?

—Eu também não entendi o porquê disso, mas ele falou que são regras do hospital.

—Regras do hospital? Nenhum hospital faz isso. —Disse ele.

—Pois é. E ele disse que não adiantaria reclamar porque não iria adiantar.

—Eu conheço esse hospital, isso sempre foi uma regra aqui. —Minha mãe disse.

—Isso não é normal. —Digo.

—Não mesmo. Tem que haver alguma explicação. —Raphael disse.

—Mas não tem, Raphel. —Minha mãe disse. —O que nos resta é ir embora, porque não temos mais o que fazer.

—É, você tem razão. —Disse ele.

—Podem ir, eu vou ficar mais um pouco. —Disse ela.

—Mas já é tarde, mãe. —Digo.

—Eu peço um Uber, não tem problema.

—Eu posso esperar você. —Rapha disse.

—Não, não precisa, eu irei demorar um pouco..

O que ela tem para fazer aqui? Já foi tudo resolvido…

[...]

—Obrigada por ter ficado comigo e por me trazer, Rapha. —Sorri.

—Não tem que agradecer, minha linda. —Sorriu. —Becca, o que você disse mais cedo…

—Eu sei, eu sei, eu demorei pra dizer isso a você, mas saiba que eu te amo muito.

—Te amo. —Sorriu e me beijou.

Um beijo calmo, doce,  repleto de amor e carinho.

Agora eu posso dizer sem medo que eu amo esse homem.

Nos despedimos e eu desci do carro.

Entrei e logo fui para o banho.

Preciso urgentemente descansar.

||Continua ||

E essa mãe da Becca hein...

Eu não mereço você | Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora