Eu não mereço você | Raphael Veiga

Capítulo 20 • Casal

Rebecca Antonelli | 

A minha maior vontade agora nessa noite, é não voltar mais para sala.

Eu não consigo ficar fingindo interesse pelo Raphael, não dá!

—Você trate de concordar com o que digo. Você não pode perder o Raphael, Rebecca! —Fernanda disse, segurando meu braço.

—Eu não vou continuar com isso!

—Você tem que continuar. Você sabe que custará muito caro se não fizer isso. —Disse.

—Eu já não aguento mais isso! —Digo e saio do meu quarto, irritada.

—Aconteceu alguma coisa, Becca? —Meu pai pergunta.

—Eu só preciso de um ar. —Digo e saio. 

Pego o elevador e vou para a área da piscina. 

Coloco meus pés na água e fico pensando sobre tudo o que está acontecendo.

Se eu tivesse na administração daquela empresa eu não estaria fazendo isso hoje.

Eu não quero machucar ninguém nisso.

—Rebecca? —Ouço uma voz familiar.

—O que foi? —Pergunto.

—O que aconteceu? Por que não está lá com a gente? —Raphael pergunta, se sentando ao meu lado.

—Só estou pensando nas coisas que estão acontecendo na minha família…

—Quer desabafar? —Pergunta.

—Não é necessário. —Digo.

—Eu percebi que o jantar todo você estava incomodada. Seu sorriso disfarçou só um por cento.

—Meu dia não foi legal. —Digo.

—Compreendo. Dias ruins são normais, acontecem. E independente deles, quero que saiba que pode contar comigo sempre que precisar. 

—Obrigada, Raphael. —Digo, olhando para água.

—Acho melhor voltarmos, seu pai deve estar preocupado com você. —Disse.

—É. —Digo e levanto. —Obrigada, mais uma vez. 

—Não tem o que agradecer. —Sorriu.

Pegamos o elevador e voltamos para meu apartamento.

—Apareceram! —Leandro disse.

—Estávamos agora mesmo falando de vocês. —Minha mãe disse.

—Podemos saber o que falavam? —Raphael pergunta.

—De como formam um lindo casal. —Maria disse.

Raphael me olhou mas eu preferi não o olhar de volta.

—Só depende da Rebecca. —Raphael sorriu de canto.

Idiota!

—E aí, filha? —Minha mãe pergunta.

—Vocês não acham que é muito cedo, não? —Digo.

Pelo olhar da minha mãe, ela está me xingando pelos olhos.

—Não acho. —Disse ela.

—Vamos mudar de assunto que é melhor. —Meu pai disse.

Obrigada, pai!

Depois de mais um tempo, eles foram embora.

Fui para o meu quarto e tomei banho, coloquei meu pijama e logo deitei.

Ouço uma batida na porta e já imagino quem seja. Mesmo não querendo voltar àquele assunto, peço para entrar.

—Você não se saiu bem. —Minha mãe disse.

—O que quer que eu faça? —Pergunto.

 —Mais do que poderia ter feito hoje. Foi a sua chance.

—Quer que eu o beije? Quer que eu diga que quero namorar com ele? Que eu o amo?

—Mas é óbvio. Você acha que consegue conquistar alguém não tratando bem?

—Eu já falei que eu não gosto do Raphael.

—Deixa de agir como uma criança mimadinha, Rebecca. Amanhã é um novo dia e mais um dia que seu pai precisa desse dinheiro. —Disse.

—Ok, ok —Digo triste.

|| Continua ||